Equipa do EURO '96
segunda-feira, 25 de abril de 2016
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Dos arquivos: A campeã Alemanha dominou as escolhas da equipa do EURO '96, mas há vários jogadores em destaque noutras selecções.
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GR: Andreas Köpke (Alemanha)
Apesar de ter sido eleito Futebolista Alemão do Ano em 1993, Köpke esteve sempre na sombra de Bodo Illgner, de quem foi suplente nos Mundiais de 1990 e 1994, bem como no EURO '92, mas a sua oportunidade chegou no EURO '96, aos 34 anos. Manteve a baliza inviolável na fase de grupos, defendendo uma grande penalidade de Gianfranco Zola no último jogo dessa etapa da prova, ante a Itália, a que se seguiu um outro, batido por Gareth Southgate, na meia-final, no desempate por penalties frente à anfitriã Inglaterra. Köpke, que jogou por Nürnberg, Frankfurt e Marselha, terminou a carreira ao serviço da selecção no Mundial de 1998, em França, ao fim de 59 jogos, tendo sido sucedido por Oliver Kahn, de quem foi treinador de guarda-redes na equipa nacional germânica.
DE: Laurent Blanc (França)
Blanc foi eleito para a Equipa Ideal de três Campeonatos da Europa, em 1992, 1996 e no UEFA EURO 2000™, no qual conseguiu erguer o troféu, situação negada no Mundial de 1998, cuja final falhou devido a castigo. Alcunhado de "Le Président (O Presidente)", devido à sua autoridade, elegância e liderança, Blanc jogou 97 vezes pelo seu país. Começou a carreira no Montpellier, primeiro como médio, tendo passado por nove clubes, nos quais se incluíram o Barcelona, Inter e Manchester United, onde pontificou como defesa-central de enorme elegância. Ganhou o título da Ligue 1 como treinador do Bordéus e liderou a França no UEFA EURO 2012, antes de assumir o comando do Paris Saint-Germain.
DE: Marcel Desailly (França) Estrela durante mais de uma década, as suas exibições nos Europeus de 1996 e de 2000 fizeram com que integrasse a Equipa Ideal de ambos os torneios. Venceu a UEFA Champions League pelo Marselha e o Milan em anos seguidos, tendo ajudado ainda a França a chegar às meias-finais do EURO '96™ e à vitória no Mundial de 1998, no qual seria expulso na final. No UEFA EURO 2000™ foi o único jogador a começar e terminar os seis jogos da prova, tendo sido o mais consistente defesa-central do certame. Ícone do Milan e do Chelsea, onde passou seis temporadas, jogou 116 vezes pela França e terminou a carreira no Médio Oriente, tornando-se a seguir embaixador da UNICEF.
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DE: Matthias Sammer (Alemanha) Ao melhor estilo de Franz Beckenbauer, os seus desempenhos como líbero no EURO '96™, no qual alinhou todos os minutos da campanha triunfal da selecção alemã, a que se juntam os golos marcados à Rússia e à Croácia, deram a Sammer o título de Futebolista Europeu do Ano. Sammer foi o primeiro alemão de Leste a jogar pela selecção germânica unida unida e aos seis tentos em 23 jogos pela República Democrática da Alemanha (RDA) somam-se mais oito tentos em 51 partidas pela Alemanha reunificada. Duas vezes campeão da RDA ao serviço do Dínamo Dresden, Sammer venceu ainda a Bundesliga em três ocasiões com o Estugarda e Borussia Dortmund, pelo qual ganhou também a UEFA Champions League em 1997. Treinou ambos os clubes depois de uma lesão num joelho o ter obrigado a retirar-se precoce aos 30 anos, sendo actualmente director desportivo do Bayern.
DE: Paolo Maldini (Itália) Sem dúvida um dos melhores defesas de todos os tempos, Maldini fez mais de 1000 jogos ao serviço do seu país e do seu clube de sempre, o AC Milan, tendo sido ainda o jogador italiano mais internacional de sempre, com 126 presenças, entre 1988 e 2002. Maldini destacou-se em várias fases finais, desde a primeira (EURO '88) à última (Mundial de 2002), sendo finalista vencido em dois deles, primeiro no Mundial de 1994, onde a Itália perdeu no desempate por penalties frente ao Brasil, e depois no UEFA EURO 2000™, em que os transalpinos foram derrotados pela França devido ao "golo de ouro". Por isso, não deixou de ser irónico ver a Itália ganhar o Mundial de 2006 sem uma das suas referências, mas Maldini integrou a Equipa Ideal dos Europeus de 1996 e 2000, a que se somam cinco vitórias na UEFA Champions League e sete títulos da Serie A.
ME: Paul Gascoigne (Inglaterra)
Depois de se ter tornado conhecido internacionalmente no Mundial de 1990, a carreira de Gascoigne ficou marcada por longas paragens, das quais se destacam uma lesão nos ligamentos de um joelho e uma perna partida, mas voltou em grande estilo no EURO '96™. O antigo médio de Newcastle, Tottenham e Lázio tivera um excelente começo de temporada no Rangers e, se dúvidas houvesse quanto ao seu momento de forma, elas foram dissipadas com o fabuloso golo ante a Escócia, contra a qual, segundos antes, falhara uma grande penalidade. No jogo seguinte, frente à Holanda, marcaria dois tentos no fantástico triunfo por 4-1, tendo ficado a centímetros de fazer o "golo de ouro" ante a Alemanha na meia-final.
ME: Dieter Eilts (Alemanha)
Eilts chegou ao EURO '96™como o jogador de sempre do Werder Bremen, mas nunca tinha estado presente numa grande competição e revelou-se decisivo no papel de médio-defensivo. A sua enorme cultura táctica e recuou no terreno permitia a Matthias Sammer sair a jogar vindo de trás, pelo que a Alemanha apenas sofreu três golos em Inglaterra, um deles depois de Eilts ter saído, por lesão, na final. Seis dos 31 jogos realizados pela selecção alemã aconteceram no EURO '96™, tendo depois continuado a carreira em Bremen até 2002, do qual foi capitão, somando 390 presenças na Bundesliga em 17 anos. Venceu por duas vezes o campeonato, três a Taça alemã e a Taça dos Vencedores das Taças, em 1992, erguida no Estádio do Sport Lisboa e Benfica, em Lisboa. Desde então treinou as selecções Sub-19 e Sub-21 germânicas. É actualmente director da academia do Bremen.
ME: Karel Poborský (República Checa)
Poborský despontou no EURO '96™ com uma série de excelentes desempenhos em Inglaterra, incluindo um grande golo num chapéu feito a Vitor Baía nos quartos-de-final, que eliminou Portugal, na caminhada dos checos até à final, ante a Alemanha. Alcançou a 118ª internacionalização no Mundial de 2006 frente à Itália e marcou um total de oito golos, um deles de penalty, ante a França, no UEFA EURO 2000™. A sua terceira presença num Europeu, em 2004, foi quase tão boa como a primeira, apesar de ter sido penalizada pelo "golo de prata" da Grécia, que afastou a sua selecção da final. Poborský jogou no Manchester United, no Benfica e na Roma, mas foi com a selecção checa que brilhou mais alto.
AV: Alan Shearer (Inglaterra)
O Verão inesquecível de Shearer começou ao tornar-se no melhor marcador da Premiership pelo segundo ano consecutivo, com 31 golos, e terminou com a transferência recorde de 15 milhões de libras do Blackburn para o Newcastle. Durante este espaço de tempo disputou o EURO '96, no qual culminou 21 meses sem golos pelo seu país ao sagrar-se como melhor marcador da prova, marcando diante de Suíça, Escócia, Holanda (dois) e Alemanha. Festejou também no desempate por penalties ante a Espanha e a Alemanha, frente à qual a Inglaterra perdeu na meia-final. Como capitão inglês, Shearer marcou duas vezes no UEFA EURO 2000 e aumentou a sua marca para 30 golos em 63 jogos, terminando a carreira pela selecção aos 29 anos. Jogou mais seis temporadas no Newcastle, tendo sido treinador da equipa num curto período antes de se tornar comentador desportivo.
AV: Hristo Stoichkov (Bulgária)
A Bulgária saiu do EURO '96™ na fase de grupos, mas o homem que a liderou até às meias-finais do Mundial de 1994 voltaria a brilhar em Inglaterra, ao marcar nos três jogos aí disputados. Stoichkov, co-melhor marcador nos Estados Unidos e Bola de Ouro em 1994, sagrou-se campeão da Europa em 1992 pelo Barcelona, dois anos depois de ter saído do CSKA Sófia, tendo vencido ainda a Taça dos Vencedores das Taças pelos catalães, em 1996/97. Possuidor de forte carácter, deixou de jogar pelo seu país duas vezes, mas disputou o Mundial de 1998 e marcou 37 golos em 83 internacionalizações. Depois de passagens pela Arábia Saudita, Japão e Estados Unidos, foi seleccionador da Bulgária e treinou vários clubes.
AV: Davor Šuker (Croácia)
O ponto alto da carreira internacional de Šuker aconteceu no Mundial de 1998, no qual venceu a Bota de Ouro na sequência dos seis golos marcados na histórica campanha da Croácia, que terminou no terceiro posto. Mas foi no EURO '96™ que o avançado esquerdino ganhou nome. Após somar 12 golos na fase de qualificação (novo máximo), Šuker apontou mais três na fase final, dois deles numa excelente exibição ante a Dinamarca. Deixou o Sevilha para rumar ao Real Madrid e logo na temporada de estreia sagrou-se campeão e melhor marcador, com 24 golos. Um ano volvido ganhou a UEFA Champions League e exibiu-se em grande plano no Campeonato do Mundo. Šuker, que ainda actuou pelo Arsenal, retirou-se depois do Mundial de 2002 com 45 golos na selecção.