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Queiroz resignado

Carlos Queiroz apontou o primeiro golo de Giuly como o ponto de viragem na eliminatória.

Por Matthew Spiro, no Mónaco

Se o Real já reunia o favoritismo antes do pontapé de saída, parecia apenas existir um vencedor possível, depois de Raúl González aumentar a liderança da eliminatória para 5-2, ao apontar o golo inaugural, estavam decorridos 36 minutos. Contudo, o Mónaco respondeu mesmo antes do intervalo, por intermédio do capitão Ludovic Giuly - um golo que Carlos Queiroz, técnico do Real Madrid, considera ter sido o ponto de viragem no encontro. "Tratou-se do momento decisivo no desafio", argumentou. "Alterou a mentalidade de ambas as equipas e na segunda parte parecíamos fatigados e começámos a cometer erros".

Morientes enorme
Após o intervalo, o Mónaco surgiu impetuoso e adquiriu a liderança com golos de Fernando Morientes e Giuly, o seu segundo na noite mágica do principado. Inconsolável, Roberto Carlos foi rápido a endereçar os parabéns ao Mónaco, especialmente a Morientes, avançado que o "gigante" espanhol emprestou aos gauleses, e marcou o golo decisivo no Santiago Bernabéu. "O Fernando realizou um jogo fantástico esta noite", declarou o brasileiro. "Quando sofremos o seu golo, percebemos que estávamos em dificuldades, devido à moralização do Mónaco".

Olhos postos na liga
Roberto Carlos está, agora, preocupado em concentrar atenções nas competições internas. "A nossa época não termina aqui" sublinhou. "O Raúl já comentou connosco que não temos tempo para sentir pena de nós próprios. Temos um campeonato para vencer e precisamos de ter a certeza quer o vamos fazer, mesmo que hoje estejamos tristes".

Desempenho "sobre-humano"
O treinador do AS Mónaco FC, Didier Deschamps, classificou o desempenho da sua equipa como "sobre-humano", depois dos monegascos terem afastado o Real Madrid CF da UEFA Champions League, sustentando que haviam escrito um novo capítulo na história do futebol francês.

"Para além dos limites"
A formação de Deschamps surpreendeu os visitantes, ao vencer o jogo por 3-1 e anular a desvantagem de 4-2 trazida da primeira mão, carimbando o passaporte para a meia-final com o Chelsea FC. Deschamps, perfeitamente extasiado, afirmou que nunca deixou de acreditar no apuramento da sua equipa, embora tenha ficado impressionado com o carácter evidenciado pelos seus jogadores. "Foi uma exibição simplesmente extraordinária da minha equipa", enfatizou. "Estiveram para além dos seus limites, tanto psicologicamente como fisicamente".

Confiança inabalável
O técnico gaulês acredita que os seus jogadores foram motivados pelas críticas que, recentemente, receberam da imprensa. "Estamos na liderança da liga e nas meias-finais da Liga dos Campeões", vincou. "Mesmo assim, todos os jornais afirmaram que as coisas corriam mal no Mónaco. Nunca deixámos de acreditar. O Real Madrid veio aqui a pensar que tinha a eliminatória ganha. Nove em cada dez vezes seria natural que vencessem, mas no futebol, por vezes, o clube mais pequeno superioriza-se ao maior".

"Noite especial"
Entretanto, o Mónaco ficou a sonhar com uma hipotética presença na final da Liga dos Campeões, mas antes disso precisam de ultrapassar o Chelsea, antigo clube de Deschamps. "Será uma noite especial quando regressar a Stamford Bridge, porque ainda lá tenho muitos amigos, como, por exemplo, o Marcel Desailly", confessou o timoneiro do Mónaco, crente que a sua equipa poderá criar problemas aos londrinos. "Todos pensavam que seria Arsenal FC frente a Real Madrid", referiu. "O Chelsea também causou uma enorme surpresa e, apesar de os respeitar, não temos razões para os temer".

Troféu em mente
O técnico monegasco, que vai na sua terceira época como treinador e a viver a primeira campanha europeia, estava encantado com o facto de ter conseguido conduzir o clube às meias-finais, mas reforçou que, agora, pretende ver a equipa erguer um troféu. "Batemos o Real Madrid, agora temos de culminar a época com a conquista de algo", rematou.