Breve história dos desempate por penalties no EURO
sábado, 25 de junho de 2016
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O EURO2016.com recorda alguns desempates que ficaram para a história, com destaque para uma grande penalidade que, de tão invulgar, ficou com o nome de o homem que a converteu.
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A famosa frase de Gary Lineker, verdadeira ou não, de que o futebol é um jogo simples, com 22 jogadores e uma bola, em que no final ganham os alemães serve, sobretudo, para os ingleses recordarem o registo invejável dos velhos rivais nos desempates por grandes penalidades.
Na verdade, se vasculharmos os registos do EURO, o quadro é ligeiramente diferente, começando com a derrota da República Federal da Alemanha no mais famoso de todos os desempates.
Desempates por penalties no EURO
1976 final: Checoslováquia 2-2 República Federal da Alemanha, checos venceram por 5-3
1980 jogo de atribuição do terceiro lugar: Checoslováquia 1-1 Itália, checos venceram por 9-8
1984 meias-finais: Dinamarca 1-1 Espanha, espanhóis venceram por 5-4
1992 meias-finais: Holanda 2-2 Dinamarca, dinamarqueses venceram por 5-4
1996 quartos-de-final: Espanha 0-0 Inglaterra, ingleses venceram por 4-2
1996 quartos-de-final: França 0-0 Holanda, franceses venceram por 5-4
1996 meias-finais: Alemanha 1-1 Inglaterra, alemães venceram por 6-5 1996 meias-finais: França 0-0 República Checa, checos venceram por 6-5
2000 meias-finais: Itália 0-0 Holanda, italianos venceram por 3-1
2004 quartos-de-final: Portugal 2-2 Inglaterra, portugueses venceram por 6-5
2004 quartos-de-final: Suécia 0-0 Holanda, holandeses venceram por 5-4
2008 quartos-de-final: Croácia 1-1 Turquia, turcos venceram por 3-1
2008 quartos-de-final: Espanha 0-0 Itália, espanhóis venceram por 4-2
2012 quartos-de-final: Inglaterra 0-0 Itália, italianos venceram por 4-2
2012 meias-finais: Portugal 0-0 Espanha, a espanhóis venceram por 4-2
A pressão sobre os ombros de Antonín Panenka era enorme. Só precisava marcar uma grande penalidade para dar à Checoslováquia o título no Campeonato da Europa de 1976, logo numa final com os campeões do Mundo da República Federal da Alemanha. A tentativa falhada por Uli Hoeness tinha deixado os checos a vencerem por 4-3 no desempate. Panenka avançou para a bola com a noção que a decisão estava nos seus pés.
O silêncio reinava em Belgrado quando o jogador de 27 anos colocou a bola na marca e recuou cerca de 15 metros. Panenka parou, virou-se e com pequenos passos avançou rumo ao destino, criando a ilusão que o remate de pé direito seria dirigido ao canto inferior direito da baliza.
Foi isso que pensou Sepp Maier, que mergulhou em direcção ao poste no momento em que Panenka, de forma audaz, picou a bola por cima do guarda-redes e para o meio da baliza. Foi um final memorável para o primeiro desempate por grandes penalidades numa grande competição internacional e embora muitos tenham sido disputados desde então, incluindo em Campeonatos do Mundo, nenhum conseguiu fama semelhante.
Para os checos, revelou-se um bom augúrio. Quatro anos mais tarde bateram a Itália por 9-8 no desempate do encontro de atribuição do terceiro lugar, com Fulvio Collovati a faltar o pontapé decisivo. No EURO '96, já sob a bandeira da República Checa, os checos completaram o “hat-trick” ao vencerem a França por 6-5 na meia-final.
O registo dos checos de três vitórias em três desempates, com grandes 20 penalidades convertidas e nenhuma falhada, é incomparável. A Alemanha já venceu por cinco vezes nos penalties desde 1976, mas só por uma vez tal aconteceu em Campeonatos da Europa, num outro duelo dos quartos-de-final, com Inglaterra, no EURO '96. Os alemães, tal como Inglaterra, Espanha, França, Dinamarca, Holanda e Itália, já ganharam e perderam em desempates.
A Inglaterra juntou-se à Holanda como as selecções com menos sucesso em desempate ao sofrer a terceira derrota em quatro tentativas nos quartos-de-final do UEFA EURO 2012. O remate audacioso de Andrea Pirlo, ainda mais impressionante se levarmos em linha de conta que a Itália estava em desvantagem, teve todas as características de um “Panenka”. As grandes penalidades, segundo o seleccionador italiano Cesare Prandelli, são uma lotaria, mas há jogadores e equipas parecem ter a capacidade de saber escolher os números vencedores.