Arsenal - Barcelona, final da UEFA Women's Champions League: saiba mais
segunda-feira, 5 de maio de 2025
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O Arsenal ambiciona o seu segundo título após 18 anos de jejum, enquanto o Barcelona tenta o terceiro seguido: confira os destaques para o jogo em Lisboa a 24 de Maio.
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O Arsenal defronta o campeão Barcelona na final da UEFA Women's Champions League de 2025, no sábado, dia 24 de Maio, às 17h00 (de Portugal Continental).
Escolhemos alguns temas importantes para seguir no Estádio José Alvalade, em Lisboa.
A transformação completa do Barcelona
O Barcelona estreou-se nas competições europeias em 2012/13, após conquistar o primeiro título espanhol, tendo sido transformado por Xavi Llorens, antigo treinador dos escalões de formação, nomeado durante 2006/07, quando a equipa estava na segunda divisão. O primeiro adversário, nos 16 avos-de-final, foi a formação inglesa, vencedora da antiga Taça UEFA Feminina na mesma época em que o Barcelona foi despromovido. Poucos ficaram surpreendidos quando as Gunners venceram na Catalunha por 3-0 e por 4-0 uma semana depois.
Quando os clubes se voltaram a encontrar, na fase de grupos de 2021/22, muito tinha mudado. O domínio das inglesas tinha terminado há muito tempo, enquanto o Barça era o actual campeão europeu e tinha-se estabelecido como uma das equipas mais fortes no futebol feminino. Dessa vez foram as catalãs a não darem hipóteses, vencendo por 4-1 em casa e por 4-0 fora. Apesar de ter perdido a final nessa época, frente ao Lyon, venceu as duas seguintes e vai agora disputar a sua quinta final seguida, um recorde partilhado na prova, e que vai coincidir com o seu 100º jogo no torneio, e logo contra o adversário com o qual tudo começou.
O Barcelona perdeu por 2-0 com o Manchester City na Jornada 1, mas desde então venceu nove jogos consecutivos, marcando 44 golos (menos um do que o recorde de uma só temporada), e após a eliminação concludente do Wolfsburg nos quartos-de-final, com um resultado total de 10-2, seguiu-se outra igualmente imperial, ante o também londrino Chelsea, com dois triunfos por 4-1. Aitana Bonmatí, Caroline Graham Hansen e Alexia Putellas arrasaram o Chelsea quando o Barcelona conseguiu o seu primeiro título europeu, em 2021, e esta temporada estão também em grande forma, tal como Ewa Pajor, Clàudia Pina e Salma Paralluelo, as goleadoras de serviço. Passou pouco mais de uma década desde a sua estreia europeia e agora o Barcelona, frente ao mesmo adversário da estreia, é visto como bastante favorito a sagrar-se tetracampeão.
Arsenal - Barcelona: jogos anteriores
Fase de grupos de 2021/22: Barcelona 4-1 Arsenal, Arsenal 0-4 Barcelona
Dezasseis avos-de-final de 2012/13: Barcelona 0-7agg Arsenal (primeira mão 0-3, segunda mão 0-4)
Equipa listada em primeiro disputou a primeira mão em casa em eliminatórias a duas mãos
Adversidade fortalece Arsenal
A estreia europeia do Arsenal na edição inaugural da Taça UEFA Feminina, em 2001/02, ocorreu mais de uma década antes da do Barcelona, e o facto de ter chegado aos quartos-de-final pela 16ª vez sublinha a sua longevidade a este nível. No entanto, apesar de também terem disputado oito meias-finais, esta é apenas a segunda final das Gunners, 18 anos depois da primeira. O adversário, o Umeå, era provavelmente um favorito ainda maior do que o Barcelona será para muitos em Lisboa, mas o Arsenal, ainda em regime semi-profissional, surpreendeu as mais profissionalizadas suecas, triunfando por 1-0 após duas mãos. O remate de longe de Alex Scott à beira do fim na primeira mão foi suficiente para uma equipa onde pontificava a brasileira Marta, uma das melhores jogadoras de sempre.
As Gunners mostraram um espírito semelhante nesta campanha. Na época passada, foram eliminadas na ronda 1, mas desta vez tornaram-se no primeiro clube a chegar à final a partir da fase de qualificação, somando 15 jogos, número que bateu o recorde anterior (13). Além disso, em todos os duelos a duas mãos, frente a Häcken (ronda 2), Real Madrid (quartos-de-final) e, talvez o mais surpreendente, Lyon (meias-finais), recuperou de derrotas no primeiro jogo.
Mesmo na fase de grupos, perdeu por 5-2 com o Bayern, na Jornada 1, e ainda assim venceu o grupo. Na véspera da segunda jornada, o treinador Jonas Eidevall demitiu-se, mas Renée Slegers, a sua adjunta, assumiu o comando da equipa de forma brilhante. Graças a um futebol ofensivo, a antiga jogadora neerlandesa pode tornar-se no segundo "estrangeiro" a conquistar o título, imitando o feito do inglês Colin Bell em 2015, com o Frankfurt.
Considerações tácticas
Considerando que o Barcelona marcou pelo menos três golos em cada uma das nove vitórias consecutivas rumo à final, a questão é se o Arsenal conseguirá travar este ritmo. A avançada Pina, melhor marcador desta edição, com dez golos, nem sequer é titular absoluta, com a polaca Pajor, reforço de Verão Pajor, a ser a ponta-de-lança habitual e a corresponder com golos, auxiliada por Graham Hansen e Paralluelo nas alas, e com Bonmatí e Putellas a darem um apoio precioso desde o meio-campo.
Uma das mudanças tácticas de Slegers foi passar Steph Catley da lateral para o centro da defesa, para acompanhar Leah Williamson, embora Laia Codina, antiga jogadora do Barcelona, seja outra opção bastante válida. Catley e Williamson entendem-se bem e a destreza da lateral australiana significa que pode deslocar-se mais para a esquerda e permitir que Katie McCabe avance (Emily Fox, no outro flanco, também pode pressionar no ataque). O Barcelona, claro, tentará pressionar o Arsenal, mas as Gunners podem responder e Kim Little, no meio-campo, também é vital para manter a organização da equipa.
Mariona Caldentey, que teve um contributo importante nos três títulos europeus ganhos pelo Barça, está agora no Arsenal e passou de ter uma função mais ofensiva para alinhar ao lado de Little no centro do meio-campo. Patri Guijarro, sua antiga colega nas catalãs, terá a importante tarefa de acompanhar a sua companheira de selecção, tendo a vantagem de a conhecer bem. O ataque do Arsenal centra-se em Alessia Russo, que está a realizar uma excelente temporada, com as alas Caitlin Foord, Chloe Kelly (contratada por empréstimo ao Manchester City em Janeiro) e Beth Mead, além de Frida Maanum posição de Nº10, a serem apoios importantes. Mapi León e Irene Paredes, na defesa do Barcelona, tentarão mantê-las longe da sua área, tal como fizeram frente às também inglesas do Chelsea nas meias-finais.