Capdevila acredita no êxito do Villarreal

Frustrado por se encontrar afastado dos relvados num momento em que a equipa se prepara para voltar à acção na Europa, Joan Capdevila tem, no entanto, todas as razões para se mostrar orgulhoso do trabalho realizado até ao momento, numa altura em que o Villarreal CF dá cartas na Liga espanhola e procura garantir um lugar nos 16 avos-de-final da UEFA Europa League.

Há apenas um ano, o "submarino amarelo" encontrava-se na metade inferior da classificação em Espanha e mostrava enormes dificuldades em ganhar nova identidade após a saída do treinador Manuel Pellegrini. Aos poucos, as coisas foram melhorando e a promoção de Juan Carlos Garrido a técnico principal, após 16 anos a trabalhar no clube, ajudou a restaurar a reputação do Villarreal.

"Pellegrini partiu, mas a maior parte dos jogadores permaneceram no clube, pelo que, excepção feita a algumas pequenas mudanças, a equipa não perdeu força e energia", salientou Capdevila ao UEFA.com. "O Villarreal ainda não é um clube grande, mas tentamos jogar ao nível dos grandes clubes. Estou aqui há quatro anos e cada vez mais nos preocupamos em fazer boa circulação de bola, com largos períodos de posse de bola; esse é um dos aspectos que mais trabalhamos aqui."

Desafiar Real Madrid CF e FC Barcelona na luta pelo primeiro lugar tem-se revelado possível, em grande parte graças à boa forma dos avançados Giuseppe Rossi e Nilmar. A estes junta-se ainda a experiência conferida por jogadores como Santi Cazorla, Marcos Senna, Carlos Marchena e Capdevila.

"Possuímos agora uma equipa bastante equilibrada; há uma mistura muito interessante de jogadores", destacou o antigo lateral-esquerdo do RC Deportivo La Coruña. "Não temos verdadeiramente uma estrela sonante, mas contamos com vários jogadores muito experientes, habituados a disputar jogos muito importantes nas competições europeias e ao serviço das respectivas selecções. Trata-se de um aspecto bastante importante, especialmente em momentos-chave e situações mais críticas; e estes jogadores acabam por dar motivação aos mais jovens."

Ausente devido a uma entorse no tornozelo, Capdevila vai apoiar de fora a sua equipa – actualmente no terceiro lugar do seu grupo – quando esta procurar na quinta-feira, frente ao NK Dinamo Zagreb, um resultado que lhe permita aumentar as hipóteses de marcar presença na fase seguinte da UEFA Europa League. "Talvez ninguém esteja a contar connosco, mas o nosso objectivo é vencer a Europa League; se o Atlético de Madrid o conseguiu fazer na temporada passada, porque não seremos nós capazes de o fazer também esta época?"

Capdevila, de 32 anos, não estava no clube quando este atingiu as meias-finais da UEFA Champions League em 2006, mas tem noção do que significaria um êxito na Europa para a população da pequena cidade localizada a norte de Valência.

"Imaginem o que aconteceria nesta cidade de 50 mil habitantes", referiu entusiasmado o internacional espanhol. "Participar numa prova europeia é, sem dúvida, importante, mas imaginem se conseguíssemos conquistar um troféu desse género! Levaria Villarreal ao topo do futebol europeu, o que seria extraordinário para o clube, para a cidade e para os jogadores. Estou convicto de que poderemos alcançar tal feito, pois já não somos vistos como uma equipa pequena."

Juntar mais um troféu aos títulos de campeão europeu e mundial conquistados ao serviço da selecção de Espanha constituiria, para o defesa natural da Catalunha, um feito assinalável e permitir-lhe-ia juntar mais algumas fotos memoráveis à colecção de álbuns.

"Tenho actualmente cerca de 80 a 90 fotos; é um passatempo que iniciei quando comecei a jogar", explicou. "É complicado escolher apenas um grupo específico de fotos mas, se o tivesse de fazer, então talvez dissesse que as fotografias do Campeonato do Mundo são as mais especiais. Agora não tenho ainda bem noção disso, mas quando deixar de jogar certamente será muito agradável recordar esses momentos desde o início."