Kika Nazareth fala do Barcelona, de Lisboa e dos seus interesses fora do relvado
quarta-feira, 21 de maio de 2025
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“Não acho que devamos comparar o futebol feminino com o masculino”, diz Kika Nazareth, do Barcelona, na quarta edição da revista de estilo de vida da UEFA Women's Champions League, Queenzine. “É um mundo diferente. E eu prefiro o meu."
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A final da UEFA Women's Champions League, em Lisboa, será uma ocasião agridoce para Kika Nazareth, do Barcelona, como explica na quarta edição da Queenzine.
A jogadora de 22 anos trocou o Benfica pelo Barcelona no Verão de 2024 e irá regressar à sua cidade natal para a final contra o Arsenal. No entanto, não poderá jogar devido uma grave lesão num tornozelo sofrida no início da campanha (embora vá torcer pelas suas companheiras de equipa a partir da bancada).
A final será disputada no Estádio José Alvalade, casa do Sporting CP, mas Kika Nazareth cresceu a apoiar o rival Benfica (e conta que a primeira vez que viu um jogo do clube tinha apenas três anos). “Não cresci a pensar: 'OK, um dia quero ser jogadora de futebol'”, afirma, lembrando que o pai foi jogador de râguebi. Contudo, a expansão dos horizontes do futebol feminino significa que ela tem agora uma carreira a fazer aquilo que mais gosta.
Jogar no Barcelona
Sei que sou boa jogadora, mas quando falamos do Barcelona e do mais alto nível, sentimos tudo. Porque é que eles me querem? Há muitas jogadoras no mundo. Porquê eu? Sei que tenho qualidade, sei o meu valor, sou também uma grande jogadora. Mas ter a oportunidade de jogar aqui...
Foi uma grande mudança, um passo enorme. Estava habituada a estar rodeada de pessoas e com a minha mãe e o meu pai. Agora estava completamente sozinha. Nova equipa, novo clube, novo horário – tudo era novo. O Barça não é apenas uma equipa, não é apenas um clube... Acho que estão a fazer história em todo o mundo.
Futebol feminino
Não creio que devamos comparar o futebol feminino com o futebol masculino. É um mundo diferente. E eu prefiro o meu. Há cinco, seis, sete anos, ninguém conhecia o futebol feminino em Portugal. Agora está a crescer. Tenho 22 anos, portanto sou muito nova. E sou privilegiada... o futebol feminino tem agora mais visibilidade.
Novo passatempo
Gosto muito de música. Não há uma resposta certa ou errada quando falamos de música. Tenho uma mente muito aberta.
Falei em ter aulas de guitarra. Não sou mágica, por isso não me peçam para tocar. Sei alguns acordes, mas quando saio da minha zona de conforto, fico nervosa. Um dia vou conseguir tocar guitarra, espero. Agora que estou lesionada, vejo alguns progressos. É espantoso como as coisas podem mudar em dois dias.
Ser competitiva
Gosto muito de jogar padel. Podia jogar um torneio. Ouvi dizer que a Cata Coll, a Cláudia Pina e a Patricia Guijarro são boas. A certa altura, disse à Cata: “Acho que te consigo ganhar”. E ela disse: “Não, não consegues”. E eu acabei por dizer: “Bom, quero defrontar-te.”
Quem é a melhor jogadora de padel do Barcelona? Gosto muito de jogar com a Esmee [Brugts]. E a pior? Vou dizer a Jana [Fernández]. Ela é a que tem mais potencial.
Portugal
Adoro Barcelona. Adoro estar aqui, mas não há nada como Lisboa. Eu vivia com a minha mãe, com o meu pai e com a minha família, por isso sou muito portuguesa. Gosto de ficar em casa, de comer comida portuguesa, de lutar com a minha irmã...
Em Portugal, costumava comer muito em casa, agora em Espanha, saio mais.
Do que é que sinto falta em Portugal? Qualquer sítio – Cascais, Guincho, a praia – tudo é fantástico. Já viajei muito nos meus 22 anos, mas o pôr-do-sol em Portugal... é lindo.
Final da Women's Champions League em Lisboa
Estou muito entusiasmada. Acabei de assinar pela melhor equipa do mundo. E a final vai ser em Lisboa, na minha terra natal. Não sabia que a final ia ser em Lisboa. Mas quando descobrimos... foi uma loucura.