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Jacquet: de interino a campeão mundial

Aimé Jacquet deveria ser "treinador-interino" quando foi escolhido como seleccionador da França, há 20 anos, mas, cinco volvidos, ele e os gauleses estavam no topo do Mundo.

Aimé Jacquet é erguido juntamente com o troféu do Campeonato do Mundo, em 1998
Aimé Jacquet é erguido juntamente com o troféu do Campeonato do Mundo, em 1998 ©Getty Images

O UEFA.com assinala o 20º aniversário da escolha de Aimé Jacquet como treinador da França, uma caminhada que culminou com a conquista do Campeonato do Mundo em solo gaulês.

Jacquet assumiu o cargo em 1993 e ocupou-o durante 53 jogos, uma sequência que culminou num final de sonho, quando os "bleus" sagraram-se campeões mundiais, graças a um triunfo por 3-0 sobre o Brasil.

No entanto, a história foi bem diferente no seu início, após a França falhar o seu segundo Mundial consecutivo, em 1994. Depois da saída de Gérard Houllier, Jacquet, que era seu adjunto, foi o escolhido. "Apesar de ter feito parte da equipa técnica derrotada, era lógico apostarem em mim, pois deveria ser apenas a título interino", disse o veterano de 72 anos.

Jacquet beneficiou do facto de conhecer como ninguém o sistema francês e da sua experiência a nível sénior. "Estava há tempo suficiente na federação para poder aceitar o cargo com confiança. Cheguei com muito conhecimento e ambição. Para mim, era um sinal de reconhecimento e um grande desafio", continuou Jacquet.

O antigo avançado de França, Youri Djorkaeff
O antigo avançado de França, Youri Djorkaeff©Getty Images

O primeiro jogo de Jacquet revelou-se um sinal colectivo de alívio para a França, que derrotou a Itália em Nápoles. "Esse triunfo foi uma surpresa, considerando que a equipa foi composta à pressa", disse Jacquet. "No entanto, quando se começa bem, a confiança cresce."

No entanto, segundo alguns especialistas, foi o sucesso por 3-1 na Roménia, em jogo de qualificação para o EURO '96, que serviu de catalisador para os feitos gloriosos que se seguiram. "Até então tínhamos uma equipa estável, mas faltava-nos a chama para realizarmos uma grande exibição", disse Jacquet. "Mas isso aconteceu em Bucareste, frente a uma das melhores selecções da altura."

Apesar da eliminação na fase final do EURO '96, o trabalho de Jacquet não foi posto em causa e assistiu-se a período de mudança. "Fiz uma transição de gerações, passando a apostar em Djorkaeff, [Zinédine] Zidane e todos os jovens talentos gauleses. Foi uma nova era e devo dizer que tive a sorte de ter à minha disposição tanto talento", concluiu Jacquet.

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