Jogos com mais golos na história do EURO
sexta-feira, 14 de junho de 2024
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Os 13 jogos com mais golos em fases finais do EURO, com França, Espanha, Inglaterra, Alemanha e Portugal.
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O primeiro jogo na história do Campeonato da Europa da UEFA pode ter tido mais golos do que qualquer outro em fases finais da prova, mas desde então houve vários que a festa do golo foi uma constante.
Eis os 13 jogos mais produtivos na história do EURO. Consegue adivinhar o país que esteve envolvido em quase metade deles?
Nove golos – uma vez
1960, meias-finais: França 4-5 Jugoslávia
O jogo inaugural do primeiro Campeonato da Europa de futebol dificilmente encontra, a nível de emoção, paralelo ao longo dos 52 anos que passaram desde então. Depois de um golo para cada lado logo a abrir, a França fez o 2-1 pouco antes do intervalo, mas nada deixava antever aquilo a que se viria a assistir no segundo tempo. A selecção gaulesa conseguiu por duas vezes uma vantagem de dois golos (com Ante Žanetić a marcar pelo meio, aos 55 minutos, para a Jugoslávia) e chegou ao último quarto-de-hora a vencer por 4-2. Porém, três golos em cinco minutos deram, de forma memorável, a volta ao marcador.
Oito golos – um vez
Oitavos-de-final de 2020: Croácia 3-5 Espanha (ap)
A Espanha viu-se a perder devido a um autogolo bizarro, após um passe de longe de Pedri que o guardião Unai Simón não dominou, mas empatou antes do intervalo e depois a 3 minutos do fim ficou a vencer por 3-1 graças a César Azpilicueta e Ferran Torres. No entanto, Mislav Oršić (85) e Mario Pašalić (90+2) forçaram o prolongamento, período em que um belo remate de Álvaro Morata colocou novamente os espanhóis em vantagem. Mikel Oyarzabal desfez quaisquer dúvidas que uma valorosa Croácia ainda tivesse, fazendo da Espanha a primeira equipa a marcar cinco golos em dois jogos seguidos na fase final do EURO.
Sete golos – três vezes
Fase de grupos de 2000: Jugoslávia 3-4 Espanha
A Espanha parecia derrotada à beira do final deste encontro da última jornada da fase de grupos. A selecção orientada por José Antonio Camacho necessitava de vencer para seguir para os quartos-de-fina, mas, à entrada para o período de descontos, perdia por 3-2 diante de uma Jugoslávia reduzida a dez jogadores. Um livre directo cobrado na perfeição por Gaizka Mendieta restabeleceu a igualdade no marcador, porém os espanhóis ainda necessitavam de mais um golo. Alfonso Pérez acabou por o conseguir, bisando assim na partida. Para a Jugoslávia ficou, ainda assim, a consolação de também ela seguir em frente na prova.
Quartos-de-final de 2000: Países Baixos 6-1 Jugoslávia
Este foi um jogo de um só sentido, marcado por uma excelente exibição dos holandeses, e permanece como o único encontro de fases finais de Campeonatos da Europa em que uma selecção conseguiu marcar por seis vezes no mesmo jogo. Três desses golos tiveram a assinatura de Patrick Kluivert, um ponta-de-lança que, no ponto alto da sua carreira, só tinha olhos para a baliza, e outros dois tentos vieram dos pés do sempre imprevisível extremo Marc Overmars. Contudo, não se tratou, de todo, de uma exibição individual de um ou outro jogador. O que mais impressionou foi mesmo a forma como a selecção orientada por Frank Rijkaard anulou por completo uma Jugoslávia que se tinha exibido em excelente plano na fase de grupos.
Quartos-de-final de 2016: França 5-2 Islândia
A França puxou dos galões e não deixou que o sonho da Islândia no UEFA EURO 2016 se transformasse em pesadelo para si. O país mais pequeno presente na fase final – um em cada 12 habitantes da Islândia deslocou-se a França para apoiar a sua selecção! – chegou a este jogo com o moral em alta, após eliminar surpreendentemente a Inlgaterra nos oitavos-de-final. No entanto, o implacável anfitrião não deu hipóteses e ao intervalo já vencia por 4-0. Fiel à campanha que protagonizou, o estreante lutou até ao fim e vendeu cara a derrota, marcando dois golos na segunda parte.
Seis golos – oito vezes
Meias-finais de 1976: Jugoslávia 2-4 República Federal da Alemanha (ap)
A perder por 2-0 à passagem da meia-hora de jogo, a campeã em título estava encostada às cordas. Contudo, os pupilos de Helmut Schön, campeões do Mundo em 1974, não baixaram os braços e chegaram ao empate a apenas oito minutos dos 90, graças a golos de Heinz Flohe e Dieter Müller, que havia saltado do banco pouco antes. Müller marcou, depois, por mais duas vezes nos últimos seis minutos do prolongamento, selando um "hat-trick" que colocou a RFA na final, frente à Checoslováquia. Nada mau para um ponta-de-lança no jogo de estreia pela selecção do seu país.
Fase de grupos de 1996: Rússia 3-3 Chéquia
Um jogo cheio de reviravoltas no marcador, que quase ditou o adeus dos checos ao EURO '96. A vencer por 2-0 logo aos 20 minutos, a selecção checa viu a sua vantagem desaparecer ainda antes do intervalo e, a cinco minutos do 90, estava a perder. Uma derrota ditava que seria a Itália e não a Chéquia a seguir em frente na prova como segunda classificada do Grupo C, mas Vladimír Šmicer salvou os pupilos de Dušan Uhrin a apenas dois minutos do apito final. Uma conclusão de jogo emocionante, que acabaria por ser o ponto de partida para um torneio memorável para os checos.
Fase de grupos de 2000: Jugoslávia 3-3 Eslovénia
Dizer que tudo parecia estar perdido para a Jugoslávia a meia-hora do fim do encontro é pouco: os jugoslavos tinham pela frente uma tarefa hercúlea. A Eslovénia não só vencia por 3-0, graças a dois golos de Zlatko Zahovič e um de Miran Pavlin, de cabeça, como tinha mais um jogador em campo, após a expulsão de Siniša Mihajlović, à passagem dos 60 minutos. Mas a Jugoslávia não se deu por vencida e chegou ao 3-3, com golos aos 67, 70 e 73 minutos. Um corte de Ivan Dudić sobre a linha de golo nos derradeiros instantes da partida evitou que todo o esforço despendido nessa recuperação fosse por água abaixo.
Fase de grupos de 2004: Croácia 2-4 Inglaterra
Após ter dado nas vistas com dois golos frente à Suíça no anterior encontro da Inglaterra na prova, este foi o jogo em que Wayne Rooney se afirmou em definitivo como uma das estrelas do futebol europeu. A selecção inglesa, orientada por Sven-Göran Eriksson, viu-se em desvantagem ainda nos primeiros minutos da partida, mas dois golos de Rooney, com um de Paul Scholes pelo meio, lançaram os britânicos na rota da vitória. Ainda houve mais um tento para cada lado nos derradeiros 20 minutos do encontro, mas Rooney havia já feito o suficiente para garantir que, pela primeira vez na sua história, a Inglaterra ultrapassava a fase de grupos de um Campeonato da Europa disputado em solo estrangeiro.
2012, quartos-de-final: Alemanha 4-2 Grécia
Quando Giorgios Samaras cancelou o golo inaugural de Philipp Lahm, aos dez minutos da etapa complementar, a Grécia pode ter sonhado com a presença nas meias-finais. No entanto, três golos em 14 minutos – apontados por Sami Khedira, Miroslav Klose e Marco Reus – rapidamente desvaneceram essa ideia. O penalty tardio de Dimitris Salpingidis não foi mais do que mera consolação. Esta foi a 15ª vitória oficial consecutiva da Alemanha, um recorde a nível mundial, mas essa série foi quebrada pela Itália, nas meias-finais.
2016, fase de grupos: Hungria 3-3 Portugal
As ambições de Portugal no UEFA EURO 2016 estiveram por um fio durante uma tarde incrível em Lyon. Por três vezes a Hungria, líder surpresa do Grupo F, esteve em vantagem, mas permitiu sempre a recuperação. À passagem da hora de jogo entrou em acção Cristiano Ronaldo, que assinalou o seu 17º jogo em fases finais do EURO (um recorde), com dois golos que o tornaram no primeiro jogador a marcar em quatro edições diferentes da competição. Portugal apurou-se à justa, mas três semanas depois sagrou-se campeão!
Fase de grupos de 2020: Portugal 2-4 Alemanha
A Mannschaft precisava de uma resposta à derrota frente à França no jogo de estreia, mas o golo inaugural de Cristiano Ronaldo agravou as suas contas. No entanto, a reviravolta da equipa de Joachim Löw foi tão notável como o seu futebol. Dois golos na própria baliza colocaram-nos em vantagem antes do intervalo, antes de Robin Gosens garantir que o campeão europeu não voltasse a recuperar. O jogador da Atalanta marcou primeiro e Kai Havertz dilatou para 4-1. A resposta de Diogo Jota pouco consolou Portugal.
Oitavos-de-final de 2020: França 3-3 Suíça (ap, pen: 4-5)
Foi o jogo com a mais golos da fase final do EURO a terminar com o desempate das grandes penalidades. O cabeceamento de Haris Seferović deu à Suíça vantagem ao intervalo, mas o bis de Karim Benzema e um remate impressionante de Paul Pogba pareciam ter dado o apuramento à França. No entanto, Seferović voltou a marcar e Mario Gavranović empatou perto do fim, com o jogo a prosseguir para o prolongamento e, depois para os penáltis. O guarda-redes Yann Sommer defendeu um remate de Kylian Mbappé do décimo pénalti e deu à Suíça a sua primeira vitória na fase a eliminar.
Fase de grupos de 2024: Alemanha 5-1 Escócia
A anfitriã Alemanha começou com estrondo no EURO 2024, em Munique. Os golos dos jovens Florian Wirtz e Jamal Musiala deram à equipa de Julian Nagelsmann uma vantagem de dois tentos no primeiro tempo, antes de o escocês Ryan Porteous ser expulso por uma entrada sobre İlkay Gündoğan dentro da área – dando a Kai Havertz a oportunidade de fazer o 3-0 pouco antes do intervalo. Niklas Füllkrug marcou um quarto sublime para a Alemanha e, embora o autogolo de Antonio Rüdiger tenha dado à equipa de Steve Clarke um consolo tardio, Emre Can consumou uma vitória confortável com um remate rasteiro ao canto inferior.