Espanha mais feliz nos penáltis
quarta-feira, 27 de junho de 2012
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Portugal 0-0 Espanha (Espanha vence por 4-2 nos penáltis)
Bruno Alves acertou na trave antes de Cesc Fàbregas confirmar a Espanha na final depois de um jogo com poucas oportunidades e muitos nervos.
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Portugal falhou por pouco a presença na final do UEFA EURO 2012, em Kiev, no domingo, ao ser derrotado pela Espanha, por 4-2, no desempate por grandes penalidades, após o nulo verificado ao fim de 120 minutos em Donetsk.
Num desafio com escassas oportunidades de golo, a Espanha – campeã europeia e mundial – nunca conseguiu desenvencilhar-se da teia bem montada por Portugal, mas foi mais feliz na lotaria dos penáltis. Rui Patrício e Iker Casillas defenderam as tentativas de Xabi Alonso e João Moutinho e, depois de Sergio Ramos ter marcado friamente a sua conversão num lance igual ao imortalizado por Antonín Panenka em 1976, Bruno Alves acertou na trave e Cesc Fábregas deu aos espanhóis a possibilidade de se tornarem na primeira equipa a ganhar três títulos seguido em grandes torneios.
Os pensamentos antes do início do encontro foram para Miki Roqué – defesa do Real Betis Balompié falecido no domingo passado, aos 23 anos, devido a um cancro –, uma vez que a Espanha pediu, perto do arranque da partida, para os seus jogadores envergarem uma braçadeira negra em sua homenagem. Com o antigo jogador do Liverpool FC na mente, os espanhóis tomaram a iniciativa e o primeiro lance de perigo veio talvez de um jogador improvável, aos nove minutos, quando o lateral-direito Álvaro Arbeloa aproveitou a indecisão de Alves no alívio e rematou da entrada da área por cima da trave.
Sem Fàbregas nem Fernando Torres, Vicente del Bosque apostou na envergadura física do avançado Álvaro Negredo para fazer frente à dupla de centrais Pepe e Bruno Alves, enquanto Hugo Almeida liderou o ataque de Portugal, no qual se notou maior actividade inicial no flanco esquerdo, o de Cristiano Ronaldo e Fábio Coentrão. Duas arrancadas do capitão dos lusitanos sem consequências fizeram animar o público, antes da “roja” sacudir o marasmo a dois minutos da meia-hora. Negredo segurou bem o esférico na área, deixou em Xavi Hernández e este de pronto em Andrés Iniesta, só que o seu pontapé em arco errou o alvo.
Portugal criou perigo numa perda de bola espanhola na saída da sua área. João Moutinho recuperou-a e deu-a a Ronaldo, mas o remate do nº7 saiu perto do poste da baliza de Iker Casillas e a etapa inicial chegou ao fim sem qualquer defesa efectuada pelos dois guarda-redes.
Após o reatamento, Del Bosque tentou dar maior mobilidade ao ataque e abdicou de Negredo para voltar a utilizar Fábregas como “falso 9”, antes de fazer entrar Pedro Rodríguez para o lugar de David Silva. Almeida teve três remates sem a direcção que ele desejada e coube a Xavi o primeiro enquadrado com a baliza, a meio da etapa complementar, à figura de Rui Patrício. Aos 73 minutos, um livre frontal de Ronaldo causou apreensão a Casillas, mas o remate saiu por cima.
Cada vez mais com o espectro do prolongamento no horizonte, o encontro entrou numa fase de pouco risco por parte de ambas as formações e só novo livre directo de Ronaldo levou perigo à baliza da Espanha, já depois de Nélson Oliveira ter substituído Almeida. A um minuto do fim, Ronaldo teve a melhor possibilidade de Portugal numa transição rápida de Raul Meireles, mas o extremo não acertou com a baliza. Aliás, a evidenciar a boa organização de ambas os contendores, o desafio chegou ao tempo extra somente com um remate ao alvo, o de Xavi atrás referido.
A Espanha esteve melhor do prolongamento e, aos 104 minutos, Patrício negou o golo a Iniesta no culminar de uma jogada de insistência de Pedro, antes de um livre de Sergio Ramos passar rente ao ferro. E guardião português esteve outra vez em destaque a deter com a mão direita um remate cruzado rasteiro de Navas em plena área. Sem golos, a decisão ficou para os penáltis.
Equipas
Portugal: Rui Patrício; Fábio Coentrão, Bruno Alves, Pepe, João Pereira; João Moutinho, Miguel Veloso (Custódio 106), Raul Meireles (Varela 113); Ronaldo (c), Hugo Almeida (Nélson Oliveira 81), Nani
Suplentes: Eduardo, Beto, Quaresma, Ricardo Costa, Rolando, Rúben Micael, Miguel Lopes, Hugo Viana, Heldér Postiga
Seleccionador: Paulo Bento
Espanha: Casillas (c); Jordi Alba, Ramos, Piqué, Arbeloa; Xabi Alonso, Busquets, Xavi (Pedro 87); Iniesta, Negredo (Fàbregas 54), David Silva (Navas 60)
Suplentes: Valdes, Reina, Raúl Albiol, Javi Martínez, Juanfran, Torres, Mata, Llorente, Cazorla
Seleccionador: Vicente del Bosque
Árbitro: Cüneyt Çakır (Turquia)
Melhor em Campo: Sergio Ramos (Espanha)