Arsenal regressa à glória europeia

Dezoito anos após a conquista da Taça UEFA Feminina, o Arsenal conquistou o seu segundo título e - também o segundo de um clube de Inglaterra, frustrando a tentativa do Barcelona de conquistar o seu terceiro título consecutivo na final da UEFA Women's Champions League, em Lisboa.

O Arsenal começou na ronda 1, fase da qual nenhuma equipa tinha sequer chegado à final, e disputou 15 jogos, um feito sem precedentes, na sua campanha vitoriosa. Foi um grande contraste com o ano anterior, quando as Gunners perderam na final da ronda 1, nos penáltis, frente ao Paris FC, a primeira vez nas suas 16 participações até ao momento em que o Arsenal não tinha chegado pelo menos aos quartos-de-final.

A ronda 1 viu ainda outros nomes conhecidos a ficarem pelo caminho em 2024/25, incluindo o Ajax, que chegou aos quartos-de-final no ano anterior, e mais três equipas caíram na ronda 2 poucos meses depois de terem chegado aos quartos-de-final: Paris Saint-Germain (que chegou às meias-finais em 2023/24), Benfica (frente ao Hammarby, tal como o Galatasaray chegou à fase de grupos na estreia) e Häcken.

O Häcken perdeu com o Arsenal, que foi derrotado no jogo da primeira mão, e a reviravolta foi uma constante na campanha das Gunners. Na Jornada 1 da última fase de grupos neste formato, perderam por 5-2 ante o Bayern, mas Renée Slegers assumiu o comando, inicialmente como interina, e comandou a equipa a cinco vitórias, garantindo ao Arsenal a liderança do seu grupo.

O Barcelona também recuperou da derrota por 2-0 na estreia na defesa do título frente ao Manchester City e terminou em primeiro lugar, enquanto Lyon e Chelsea conquistaram um máximo de seis vitórias cada, à frente de Wolfsburg e Real Madrid, respectivamente. O Celtic foi a primeira equipa escocesa a chegar à fase de grupos, com o Galatasaray a garantir também a estreia da Turquia.

Todos os vencedores dos grupos avançaram dos quartos-de-final (o primeiro a ter três clubes do mesmo país, Inglaterra), mas ambas as equipas londrinas precisavam de reverter uma desvantagem de 2-0. O Arsenal, que, juntamente com o Lyon, chegou ao 16º jogo nos quartos-de-final, um recorde, foi o único clube a recuperar de uma derrota por dois golos de diferença anteriormente, nesta fase, frente ao Torres Terra Sarda em 2004/05. No entanto, uma vitória por 3-0 no jogo da segunda mão contra o Real Madrid manteve a campanha em andamento e, na noite seguinte, o Chelsea derrotou o Manchester City num estilo semelhante.

Pelo terceiro ano consecutivo, Barcelona e Chelsea defrontaram-se nas meias-finais, mas depois de vencerem os confrontos anteriores por 2-1 no total, as Blaugranas (numa sétima meia-final consecutiva, um recorde) estiveram na sua melhor forma, derrotando as Blues por 4-1 em ambos os jogos desta vez.

O Arsenal, por sua vez, teve de reverter um terceiro jogo da primeira mão sem precedentes, depois de uma derrota em casa por 2-1 com o Lyon. Mas as Gunners foram a França e venceram por 4-1 para garantir um encontro final frente ao Barcelona, em Lisboa.

O Barcelona, numa quinta final consecutiva, um recorde, era o favorito, mas o Arsenal estava longe de se deixar intimidar e marcou o único golo da final a 16 minutos do fim, quando Beth Mead assistiu a também recém-entrada Stina Blackstenius. Mariona Caldentey, que chegou ao Arsenal vinda do Barcelona no Verão anterior, conquistou a terceira vitória consecutiva na final.

Aitana Bonmatí foi eleita Jogadora da Época, também pelo terceiro ano consecutivo e, tal como em 2023/24, Melchie Dumornay, do Lyon, foi eleita Jogadora Jovem da Época. A colega de Aitana no Barcelona, Clàudia Pina, foi a melhor marcadora com dez golos.