Seis meias-finais épicas do EURO
segunda-feira, 5 de julho de 2021
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Recordamos alguns dos mais marcantes jogos das meias-finais, desde um duelo com nove golos até à magia de Mario Balotelli e Marco van Basten.
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As meias-finais do UEFA EURO têm sido repletas de reviravoltas e emoção ao longo dos anos, a começar com as primeiras, em 1960. O UEFA.com escolhe os seis embates mais marcantes.
O primeiro jogo na fase final de um EURO estabeleceu um padrão incrivelmente elevado, apesar de ser pouco perceptível a emoção que viria a acontecer quando se aproximava o intervalo no Parc des Princes. Registava-se um empate a um golo, mas François Huette colocou os "bleus" em vantagem aos 43 minutos e mais tarde bisou, fazendo o 4-2. Parecia que a Jugoslávia estava batida. Ao invés, tinha uma surpresa reservada para os anfitriões, marcando três vezes no espaço de cinco minutos, naquele que continua a ser o jogo com mais golos na história da competição.
Jugoslávia 2-4 República Federal Alemã (a.p.), 1976
Detentora do troféu, a República Federal Alemã parecia caminhar para a derrota em Belgrado até Helmut Schön efectuar uma das mais felizes substituições de sempre. Danilo Popivoda e Dragan Džajić tinham colocado a selecção anfitriã a ganhar por 2-0 e a vitória parecia certa mesmo já depois de Heinz Flohe ter reduzido para os alemães com um remate que ainda sofreu um desvio. Mas tudo mudou quando, a 11 minutos do fim, Schön fez saltar do banco Dieter Müller, na altura ainda sem qualquer internacionalização. O estreante levou o jogo para prolongamento na primeira vez que tocou na bola e marcou, depois, por mais duas vezes no prolongamento, ditando a reviravolta completa no marcador. Müller viria a marcar também na final, mas aí os alemães acabaram batidos, nos penáltis, pela Checoslováquia.
França 3-2 Portugal (a.p.), 1984
Depois de terem falhado em 1960, uma vez mais jogar em casa os franceses acabaram por chegar à sua primeira final, 24 anos depois. Dominante durante largos períodos graças à mestria de Michel Platini, inaugurou o marcador por intermédio de Jean-François Domergue e parecia bem encaminhada para um triunfo tranquilo, mas só até Rui Jordão fazer o empate, aos 74 minutos. Depois, o mesmo jogador deu a volta para Portugal no prolongamento, mas Platini assistiu Domergue para o empate e depois fez ele próprio o tento decisivo, a um minuto do fim, colocando o Stade Vélodrome em euforia.
República Federal da Alemanha 1-2 Países Baixos, 1988
O golo fantástico na final pode ser o seu momento mais recordado, mas o remate decisivo de Marco van Basten nas meias-finais também tem uma importância significativa. Determinada a desforrar-se da derrota frente ao rival na final do Campeonato do Mundo de 1974, a selecção "laranja" parecia estar perante mais uma derrota dolorosa quando Lothar Matthäus marcou de grande penalidade. Sem se deixar abalar, respondeu por Ronald Koeman, e quando o prolongamento já parecia inevitável, Van Basten facturou à beira do fim.
Itália 0-0 Países Baixos (a.p.; Itália vence por 3-1 nos penalties), 2000
Este empate sem golos foi tudo menos monótono, com a Itália, reduzida a dez jogadores, a contrariar probabilidades adversas. Com a expulsão de Gianluca Zambrotta logo aos 34 minutos, a final parecia ao alcance dos holandeses quando ganharam um penálti pouco depois. No entanto, o guarda-redes Francesco Toldo tinha outras ideias, defendendo o remate de Frank de Boer, antes de Patrick Kluivert, em mais um castigo máximo, acertar no poste. Os Países Baixos também não fizeram melhor no desempate, com a defesa de Toldo ao remate de Paul Bosvelt selando a vitória para os estóicos "azzurri".
Após se ter tornado perita em golos tardios na edição realizada na Áustria e Suíça, a Turquia finalmente viu o feitiço virar-se contra o feiticeiro, num jogo pleno de emoção. Com várias ausências de vulto, a equipa de Fatih Terim adiantou-se no marcador graças a Uğur Boral, mas rapidamente Bastian Schweinsteiger fez o empate e Miroslav Klose operou a reviravolta para a Alemanha, a 11 minutos do fim. A Turquia, como é óbvio, ainda tinha fulgor para responder, com Semih Şentürk a marcar junto ao primeiro poste. No entanto, a palavra final pertenceu a Philipp Lahm, que culminou um jogo emocionante com um raro golo ao serviço da selecção, aos 90 minutos.
Alemanha 1-2 Itália, 2012
A Mannschaft havia chegado às meias-finais ao vencer todos os quatro jogos na Polónia e na Ucrânia, e seria necessário algo especial para deter o rolo compressor germânico. Mario Balotelli, que nunca se deixou intimidar nas grandes ocasiões - cabeceou depois de um cruzamento de Antonio Cassano para o primeiro golo dos Azzurri nas meias-finais do EURO. Depois, fuzilou Manuel Neuer, aos 36 minutos. A Alemanha, que teve uma série de 15 vitórias consecutivas em jogos oficiais, nunca se recuperou, com o penálti de Mesut Özil nos descontos servindo apenas de golo de consolação.