Gianluigi Buffon sobre a Itália, os oitavos-de-final contra a Suíça e os melhores guarda-redes do EURO 2024
sexta-feira, 28 de junho de 2024
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A lenda italiana faz um balanço da campanha da Itália até agora e promete mais no EURO 2024.
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Enquanto Gianluigi Donnarumma e Luciano Spalletti se dirigiam à comunicação social antes da primeira jornada, os olhos dos que estavam na sala de imprensa estavam concentrados não no palco, mas no fundo da sala. Lá, a primar pela descrição no alto dos seus 1,92m, de óculos escuros, estava sentado Gianluigi Buffon, presente como chefe da delegação Azzurra na Alemanha.
Antes dos oitavos-de-final do UEFA EURO 2024, no sábado, frente à Suíça, o lendário guarda-redes italiano conversou com o EURO2024.com para discutir o progresso da Itália e quais os guarda-redes que o impressionaram mais na Alemanha.
Que pontos positivos a Itália pode tirar da fase de grupos?
Definitivamente apreciei o sacrifício, a identidade do grupo, o carácter, o nosso guarda-redes. Gostei a forma como os jogadores encararam os desafios com determinação e coração. Gostei muito do trabalho do nosso treinador. Devo dizer que estamos a dar o nosso melhor para atingir o nosso pico. Ainda não chegámos lá mas os jogadores estão a trabalhar para isso.
Caminhada de Itália até aos oitavos-de-final
15/06: Itália 2-1 Albânia
20/06: Espanha 1-0 Itália
24/06: Croácia 1-1 Itália
O que faltou até agora na Alemanha?
Aquele ponto de viragem, o jogo que te dá confiança, fé e entusiasmo. Aproveitando a onda do golo tardio contra a Croácia, podemos certamente partir com esperança para o que será um jogo muito difícil contra a Suíça. Podemos aproveitar a adrenalina e o entusiasmo que o jogo ante a Croácia nos proporcionou.
Como tem sido o apoio à Itália na Alemanha?
Tem sido incrível ver todas as pessoas, os adeptos, com o seu sentido de identidade. Às vezes o apoio deles é tão forte que quase nos sentimos desconfortáveis, como se não merecêssemos. Por vezes ficamos um pouco desorientados com isso mas, tanto quanto podemos, estamos a tentar dar-lhes alguma satisfação.
Quem são as principais revelações do torneio até agora, falando das demais selecções?
Fiquei definitivamente surpreso com os jogadores espanhóis (Lamine Yamal e Nico Williams). Obviamente já os conhecia, mas nunca os tinha visto jogar pessoalmente; têm algo de especial. Pelo que vi na televisão, a Alemanha tem alguns talentos que oferecem esperança para o futuro. Portugal tem uma equipa forte e a França tem um treinador muito experiente e excelentes jogadores.
O que espera nos oitavos-de-final?
A Suíça é uma equipa muito difícil de vencer, mesmo que por vezes tenha problemas para ganhar os jogos. As partidas contra eles são sempre bem equilibradas. Quando olho para a Suíça, lembro-me de uma selecção como a Suécia. São equipas muito equilibradas e são sempre muito consistentes.
Será uma grande batalha entre dois guarda-redes fantásticos: Yann Sommer e Gianluigi Donnarumma…
Gigio [Donnarumma] tem dado uma grande ajuda à Itália neste torneio. É importante reconhecer e dar crédito a quem está a fazer algo especial. E ele tem feito algo verdadeiramente especial e tem-nos dado uma grande ajuda.
Sommer é outro daqueles guarda-redes que tem produzido consistentemente actuações de alto nível nos últimos anos. Tornou-se num dos principais guarda-redes do mundo.
Também vi outros guarda-redes muito bons neste torneio. Gosto muito do da Geórgia (Giorgi Mamardashvili). Também gostei do croata (Dominik Livaković). Depois há os suspeitos do costume, como o [Manuel] Neuer. Mas se pudesse escolher, escolheria Gigio sempre!