2002: Wayne Rooney
sábado, 3 de março de 2007
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Na sua curta carreira, Wayne Rooney já mereceu mais atenção da comunicação social do que muitos jogadores experientes conseguiram durante ao longo dos respectivos percursos e existem boas razões para isso.
O malogrado George Best afirmou um dia que Rooney "é tão bom como os melhores de sempre", enquanto Thierry Henry considera ter sido abençoado com um talento que "não se pode comprar e nenhum treinador consegue ensinar". O avançado conseguiu justificar as enormes expectativas criadas ao seu redor e tornou-se indispensável no Manchester United FC e na selecção de Inglaterra.
Rooney começou a brilhar muito antes da estreia na Premiership, num jogo do Everton FC diante do Tottenham Hotspur FC, em Agosto de 2002. Dois meses depois marcou um espectacular golo a David Seaman, do Arsenal FC, e começou a traçar o caminho rumo ao estrelato, mas ainda longe de Old Trafford.
O Gladsaxe Stadion, em Søborg, é apenas conhecido por ser a casa do Akademisk Boldklub, da segunda divisão da Dinamarca, mas a 29 de Abril de 2002 foi o palco de algo que os 711 espectadores presentes não esquecerão. A Inglaterra defrontou a Holanda no segundo encontro dos britânicos no Campeonato da Europa de Sub-17 e contava com Rooney que, com apenas 16 anos e 187 dias, era o jogador mais jovem da equipa.
Dois dias antes, Rooney tinha desgastado a defesa da Finlândia durante uma hora, com os ingleses a conseguirem um suado triunfo por 3-2, mas foi aos 32 minutos do segundo jogo que o avançado começou a deixar a sua marca no Europeu. Rooney recebeu a bola a 35 metros da baliza, com um pequeno toque tirou um defesa holandês do caminho e rematou para golo, não dando hipóteses de defesa ao guarda-redes Theo Brack. Um grande golo, uma mistura de força e talento e um sinal daquilo que iria fazer no Europeu.
Na última jornada da fase de grupos, os ingleses empataram com os anfitriões em Hvidovre e confirmaram a passagem aos quartos-de-final, onde Rooney voltou a fazer estragos. Desta vez, o inglês usou a cabeça, aproveitando um cruzamento de Stacy Long para bater Igor Baletic, marcando o único golo do triunfo sobre a Jugoslávia e colocando o seu país nas meias-finais.
No jogo de acesso à final, Rooney pouco conseguiu fazer face à imparável Suíça, mostrando o aspecto mais impetuoso da sua personalidade, vendo um cartão amarelo nos últimos minutos do encontro que terminou com um triunfo, por 3-0, do país que viria a conquistar o título. A eliminação foi uma enorme desilusão para os ingleses, mas o jogo de atribuição do terceiro lugar proporcionou a Rooney uma oportunidade de se despedir em grande da prova. Frente à poderosa Espanha, o avançado fez um "hat-trick" e, com os cinco golos marcados no Campeonato da Europa, provou que estava pronto para altos voos.
O elemento que sempre levou Rooney a destacar-se, mesmo na fase inicial da sua carreira, foi a grande presença física. O inglês distinguia-se pelos ombros largos e pelo peito robusto, sendo impossível não reparar nele no meio de adversários acabados de sair da puberdade que, ainda a desenvolver a vertente física, tinham enormes dificuldades para o marcar.
A seguir Rooney fez história, tornando-se no marcador mais jovem de sempre da selecção de Inglaterra e conseguindo um fantástico "hat-trick" no encontro de estreia da UEFA Champions League. Às vezes é bom olhar para trás e recordar que, numa prova em que participaram as actuais estrelas do Arsenal, Gaël Clichy e Philippe Senderos, Hedwiges Maduro (Ajax FC) e o português Cristiano Ronaldo, Rooney foi claramente melhor que todos eles.