Sevilha 1-1 Roma (ap, 4-1 pen): Bounou herói dos espanhóis nos penáltis
quarta-feira, 31 de maio de 2023
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O guarda-redes Yassine Bounou defendeu dois penáltis no desempate e a equipa espanhola ergueu o troféu pela sétima vez.
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O Sevilha deu seguimento à sua relação especial com a UEFA Europa League ao bater a Roma por 4-1 no desempate por penáltis, após uma igualdade 1-1 ao fim de 120 minutos, na final de 2023, em Budapeste.
Momentos-chave
12' Spinazzola obriga Bounou a defesa apertada
35' Dybala coloca a Roma na frente
45+6' remata ao poste
55' Mancini desvia cruzamento de Navas e faz auto-golo
68' Roma não aproveita confusão na área do Sevilha
84' Belotti falha desvio em boa posição
120+11' Smalling cabeceia à trave
Pens Bounou defende remates de Mancini e Ibañez
O jogo em poucas palavras: Bounou à altura da reputação
José Mourinho apostou numa surpresa, ao lançar Paulo Dybala no onze inicial apesar de o avançado argentino estar de fora há vários jogos, devido a uma lesão num tornozelo. E a aposta depressa se mostrou acertada, com Dybala na origem do primeiro lance de perigo do jogo: desmarcou Zeki Çelik, que passou rasteiro e recuado para um remate de Leonardo Spinazzola em posição central que Yassine Bounou defendeu com alguma dificuldade.
Foi um aviso para o que viria a acontecer, com a Roma a marcar mesmo aos 35 minutos, e por intermédio do inevitável Dybala. Desmarcado por um passe fantástico de Gianluca Mancini a rasgar a defesa contrária, o argentino isolou-se e finalizou com classe, com o pé esquerdo.
Em desvantagem, o Sevilha - que nas três anteriores finais da Europa League que conquistadas também tinha estado a perder - despertou com o aproximar do intervalo e por duas vezes ameaçou o empate ainda na primeira parte. Primeiro, Youssef En-Nesyri cabeceou com perigo. Depois, de longe, com um remate rasteiro, Ivan Rakitić acertou na base do poste da baliza à guarda de Rui Patrício.
José Luis Mendilibar, treinador do Sevilha, mexeu ao intervalo, lançando em campo Suso e Erik Lamela, de forma a dar mais criatividade à sua equipa perante uma Roma que não tinha sofrido golos em cinco dos seus últimos sete jogos na Europa League. E o Sevilha quebrou mesmo a resistência do adversário, depois de um cruzamento do veterano Jesús Navas ser desviado de forma infeliz por Mancini para dentro da sua própria baliza, traindo Rui Patrício.
Foi, então, a vez de a Roma responder, e por duas vezes esteve muito perto de se recolocar na frente do marcador. Primeiro num lance confuso na grande área do Sevilha em que Tammy Abraham e Roger Ibanez não conseguiram tocar a bola para o fundo das redes e, depois, num desvio de Andrea Belotti que levou a bola a sair ligeiramente ao lado.
Em cima do minuto 90 foi o Sevilha a criar perigo, valendo à Roma uma boa defesa de Patrício, e a decisão seguiu para prolongamento. Aí, as oportunidades de golo escassearam até praticamente ao derradeiro lance do tempo de compensação da segunda parte, quando Smalling, com um cabeceamento bombeado, levou a bola a bater na trave da baliza do Sevilha.
Bounou, que já no último Mundial tinha mostrado ser especialista a defender penáltis, voltou então a mostrar o que vale no desempate por pontapés da marca de grande penalidade, defendendo com os pés o penálti de Mancini e tocando o suficiente no remate de Ibañez para o desviar para o poste. Coube, depois, a Montiel, que no Mundial havia assinado o penálti da vitória da Argentina na final, voltar a marcar o penálti decisivo, oferecendo ao Sevilha a sua sétima conquista da prova, alargando o seu recorde na competição.
Melhor em Campo Hankook: Yassine Bounou (Sevilha)
As suas defesas nos penáltis foram o factor decisivo para o desfecho do jogo.
Painel de Observadores Técnicos da UEFA
Simon Hart, repórter a acompanhar o Sevilha
"O nosso império", dizia a terja dos adeptos do Sevilha antes do jogo. Uma declaração sobre o sentimento de posse deste troféu que os seus jogadores confirmaram em campo. Os sevilhanos responderam ao domínio da Roma durante grande parte do primeiro tempo com uma exibição assertiva na segunda parte, que culminou com um golo criado pelo eterno Navas. Mas o veterano não foi o único herói. Bounou fez defesas importantes no jogo e depois defendeu dois penáltis no desempate por grandes penalidades. E uma palavra para Mendilibar, o técnico estreante na Europa que transformou este Sevilla, pegando no clube quando este passava por grandes dificuldades na Liga espanhola e acabando por o levar a vencer a sua competição predileta.
Francesco Corda, repórter a acompanhar a Roma
A Roma não conseguiu repetir o feito de Tirana. Após o triunfo na UEFA Europa Conference League há um ano, os Giallorossi perderam a oportunidade de conquistar dois troféus europeus consecutivos e de estarem na Champions league na próxima temporada. Foi um jogo de duas partes bem distintas na Puskás Aréna: a Roma começou melhor e o golo de Dybala parecia o prelúdio de uma vitória sem sofrer golos, mas os espanhóis empataram. O resultado da final foi, depois, decidido no desempate por penáltis, onde quem sorriu foi a equipa de Mendilibar.
Reacções
José Luis Mendilibar, treinador do Sevilha: "Acho que ainda não acredito, mas recebemos o troféu e a medalha. Vai demorar algum tempo a perceber. Começámos mal, sem procurar espaços ou cruzamentos. Eles estavam confortáveis, mas na segunda parte mudámos. Fomos mais intensos, entrámos na área e marcámos o golo do empate. No prolongamento, jogámos muito pouco."
Erik Lamela, médio do Sevilha: "Isto é fantástico, não posso pedir mais. Esta sensação é inacreditável. Vamos desfrutar muito. Foi um jogo difícil de jogar. A Roma defende bem e foi difícil encontrar espaços e criar situações."
José Mourinho, treinador da Roma: "Ganhei cinco finais e perdi esta, mas volto a casa orgulhoso. Os meus jogadores deram tudo. Sentimos a pressão contra uma equipa que tem mais talento do que nós. Perdemos um jogo, mas não a dignidade. Nunca fui para casa tão orgulhoso como hoje, mesmo quando ganhei. Também trabalhámos muito nos penáltis mas... falhámos dois. Mas jogamos todos juntos, não foram só os jogadores que falharam os penáltis".
Chris Smalling, defesa da Roma: "É uma grande decepção. Quando se perde nos penáltis, é difícil aceitar. Estávamos determinados a vencer e deixámos tudo em campo. Ver os outros comemorar vai ficar connosco por muito tempo. Temos que tentar ter outra oportunidade como esta na próxima temporada. Mourinho ficou muito orgulhoso de nós no final do jogo. Disse que estivemos sempre juntos e devemos ser fortes porque ganhamos e perdemos juntos."
Steve McManaman, BT Sport
"Incrível. O Sevilha, mais uma vez, é o grande vencedor da Europa League. Acabaram por ser a melhor equipa, sobretudo a partir do segundo tempo. A partir daí foram excelentes. Foi um jogo muito disputado e, no desempate por penáltis, o Sevilha voltou a cumprir a tarefa – como em tantas outras ocasiões no passado."
Estatísticas
- O Sevilha é o clube de maior sucesso na história da Taça UEFA/Liga Europa com sete títulos (2006, 2007, 2014, 2015, 2016, 2020, 2023), mais quatro do que qualquer outro clube.
- Esta foi a décima vez em 25 finais a uma só mão a ir a prolongamento. Cinco dos nove anteriores também tinham ido a penáltis.
- A Roma não tinha marcado qualquer golo nas últimas partidas anteriores da fase a eliminar da Europa League jogadas fora.
- Com 62 anos e 78 dias, Mendilibar tornou-se no treinador mais velho a vencer a Europa League, batendo o recorde anterior de Maurizio Sarri (60 anos e 139 dias)
- Pela quarta final seguida em que marcou presença, o Sevilha acabou por erguer o troféu depois de sofrer o primeiro golo da partida.
- O registo do Sevilha em sete desempates por grandes penalidades em provas da UEFA é agora de 6 vitórias e 1 derrota.
- O Sevilha é o único clube a ter disputado mais de 50 partidas em fases a eliminar da Europa League - esta foi a 52ª.
- Jesús Navas disputou a sua quarta final nesta competição, tendo vencido em 2006, 2007 e 2020.
- O Sevilha só não conseguiu marcar em dois dos últimos 13 jogos europeus.
- O único anterior autogolo numa final tinha sido marcado por Romelu Lukaku, do Inter, na derrota de 2019/20 frente ao Sevilha.
Equipas
Sevilha: Bounou; Jesús Navas (Montiel 94), Badé, Gudelj (Marcão 120+8), Alex Telles (Rekik 94); Fernando (Jordán 120+9), Rakitić; Ocampos, Óliver Torres (Suso 46), Bryan Gil (Lamela 46); En-Nesyri
Roma: Rui Patrício; Ibañez, Mancini, Smalling; Zeki Çelik (Zalewski 91), Cristante, Matić (Bove 120), Spinazzola (Diego Llorente 106); Pellegrini (El Shaarawy 106), Dybala (Wijnaldum 68); Abraham (Belotti 74)