Dinamarca surpreende favorita Alemanha
domingo, 5 de outubro de 2003
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Dinamarca 2-0 Alemanha
Golos em cada parte de John Jensen e Kim Vilfort completaram o autêntico conto de fadas dinamarquês no EURO '92.
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Apesar do forte começo da Alemanha, um golo em cada parte de John Jensen e Kim Vilfort e uma grande exibição do guardião Peter Schmeichel fizeram com que a Dinamarca protagonisasse uma das grandes surpresas do futebol internacional ao vencer o Campeonato da Europa de 1992.
A Alemanha entrou forte como sempre, dominadora e obrigando Schmeichel a aplicar-se desde cedo, com o guarda-redes do Manchester United FC a negar o golo a Stefan Reuter e Guido Buchwald. A Dinamarca defendia como podia e chegou ao golo contra a corrente do jogo.
Vilfort desarmou Andreas Brehme, com a bola a sobrar para Flemming Povlsen, que centrou atrasado para Jensen. O médio não errou e disparou forte à entrada da area, fazendo a bola entrar apesar da tentativa desesperada de Stefan Effenberg para o impedir. Este foi o segundo golo de Jensen em 48 jogos pela selecção.
A Alemanha reagiu e tudo fez para chegar ao empate, mas Schmeichel, de novo, impediu Jürgen Klinsmann de marcar com uma grande defesa, voltando a negar o golo a Effenberg, numa fase em que a equipa de Berti Vogts enconstava o adversário às cordas. Depois do intervalo nada mudou, com Kent Nielsen a tirar a bola de cima da linha de golo quando Karlheinz Riedle se preparava para marcar, após centro de Klinsmann. O avançado do Inter quase marcou, mas viu outra vez Schmeichel impedir o pior, defendendo espectacularmente para canto o seu forte disparo de cabeça.
Parecia ser uma questão de tempo a bola entrar, o que aconteceria pouco depois, mas de novo na baliza alemã. Vilfort, que havia desperdiçado a única oportunidade de golo na segunda parte para a equipa de Richard Møller Nielsen, ao disparar ao lado, controlou a bola à entrada da área, sentou um alemão e atirou rasteiro, ao poste esquerdo, batendo Bodo Illgner e resolvendo a final.
Foi um final inesperado para um verdadeiro conto de fadas, pois Vilfort havia deixado o estágio da selecção em duas ocasiões durante a prova – faltando até a um jogo da fase de grupos – para visitar a sua filha de sete anos que sofria de leucemia.
Reacções
Peter Schmeichel, guarda-redes da Dinamarca: "Penso que percebi a importância do nosso feito quando estivemos na Câmara Municipal de Copenhaga. Foi inacreditável, realmente inacreditável. Nessa altura pensamos: 'Nós realmente fizemos isso, não é um sonho.' Não obtivemos grandes resultados antes de 1992 e foi algo estranho, mas não há uma mentalidade no deporto em que se assuma: 'queremos vencer isso, este é o nosso objectivo 'porque as pessoas estão a olhar para o que estamos a fazer."
Richard Møller Nielsen, seleccionador da Dinamarca: "Eu deveria estar a montar uma nova cozinha [em minha casa], mas depois fomos chamados para jogar na Suécia. A cozinha entretanto já está pronta. Agora tenho um decorador profissional para fazer isso."
Equipas
Dinamarca: Schmeichel; Christofte, K Nielsen, Piechnik, Lars Olsen (c), Sivebæk (Christiansen 66); Vilfort, Larsen, Jensen; Povlsen, Laudrup
Suplentes: Mølby, Elstrup, Frank, Krogh, P Nielsen, Bruun
Seleccionador: Richard Møller Nielsen
Alemanha: Illgner; Brehme (c), Helmer, Buchwald, Kohler, Reuter; Effenberg (Thom 80), Hässler, Sammer (Doll 46); Klinsmann, Riedle
Suplentes: Binz, Möller, Köpke, Frontzeck, Schulz, Wörns
Seleccionador: Berti Vogts
Árbitro: Bruno Galler (Suíça)