Holanda e Inglaterra prontas para a final
terça-feira, 20 de maio de 2014
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Maarten Stekelenburg vai decidir se a Holanda precisa de "pressão extra" na final com Inglaterra, enquanto John Peacock pede aos jovens para "assumirem responsabilidades".
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Após alguns dias tormentosos em Malta, a calma parece estar do lado de Holanda e Inglaterra, antes da final do Campeonato da Europa Sub-17, esta quarta-feira.
A chuva e céus escuros de segunda-feira deram lugar a um sol mais tradicional em Malta, com as equipas e os treinadores igualmente prontos para o embate final, no Ta' Qali National Stadium. A Inglaterra parte para este encontro no seguimento de uma exibição eficaz na segunda parte frente a Portugal, nas meias-finais, enquanto a selecção "laranja" também está motivada, após ter goleado a Escócia nas meias-finais, garantindo um registo 100 por cento vitorioso na fase final.
"Na fase de qualificação, e aqui, não perdemos qualquer jogo", disse o treinador Maarten Stekelenburg. "Isso diz algo sobre o carácter desta equipa." Peacock, que se prepara para a terceira final nesta categoria, foi célere em destacar as qualidades mentais dos seus jovens pupilos. "É muito fácil treiná-los, pois existe uma dinâmica de grupo muito próxima e sede por conhecimento", disse. "Ainda assim, é óptimo ver neles alguma inocência própria da idade – um desejo verdadeiro de tentar e ser bem-sucedido."
"Trata-se de eles assumirem alguma responsabilidade, tomarem decisões e falar sobre o jogo, ao invés de ser uma relação dominada pelo treinador." Peacock, que continua preocupado com a condição física de Adam Armstrong – melhor marcador desta campanha, com nove golos, fase de qualificação incluída – devido a uma lesão num tornozelo sofrida no domingo, sente que existem semelhanças entre a sua equipa e aquela que conquistou o troféu em 2010.
Os holandeses foram campeões em 2011 e 2012 e o seu técnico tem uma confiança especial neste lote de jogadores, acreditando que possuem as qualidades necessárias para se imporem a partir do momento em que soar o apito inicial. "É uma final e olharei para os jogadores no dia do jogo para ver se é preciso retirar alguma pressão ou, pelo contrário, adicionar", acrescentou o antigo responsável pelo desenvolvimento jovem do AFC Ajax.
"Podemos elaborar 100 planos, mas quando não se tem bons jogadores, nenhum plano funcionará – o principal é a qualidade dos jogadores em campo. Todas as pessoas aprendem diariamente, incluindo eu. Sou um treinador que gosta de trabalhar com uma equipa diariamente. Às vezes isso é difícil com selecções, pois não temos os jogadores juntos tanto tempo, por isso foi um privilégio tê-los durante mais tempo, o suficiente para adicionar certas coisas e afinar outras."
As duas partes concordam que o triunfo da Holanda por 2-0 na fase de grupos, frente a uma selecção inglesa com várias alterações, não terá grande impacto neste desafio. Apesar de o capitão inglês, Ryan Ledson, ter valorizado a partida - "é o jogo mais importante das nossas vidas – seria estranho e não estivéssemos nervosos" -, o seu treinador enfatizou a necessidade de manterem a calma.
Peacock, na sua oitava fase final, acrescentou: "Com base na minha experiência, não se pode colocar pressão – é preciso deixar os jogadores lidarem com ela, sabendo o que fazer e terem tempo para eles próprios. Eles estão prontos e penso que cabe à equipa técnica fazer com que se sintam relaxados e calmos."
O mesmo acontece com a análise final, os jogos entre ambos e a preparação das duas equipas, com cada treinador a tentar ganhar vantagem sobre o adversário, quem sabe através de uma fraqueza até aqui não descortinada. Será que Peacock encontrou alguma? "Se encontrei, não vos vou contar!" O mesmo se passa com Stekelenburg, que pediu paciência aos jornalistas: "Vão ter de ver o jogo para saberem." A espera está quase a chegar ao fim.