Alemanha frustra Inglaterra e chega à final
segunda-feira, 6 de outubro de 2003
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Alemanha 1-1 Inglaterra (6-5 nos penalties)
Os anfitriões adiantaram-se cedo e desperdiçaram várias oportunidades antes de serem eliminados no desempate por penalties.
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As aspirações dos anfitriões foram destruídas pela Alemanha rumo à final de um Campeonato da Europa pela segunda vez consecutiva.
A campanha da Inglaterra tinha criado uma onda de paixão e patriotismo a partir da magnífica exibição realizada na vitória por 4-1 sobre a Holanda, na fase de grupos. O optimismo diminuiu, no entanto, quando os alemães, carrascos dos ingleses na época meia-final do Mundial de 1990, voltaram a aparecer no caminho para uma grande final. A confiança renovou-se quando Alan Shearer deu vantagem à equipa de Terry Venables, logo aos três minutos, mas Stefan Kuntz restabeleceu a igualdade à passagem do quarto-de-hora.
A Inglaterra esteve muito perto de voltar a adiantar-se, mas, até ao final do tempo regulamentar e do prolongamento, nenhuma equipa conseguiu marcar, pelo que foi necessário mais um desempate por grandes penalidades. Gareth Southgate foi o vilão inglês, ao falhar a sexta tentativa dos anfitriões e abrir caminho ao penalty vitorioso de Andreas Möller, que garantiu à Alemanha a passagem à final.
Foi este o final num de um enorme cartaz e que ganhou vida logo ao segundo minuto, num lance em que Andreas Köpke defendeu de forma acrobática um remate em vólei de Paul Ince. O guarda-redes germânico foi batido 30 segundos depois, na sequência de um canto apontado por Paul Gascoigne e desviado por Tony Adams antes de chegar à cabeça de Shearer, a assinar desta forma o quinto golo no torneio.
A Alemanha respondeu aos 16 minutos, numa jogada em que Möller lançou Thomas Helmer e este cruzou para Kuntz, que não deu hipóteses a David Seaman. A Inglaterra não ficou afectada pela igualdade e lançou-se no ataque, ficando perto do golo quando Teddy Sheringham viu um golo negado em cima da linha, em mais um canto perigoso, e quando Shearer cabeceou ao lado após cruzamento de Darren Anderton.
A melhor oportunidade da segunda parte foi de Helmer, mas o jogo manteve-se empatado e tornou-se mais fechado. No prolongamento, a regra do golo de ouro pareceu acordar as equipas, especialmente a Inglaterra, nada interessada e em voltar a decidir o destino nos penalties.
Anderton acertou no poste e Gascoigne ficou a centímetros de desviar para a baliza um centro de Shearer, mas as grandes penalidades tornaram-se inevitáveis. Southgate falhou e encarnou o sofrimento inglês perante a festa germânica que arrasou com os sonhos de um país inteiro.
Reacções
Andreas Köpke, guarda-redes da Alemanha: "Nenhum de nós conseguiu sequer andar. A luta de mais de 120 minutos foi fatigante. A Inglaterra merecia tanto como nós. A sorte esteve do meu lado e defendi um dos penalties. Todas as anteriores foram cobradas muito bem."
Stefan Kuntz, jogador da Alemanha : "A Inglaterra geralmente não chega à quinta série de penalties. Quando eles o fizeram confesso que senti algum nervosismo. Eu queria rematar para baixo, mas a bola saiu por alto."
Terry Venables, seleccionador da Inglaterra: "Os jogadores podem ter muito orgulho de si mesmos, assim como todos os envolvidos no torneio. É uma pena não chegar à final, fizemos o nosso melhor. O nosso desempenho no segundo tempo foi excelente e realmente tivemos a oportunidade de vencer no prolongamento. Mas não era para ser."
Equipas
Alemanha: Köpke; Babbel, Sammer, Helmer (Bode 110); Reuter, Freund (Strunz 118), Eilts, Ziege, Scholl (Hässler 77), Möller (c); Kuntz
Suplentes: Kahn, Schneider, Bierhoff, Reck
Seleccionador: Berti Vogts
Inglaterra: Seaman; Southgate, Adams (c), Pearce; Ince; Anderton, Platt, Gascoigne, McManaman; Shearer, Sheringham
Suplentes: Flowers, Barmby, Campbell, Ferdinand, P Neville, Stone, Fowler, Walker
Seleccionador: Terry Venables
Árbitro: Sándor Puhl (Hungria)
Melhor em Campo: Dieter Eilts (Alemanha)