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Crónica de um adeus anunciado

Alemanha 0-1 Portugal
A selecção portuguesa disse adeus à competição, isto apesar de ter batido a Alemanha com um golo de João Moutinho.

Portugal despediu-se esta noite do Campeonato da Europa de Sub-21, apesar de ter batido a Alemanha, por 1-0, em partida relativa à derradeira jornada do Grupo A. A selecção portuguesa, que precisava de vencer por três golos de diferença, terminou no quarto e último lugar, enquanto o seu adversário neste jogo também foi eliminado. França e Sérvia e Montenegro seguem em frente.

Mexer para vencer
Como já tinha acontecido da primeira para a segunda jornada, Agostinho Oliveira mudou meia equipa para o embate com os germânicos. Os lesionados Bruno Vale e Hugo Almeida ficaram afastados da grande decisão, ao passo que Filipe Oliveira, o suspenso Semedo e Diogo Valente também foram preteridos, entrando no "onze" Daniel Fernandes, Nélson, Rolando, Nuno Morais, Custódio (este uma estreia absoluta na prova) e João Moutinho. Quanto à "nationalelf", o técnico Dieter Eilts reservou igualmente quatro novidades, sendo de destacar os regressos de Polanski e de Nando Rafael, avançado nascido em Angola.

Motivação extra
Arrepiado e motivado pelo apoio inicial do público que até aqui ainda não se tinha visto, Portugal desde muito cedo revelou apetite insaciável pela baliza adversária. E apesar de alguma atrapalhação inerente ao desejo de chegar o mais rápido possível ao golo, a verdade é que os anfitriões lançaram o primeiro aviso logo aos seis minutos. Manuel Fernandes aproveitou uma bola perdida à entrada da grande área germânica e desferiu um remate em jeito com o pé direito, obrigando o guardião Michael Rensing a uma defesa para canto. A cerebral equipa alemã apenas tentava o ataque pela certa, mas quando o fazia punha quase sempre a nu algumas das fragilidades defensivas do seu adversário.

Fantasmas antigos
O maestro dos germânicos, Polanski, viu o seu remate de pé esquerdo ser detido por Daniel Fernandes aos 14 minutos, três antes de Nando Rafael quase surpreender o guardião português com um "chapéu" do meio-campo. O espectro do que havia acontecido nos dois encontros anteriores começou a pairar nos adeptos e jogadores portugueses, mas um assomo de brio permitiu recuperar o controlo da partida, muito por culpa da irreverência de Varela na frente de ataque. Quaresma também começou a aparecer mais, sendo que o extremo do FC Porto não ficou muito longe do golo aos 30 minutos, quando rematou ligeiramente ao lado do poste. A resposta alemã surgiu logo de seguida, com Hilbert a acertar nas malhas laterais na sequência de um disparo de longe.

Argumentos escasseiam
O intervalo chegou com a mesma rapidez com que se diluiam as esperanças portuguesas de lutar pelo apuramento, embora com a particularidade da melhor oportunidade antes do descanso ter pertencido à Alemanha, que viu Nando Rafael rematar com muito perigo por cima da barra, depois de escapar ao seu marcador directo. Ciente de que nada tinha a perder, Agostinho Oliveira deixou Manuel Fernandes nos balneários e juntou Lourenço a Varela na frente de ataque, numa tentativa de encostar o adversário às cordas. Contudo, a intenção não passou disso mesmo, com a desinspiração e falta de ideias a falarem mais alto do que a vontade de vencer.

Luz ao fundo do túnel...
Polanski abriu as hostilidades com um disparo que obrigou Daniel Fernandes a uma defesa atenta, instantes antes de Portugal gizar uma das raras jogadas de entendimento da etapa complementar. Varela descobriu bem Lourenço no interior da área alemã, mas o passe atrasado do avançado foi interceptado numa altura em que o golo português parecia finalmente possível. O lance teve o condão de acordar momentamente os anfitriões, que poderiam ter feito bem melhor aos 57 e 59 minutos, quando Quaresma rematou à figura de Rensing e Raul Meireles cabeceou ligeiramente ao lado. Mais tarde, aos 64 minutos, foi a vez de Varela dar a sensação de golo, ao cabecear a rasar o poste.

Cronómetro não perdoa
O mesmo Varela pensou que tinha conquistado uma grande penalidade ao minuto 69, mas o árbitro da partida considerou que o guardião alemão não fez falta passível para o castigo máximo. No entanto, o desalento e a falta de forças da equipa portuguesa eram já bem evidentes, perante uma Alemanha que sabia perfeitamente que o empate era sinónimo de enorme festa, em função da vitória da França frente à Sérvia e Montenegro, em Braga. Outra nota de destaque foi para um lance que envolveu Quaresma e Rensing, com os dois jogadores a verem o cartão amarelo e o guarda-redes a ser obrigado a sair, devido a lesão numa mão.

Enfim o golo
E quando já se jogava o tempo de compensação, Nani protagonizou uma incursão pela esquerda e cruzou para o remate espectacular de João Moutinho, com o médio do Sporting a conseguir finalmente o que a equipa portuguesa havia procurado durante 270 minutos: um golo. Apesar de Portugal ainda ter desperdiçado duas ocasiões para voltar a facturar, era já demasiado tarde. Valeu a vitória...

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