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Análise: Sérvia 0-1 Inglaterra - Resiliência é a chave para a Inglaterra movida por Bellingham

Os observadores técnicos Fabio Capello e Ioan Lupescu dão a sua visão sobre a vitória curta da Inglaterra em Gelsenkirchen.

Jarrod Bowen e Jude Bellingham, da Inglaterra, após a vitória por 1-0 sobre a Sérvia
Jarrod Bowen e Jude Bellingham, da Inglaterra, após a vitória por 1-0 sobre a Sérvia AFP via Getty Images

Jude Bellingham teve mais uma vez um impacto decisivo, embora a Inglaterra precisasse de mostrar resiliência face à melhor exibição da Sérvia na segunda parte, na partida de abertura do Grupo C do UEFA EURO 2024.

Este foi o veredicto dos observadores técnicos da UEFA, Fabio Capello e Ioan Lupescu, após a vitória de domingo à noite, por 1-0, da equipa comandada por Gareth Southgate, em Gelsenkirchen.

Trabalhando em conjunto com a unidade de análise de desempenho da UEFA, os observadores destacaram o papel do número 10 da Inglaterra, Bellingham, que recebeu o prémio de Melhor em Campo graças a uma exibição que incluiu o seu primeiro golo no EURO, bem como a mudança táctica da Sérvia, que lhe permitiu pressionar a Inglaterra com intensidade muito maior no segundo período.

No que toca a Bellingham os observadores defenderam que "ele foi decisivo no ataque e na defesa, percorreu muito terreno e marcou o golo da vitória”, e o seu golo aos 13 minutos foi ilustrativo disso – como mostra o primeiro vídeo abaixo.

O grande impacto de Bellingham

Importa salientar que Bellingham não apenas coloca a bola na rede após uma típica arrancada para a área, mas também ajuda a planear o ataque ao passar a bola para Kyle Walker na direita. A partir daí, apenas nove segundos se passaram antes que ele marcasse com um cabeceamento após cruzamento prensado de Bukayo Saka. O momento da corrida é fundamental – e a forte combinação produz o quarto golo do jovem de 20 anos pelo seu país.

"O golo vem de uma excelente movimentação entre alguns excelentes jogadores", disse Bellingham, autor do golo de abertura da Inglaterra neste torneio, assim como no Qatar, em 2022. "Estes momentos mágicos em que tudo acontece tão naturalmente são muito bons", acrescentou. "Tento continuar a entrar na área porque sei que os jogadores podem encontrar-se e que posso marcar".

A Inglaterra conquistou os três pontos mas a Sérvia pode sentir-se moralizada pelo desempenho na segunda parte, que se seguiu à mudança de 5-4-1 para 5-3-2, de acordo com os observadores técnicos da UEFA. "A Sérvia foi mais agressiva, mais focada, pressionando melhor num 5-3-2", afirmaram. Isto significou que Dušan Vlahović, que tinha caído para a direita quando a Sérvia defendeu na primeira parte, juntou-se agora a Aleksandar Mitrović mais à frente, enquanto a Sérvia pressionava homem a homem numa fase adiantada.

O capitão da Inglaterra, Harry Kane, explicou: "Eles mudaram um pouco a pressão. Foi quase homem a homem e não conseguimos manter a bola suficientemente bem". Para avaliar o efeito sobre a Inglaterra, o guarda-redes Jordan Pickford jogou mais do que o dobro de bolas longas no segundo tempo em comparação com o primeiro – 20 a oito.

Pressão da Sérvia na segunda parte

O segundo vídeo acima oferece um exemplo da determinação da Sérvia na pressão homem a homem, mostrando a forma como o defesa-central Miloš Veljković segue Phil Foden em terreno inglês. De acordo com os observadores, a Sérvia conseguiu manter a intensidade com a ajuda de pernas frescas, já que Dušan Tadić e Luka Jović substituíram Mitrović e Saša Lukić aos 61 minutos.

Afirmando este ponto, o seleccionador da Sérvia, Dragan Stojković, fez o seguinte resumo: "A Inglaterra é uma equipa muito boa e forte, mas fizemos um jogo muito corajoso – o estilo de futebol que queríamos jogar. Com as mudanças, conseguimos chegar onde queríamos, com o controlo da bola e para fazer a Inglaterra defender. Estou orgulhoso do que fizemos, não merecíamos perder, mas vamos continuar."