Análise ao Espanha 1-0 Itália: Fabio Capello e Ioan Lupescu enaltecem o papel de Rodri na vitória da Roja
sexta-feira, 21 de junho de 2024
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Os observadores técnicos Fabio Capello e Ioan Lupescu partilham a sua visão sobre a vitória da Espanha em Gelsenkirchen.
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O seleccionador espanhol, Luis de la Fuente, descreveu-a como a "exibição mais completa" do seu reinado. Já o técnico italiano, Luciano Spalletti, admitiu que existe um "abismo" entre ambas as equipas. O resultado foi 1-0 em Gelsenkirchen mas o controlo que a Espanha exerceu sobre a Itália mereceu elogios do Painel de Observadores Técnicos da UEFA.
De acordo com os observadores da UEFA, Fabio Capello e Ioan Lupescu, houve vários jogadores em destaque na selecção espanhola, incluindo o Melhor em Campo da Vivo, Nico Williams, e o médio-ofensivo Pedri. No entanto, o foco principal desta análise é Rodri, o médio-defensivo no seu esquema em 4-3-3, foi fundamental para o domínio da Espanha com a sua capacidade de encontrar espaços para comandar o jogo.
Esse facto foi evidente no início da sequência de vídeos aqui apresentados, ao vermos a forma como Rodri encontra espaço e se posiciona perfeitamente, atrás da bola, para receber o passe. Conforme pode ser observado, antes que o passe chegue até si, Rodri mede o espaço atrás de si e à sua esquerda. Na verdade, para a unidade de análise de desempenho da UEFA, o centrocampista oferece um exemplo perfeito – do ponto de vista técnico – de como receber a bola: com o pé apoiado, com os ombros abertos e virados para a frente. Isso significa que está pronto para sair a jogar imediatamente.
À medida que a sequência se desenrola, vemos Rodri entregar um passe a queimar linhas para Pedri (um dos 95 passes bem-sucedidos de um total de 97 tentativas). No geral, o número 16 da Espanha fez 17 passes para frente, com Pedri a receber sete deles. Como tal, a movimentação deste último e a ligação com Rodri foram uma característica significativa do trabalho ofensivo da Espanha. "Pedri esteve muito bem nas entrelinhas", observaram Capello e Lupescu. "Esteve sempre livre nesses terrenos, o que foi um grande problema para a Itália. Foi por isso que trocaram Jorginho ao intervalo."
Do ponto de vista italiano, o treinador Spalletti admitiu que a sua equipa "nunca foi capaz de diminuir a distância entre as várias unidades", enquanto o extremo Bryan Cristante disse que "não conseguia avançar", já que a Espanha continuava a imobilizar os Azzurri no seu próprio meio-campo - e aqui a defesa tranquila da Espanha foi um factor importante. Isto é ilustrado quando o vídeo termina e, graças ao seu excelente equilíbrio atrás da linha da bola, a Espanha consegue sustentar o seu ataque recuperando a bola rapidamente após o passe de Pedri ser interceptado.
Só Fabián Ruiz conseguiu 14 recuperações – a maior parte da noite, com o lateral-esquerdo Marc Cucurella em segundo, com sete. "Tivemos dificuldades com a resposta à pressão, mas também cometemos alguns erros simples em alguns passes simples", acrescentou Spalletti. Quanto a De La Fuente, concluiu: “Sabíamos quando pressionar, quando jogar verticalmente, quando controlar a bola. Achei que, defensivamente, fomos fantásticos."
Um último aspecto digno de nota foi a actuação do extremo Williams, que se destacou na esquerda com o apoio de Cucurella e conquistou o prémio de Melhor em Campo. "Williams foi excelente no um-para-um e criou oportunidades, incluindo o golo", concluíram Capello e Lupescu. Os dados sublinham a impressão que criou em campo, já que o seu número total de dribles (12, com quatro bem-sucedidos) foi o maior de qualquer jogador até agora no EURO 2024.