Mónaco tranquilo aguarda Chelsea

Por Matthew Spiro, no Mónaco

Ludovic Giuly sustenta que o Mónaco parte esta terça-feira para as meias-finais da Liga dos Campeões livre de  "qualquer pressão". O capitão monegasco acredita que, nesta fase da competição, a sua equipa ultrapassou todas as expectativas.

Tranquilidade no principado
Se já eram poucos os que apostariam que o Mónaco ultrapassaria a fase de grupos, menos seriam aqueles que acreditariam no apuramento para as meias-finais, ainda por cima deixando pelo caminho o Real Madrid CF, nove vezes campeão europeu. Giuly confessa que até ele foi surpreendido pela espectacular campanha da sua equipa: "No início, afirmámos que encararíamos um jogo de cada vez, na expectativa de ver até onde poderíamos ir, mas estaria a mentir se dissesse que esperava chegar tão longe", reconheceu. "Neste momento, não estamos sujeitos a qualquer pressão e encaramos o jogo do Chelsea como qualquer outro - dando o máximo e esperando que seja suficiente".

"Próximo do melhor nível"
No jogo da segunda mão frente aos "merengues" - Giuly assinou dois golos na vitória por 3-1 -, um mês depois do seu regresso à equipa após paragem por lesão, o avançado francês parece ter ganho novamente a forma que evidenciava antes do Natal e os adeptos do Mónaco esperam que a sua frescura volte a ser decisiva. "Demorou alguns jogos, mas sinto-me próximo do meu melhor", revelou.

Descanso dos guerreiros
"Estivemos dez dias sem competir e isso fez-nos muito bem, porque alguns jogadores estavam muito cansados após o jogo de Lens. Deu-nos oportunidade de dar um passo atrás, encher os pulmões e preparar o jogo com  tranquilidade". A pausa também ajudou Didier Deschamps a manter o grupo de trabalho a salvo de qualquer lesão. Apenas o defesa Sébastien Squillaci estará ausente, devido a um problema numa coxa.

A qualidade do Chelsea
De qualquer forma, o técnico do Mónaco, que volta a poder contar com o médio argentino Lucas Bernardi - de regresso, após castigo -, não tem ilusões quanto à tarefa que tem em mãos. "O Chelsea está nas meias-finais por mérito próprio", resumiu o antigo internacional gaulês. "Mereceram vencer o Arsenal [FC] nos dois jogos e estamos conscientes do seu potencial. Eles possuem um espantoso sector defensivo, não dão espaços no meio-campo e são mentalmente fortes".

"Momento emocionante" 
O treinador já perspectiva o reencontro com o defesa do Chelsea, Marcel Desailly, seu antigo companheiro na selecção francesa. "Marcel é um grande amigo e será, certamente, um momento emocionante quando nos encontrarmos. Continua a ser um excelente jogador e sabemos que não será fácil levar a melhor sobre ele". Desailly actuará juntamente com John Terry no centro da defesa londrina, depois do treinador Claudio Ranieri ter confirmado que William Gallas - bem como o extremo Damien Duff - estarão ausentes, devido a problemas físicos.

"Jogo importante"
Marcel Desailly, de 35 anos de idade, que já venceu a Liga dos Campeões com a camisola do Marselha e AC Milan, mostrou-se inclinado a esquecer a ligação a Deschamps, concentrando-se exclusivamente no jogo. "Acima de tudo, será um jogo importante para o Chelsea", esclareceu o defesa. "O clube nunca tinha estado presente nas meias-finais. Chegar tão perto da final é um grande feito e vencer a competição seria fantástico, pelo que temos de aproveitar esta oportunidade".

Terror em casa alheia
Cladio Ranieri, que volta a poder contar com Terry, Hernán Crespo, Juan Sebastión Verón e Eidur Gudjohnsen, todos recuperados de lesões, afastou a aura de favoritismo que paira sobre a sua equipa, apesar do trajecto 100 por cento vitorioso na campanha europeia desta temporada. "Em Inglaterra dizem que somos favoritos mas isso não corresponde à verdade", alertou. "O Mónaco possui o melhor ataque da competição e marca muitos golos, sobretudo em casa. Teremos de apresentar um grande Chelsea se quisermos manter esse recorde de vitórias fora de casa".