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Análise: Alemanha 5-1 Escócia

O observador técnico da UEFA, Ole Gunnar Solskjær, destaca a importância das desmarcações do ataque da Alemanha na vitória por 5-1 sobre a Escócia, em Munique.

Jamal Musiala (à direita) festeja o segundo golo da Alemanha contra a Escócia
Jamal Musiala (à direita) festeja o segundo golo da Alemanha contra a Escócia UEFA via Getty Images

A movimentação dos jogadores atacantes da Alemanha foi fundamental para a vitória enfática sobre a Escócia no jogo de estreia do UEFA EURO 2024, nomeadamente as excelentes jogadas nas costas da defesa da Escócia.

Este foi o veredicto do observador técnico da UEFA, Ole Gunnar Solskjær, e da unidade de análise de desempenho da UEFA, que, em conjunto, identificaram a variedade de desmarcações dos atacantes anfitriões atrás de uma defesa escocesa colocada num bloco intermédio, numa formação em 5-4-1. A Alemanha teve vários jogadores a entrar nas costas da defesa ou em espaços entre as linhas e a Escócia, nas palavras do seu capitão Andy Robertson, foi demasiado passiva na sua resposta e incapaz de "exercer pressão suficiente sobre a bola".

Análise táctica: As desmarcações da Alemanha

O segundo golo da Alemanha, marcado por Jamal Musiala, é um exemplo perfeito disso. No primeiro clip do vídeo acima, vemos como Musiala recua para o seu próprio meio-campo para atrair o defesa-central Jack Hendry para terrenos mais adiantados e assim criar o espaço atrás do qual Kai Havertz entra em corrida. Apesar de Toni Kroos olhar antes para İlkay Gündoğan, quando este se afasta do seu marcador e avança, consegue mesmo assim endossar a bola para Havertz, ainda no espaço limitado em que tinha entrado e pronto para Musiala atacar.

Reflectindo sobre os problemas que a Alemanha causou à sua equipa, Robertson disse ao UEFA.com: "Eles conseguiram misturar muito o seu jogo. Não sabíamos se eles estavam a ir para trás ou se estavam a ficar com falta de espaço. Os bons jogadores deles apareceram todos. Não conseguimos segurar a bola suficientemente bem; não defendemos suficientemente bem."

O segundo vídeo mostra outro exemplo, com o golo inaugural da noite, marcado por Florian Wirtz. Mais uma vez, as entradas nas costas da defesa são fundamentais – embora, primeiro, valha a pena salientar como a movimentação de Musiala iludiu Robertson e garantiu que Joshua Kimmich tivesse espaço para receber a bola cruzada por Kroos.

Com as subsequentes corridas para a área de Gündoğan – que percorreu mais distância do que qualquer outro jogador em campo – e Havertz, os defesas escoceses caem em profundidade e isso cria o espaço que para Wirtz atacar. Como se pode ver no vídeo, ele examina primeiro a cena antes de avançar no momento certo para receber o passe de Kimmich e marcar com um remate rasteiro ao poste mais distante que Angus Gunn, apesar do esforço, não conseguiu deter.

O treinador da Alemanha, Julian Nagelsmann, disse: "O primeiro golo, em particular, foi uma jogada muito boa. Não foi fácil marcar porque havia muitos escoceses no caminho."

Apesar de a Escócia ter mudado para 5-3-2, de modo a limitar as penetrações pelo centro do campo da Alemanha, os anfitriões abriram mais espaço pelo lado de fora, como na corrida de Musiala antes da falta para o penálti que resultou no terceiro golo. E tudo continuou na segunda parte, com a Alemanha a lançar os espaços intermediários contra o adversário que, muitas vezes, actuou com um bloco baixo após a expulsão de Ryan Porteous.

O capitão da Alemanha, Gündoğan, elogiou a "intensidade" da sua equipa desde o início, enquanto Nagelsmann observou que isso foi crucial para ao triunfo folgado por 5-1. "Estivemos brilhantes, especialmente nos primeiros 20 minutos: boa posse de bola, boa pressão, muito boa agressividade", concluiu.