Prolongamento dá quinto título ao Lyon
domingo, 3 de junho de 2018
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O Lyon tornou-se no primeiro clube a conquistar por cinco vezes o troféu e também o primeiro a erguê-lo três vezes seguidas, mas teve de recuperar de uma desvantagem num prolongamento frenético ante o Wolfsburgo em Kiev.
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Quando uns equilibrados 90 minutos chegaram ao fim com o resultado em 0-0 na final de Kiev, entre Lyon e Wolfsburgo, pensou-se que a decisão acabaria por seguir pela terceira vez consecutiva para um desempate por pontapés da marca de grande penalidade.
O Lyon tinha derrotado o Wolfsburgo nos penalties em 2016 após uma igualdade 1-1 e batido o Paris Saint-Germain pelo mesmo 12 meses depois, após um nulo ao fim de 120 minutos. O Lyon acabou mesmo por se tornar na primeira equipa a conquistar três vezes seguidas a coroa da UEFA Women's Champions League e o primeiro a ostentá-la cinco vezes no total – e desta feita, afinal, nem necessitou dos penalties.
Porém, foi o Wolfsburgo o primeiro a marcar, com Pernille Harder a dar vantagem à turma germânica, que assim se tornou na primeira equipa a estar na frente de uma final diante do Lyon desde que ela mesma havia batido a formação gaulesa por 1-0 na final de 2013. Mas, no espaço de dez minutos, o Lyon deu a volta a colocou-se a vencer por 3-1. Sempre determinante no Wolfsburgo, Alex Popp viu o cartão vermelho e, logo depois, as francesas apontaram três golos de rajada, assinados por Amandine Henry, Eugénie Le Sommer e Ada Hegerberg, que passou a ser a primeira jogadora a atingir os 15 golos numa só edição da prova.
Dois desses três golos nasceram de assistências de Shanice van de Sanden, que tinha saltado do banco após o Wolfsburgo ganhar vantagem. E a jogadora holandesa, vencedora do UEFA Women's EURO 2017, acabaria por completar o seu "hat-trick" de assistências com o passe para o golo da também suplente Camille Abily, que fez o 4-1 final. Foi um momento especial para Abily, que tinha já anunciado o seu adeus no final da temporada, ao fim de um número recorde de 81 jogos na prova, e que com esse golo se tornou na primeira jogadora a chegar aos 43 por um só clube na competição.
A vitória permitiu ao Lyon fixar um novo máximo de títulos na prova, cinco, e deixar para trás o registo de quatro que partilhava com o FFC Frankfurt. Abily, Le Sommer, Sarah Bouhaddi e Wendie Renard também conseguiram novos marcos, ao terem alinhado em todas essas cinco finais; Bouhaddi e Renard, por seu lado, estiveram em todas as sete finais jogadas pelo Lyon, igualmente um feito sem precedentes (para jogadoras ou clubes).
No global, foi igualmente uma época de recordes. O número de 61 equipas participantes - entre elas o estreante Sporting CP como representante português - constituiu um novo máximo, enquanto Anja Mittag, do Rosengård, logrou tornar-se, ainda nos 16 avos-de-final, na primeira jogadora a chegar aos 50 golos nas provas femininas de clubes da UEFA. Com Slavia Praha e Sparta Praha, a República Checa também fez história ao ser o primeiro país a contar com duas equipas da mesma cidade nos oitavos-de-final, enquanto Manchester City e Chelsea permitiram à Inglaterra tornar-se no quarto país a ter duas equipas entre os quatro semifinalistas, feito que anteriormente só França, Alemanha e Suécia tinham conseguido.
Por fim, foi a terceira final entre Lyon e Wolfsburgo, depois das finais de 2013 e 2016, com os dois clubes mais dominadores da prova nesta década a igualarem o recorde fixado pelos dois clubes que dominaram a competição na década de 2000 – Frankfurt e Umeå (que mediram forças nas finais de 2002, 2004 e 2008). O jogo decisivo, em Kiev, foi presenciado por 14237 espectadores, que assistiram ao prolongamento com mais golos da história de qualquer final de competições de futebol da UEFA.