Álvaro Morata sobre a final do UEFA EURO 2024, as emoções do momento e o fenómeno Lamine Yamal
domingo, 14 de julho de 2024
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O capitão de Espanha revela o que significaria levantar a Taça Henri Delaunay em Berlim e como a La Roja está a tentar guiar o jovem Lamine Yamal.
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Em 2008, quando a Espanha iniciou o seu actual ciclo de sucesso em torneios, Álvaro Morata estava em processo de transferência do Getafe para as camadas jovens do Real Madrid.
Aos 15 anos, o promissor avançado viu La Roja defrontar a Alemanha nessa final de Viena, há 16 anos. Alguém tirou uma fotografia muito conhecida dele e dos seus amigos a celebrar efusivamente numa praça perto da sua casa quando Iker Casillas ergueu o troféu do EURO 2008. O EURO2024.com lembrou-o disso quando entrevistou o actual capitão de Espanha, que vai liderar o seu país, ante a Inglaterra, em Berlim, no domingo.
Costuma pensar naquela foto agora que é capitão e vive o sonho que tinha naquela altura de repetir as conquistas de Espanha?
É bom pensar nisso e imaginar: visualizar coisas positivas é bom. Contudo, ainda temos que disputar uma final contra uma grande equipa como a Inglaterra – será difícil. Não imaginam, e nem consigo começar a descrever, o que significaria para mim ser o capitão de Espanha na conquista deste EURO.
O defesa espanhol Daniel Vivian disse-nos: "Não podíamos amar o Álvaro mais do que amamos!" Depois revelou que acaba todos os jogos à beira das lágrimas por causa da emoção e da responsabilidade. É difícil viver assim?
Não é por causa da responsabilidade. Penso que é pura emoção. É como um adepto nas bancadas. Quando estou a jogar, estou 100% focado. Estou a trabalhar. Quando sou substituído é como se fosse algum dos pais dos jogadores a assistir da bancada. Tenho a certeza que os pais de Mikel Merino choraram no outro dia quando ele marcou [frente à Alemanha nos quartos-de-final]. Depois, os pais do Lamine Yamal quando marcou à França [nas meias-finais]. Eu também sou assim. Essa é a minha personalidade. Não há vergonha em chorar por coisas positivas – e espero ter muito mais motivos para chorar no domingo!
Como tentou orientar e apoiar Lamine Yamal, com apenas 17 anos?
Com carinho – demonstrando confiança nele. A maioria dos jogadores aqui jogam juntos há meses e nós temos-lhe dito: "Vamos ganhar o EURO!" Estamos a aconselhá-lo a pensar nos detalhes de como nos pode ajudar a conseguir isso. Tentamos protegê-lo nos pequenos detalhes, porque é um jogador de futebol diferente de quase todos os outros. Acho que podemos dizer isso sobre o Nico [Williams], o Dani Olmo – acho que são todos especiais. Esta equipa é toda fantástica. Agora estamos apenas a um passo de voltar a fazer história, mas teremos de lutar muito porque vai ser difícil.
Já teve algum tempo ou espaço para se divertir?
Sinceramente, não. Ainda não. Provavelmente é assim que deve ser. Temos de prestar total atenção a muitas circunstâncias. Haverá tempo para [a diversão] ser feliz. Se tudo correr bem, vamos celebrar. Se não correr bem no domingo, é diferente – sofremos durante alguns dias e depois voltamos a sentir-nos felizes pela forma brilhante como lidámos com um caminho muito difícil até à final. A vida nem sempre é feita de troféus e taças. É sobre as experiências que todos partilhámos enquanto aqui estivemos. Sabemos que vamos ficar tristes por terminar este tempo juntos, porque tem sido fantástico.