Da Irlanda à Grécia: Maiores surpresas no EURO
sexta-feira, 22 de abril de 2016
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As selecções mais modestas não servem só para fazer número. O UEFA.com olha para algumas das maiores surpresas verificadas na história da fase final do Campeonato da Europa.
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Quando David derruba Golias. Aquele momento mágico em que uma formação mais modesta contraria o favoritismo do adversário e incendeia por completo uma grande competição. O UEFA.com olha para algumas das maiores surpresas sofridas pelas principais selecções no palco dos Campeonatos da Europa.
1988, fase de grupos: Inglaterra 0-1 República da Irlanda
Tratava-se da estreia da Irlanda em fases finais e, apesar de ser apenas a terceira presença da Inglaterra, não era de todo isto que estava escrito no guião. É verdade que o seleccionador irlandês, Jack Charlton, contava com nomes de respeito na sua equipa, como Ronnie Whelan, Paul McGrath, Ray Houghton e John Aldridge, mas estava longe de se pensar que estes fossem capazes de fazer frente a jogadores como Bryan Robson, Peter Beardsley, Gary Lineker ou John Barnes. Contudo, Houghton, logo aos seis minutos, colocou na frente do marcador uma Irlanda que, depois, muito por culpa da grande actuação do guarda-redes, resistiu à reacção inglesa, contrariando assim o grande favoritismo atribuído ao adversário.
1992, fase de grupos: Suécia 2-1 Inglaterra
A jogar em casa, a selecção sueca havia somado já um empate e uma vitória nos seus dois primeiros jogos na prova, enquanto a Inglaterra tinha somado apenas dois nulos, mas todos esperavam que os ingleses, orientados por Graham Taylor, subissem de nível neste encontro. E, quando David Platt deu vantagem à Inglaterra logo aos quatro minutos, o triunfo parecia mesmo uma formalidade. A Suécia, porém, na crista da onda perante o apoio dos seus adeptos, não se deixou abater. Jan Eriksson restabeleceu a igualdade e Tomas Brolin, com um golo ao cair do pano, garantiu o apuramento dos suecos como vencedores do Grupo A e ditou a eliminação da Inglaterra.
1992, final: Alemanha 0-2 Dinamarca
O culminar de um verdadeiro conto de fadas que encantou os românticos do futebol. A Dinamarca não se tinha qualificado para o EURO '92, mas, apenas duas semanas antes do arranque da prova, foi convidada a substituir a Jugoslávia na Suécia. Um mês depois sagrou-se campeã da Europa. Não foi, ainda assim, um percurso fácil. Os dinamarqueses somaram apenas um ponto nos seus dois primeiros jogos na fase de grupos, mas acabaram por conseguir ir até à final, onde golos de John Jensen e Kim Vilfort, aliados a uma enorme exibição do guarda-redes Peter Schmeichel, garantiram o inesperado sucesso.
1996, fase de grupos: República Checa 2-1 Itália
Derrotada pela Alemanha no primeiro jogo do Grupo A e com a vice-campeã do Mundo de 1994 pela frente, a República Checa parecia ter uma enorme montanha para escalar. Mas a escalada tornou-se mais fácil quando Pavel Nedvěd inaugurou o marcador logo aos cinco minutos e, apesar de Enrico Chiesa não ter tardado a restabelecer a igualdade, a expulsão de Luigi Apollini, pouco antes do intervalo, abriu caminho ao triunfo checo. Radek Bejbl acabaria por marcar o golo do triunfo e lançar a sua selecção rumo a uma impressionante caminhada até à final.
2004, fase de grupos: Letónia 0-0 Alemanha
Sem nunca antes ter participado numa grande competição, dificilmente a Letónia poderia ter tido pela frente uma estreia mais complicada: Holanda, Alemanha e República Checa foram as suas adversárias no Grupo D do UEFA EURO 2004. Os letões arrancaram com uma derrota por 2-1 diante da selecção "laranja", seguindo-se o embate com a Alemanha, três vezes campeã europeia. Valente, organizada e disciplinada, a Letónia resistiu a todos os avanços germânicos e chegou mesmo a estar perto de uma estrondosa vitória, quando Māris Verpakovskis surgiu isolado na área contrária, perto do intervalo.
2004, final: Portugal 0-1 Grécia
Tão inesperado como o êxito da Dinamarca, 12 anos antes. A jogar em casa, com os grandes nomes da sua geração de ouro, como Luís Figo e Rui Costa, a aproximarem-se do fim das suas carreiras, com Deco e Ricardo Carvalho no pico da sua forma e com o jovem Cristiano Ronaldo a aparecer em grande nos palcos internacionais, Portugal estava preparado para festejar. A Grécia, contudo, vinha-se afirmando como a tomba-gigantes do torneio, onde se estreou logo com um triunfo por 2-1 sobre a selecção lusa, e repetiu o feito na final, graças a um golo de cabeça de Angelos Charisteas.