De la Fuente e o triunfo da Espanha na Nations League em 2023
segunda-feira, 19 de agosto de 2024
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Antes do arranque da edição 2024/25, o seleccionador da Espanha recorda a caminhada gloriosa na UEFA Nations League em 2023, as figuras-chave do triunfo e a ambição de mais sucesso.
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Não faltou pressão sob Luis de la Fuente quando assumiu o comando da Espanha após a eliminação nos oitavos-de-final do Campeonato do Mundo de 2022. No entanto, demorou apenas sete meses para quebrar o jejum de títulos do país, com a conquista da UEFA Nations League, e no ano seguinte ganhou o UEFA EURO 2024. Agora que está prestes a defender o primeiro desses títulos, recorda o troféu ganho nos Países Baixos.
A Espanha marcou cedo mas a campeã europeia Itália respondeu rapidamente. Chegar a novo golo foi um teste à capacidade de resiliência e carácter da equipa.
É preciso saber manter a calma e controlar as suas emoções porque isso ajuda a tomar decisões racionais. Tinha dito aos jogadores que se deviam focar primeiro neles e na equipa, e só depois no adversário, e que com o seu talento as coisas acabariam por fluir. Concebia um plano de jogo adequado aos jogadores e isso deu-me credibilidade e a confiança deles, e com isso formámos uma equipa sólida e determinada.
Aos 88 minutos Joselu, que se estreou pela Espanha no primeiro jogo de De la Fuente, marcou um golo decisivo.
Ele possui uma característica incrível, que é saber estar no sítio sítio certo à hora certa. Logo no primeiro jogo connosco marcou dois golos. É um jogador calmo sob pressão e que sabia que, ao ter a nossa confiança isso aumentava a sua ainda mais.
Rodri foi elemento fundamental na campanha vitoriosa, com a curiosidade de, após ter sido Melhor em Campo na final da Champions League e Jogador do Torneio dessa prova, ter repetido as distinções na Nations League.
É o melhor médio-centro do mundo, o Nº6 mais completo. Sabe como atacar, conhece todos os segredos sobre como defender e é trabalhador. Resumindo, é puro talento. E além disso é uma excelente pessoa, com uma humildade incrível que lhe permite estar sempre a evoluir.
A Croácia foi o adversário da final mas o vencedor não ficou resolvido no tempo regulamentar nem no prolongamento.
O nosso principal objectivo era criar um espírito de equipa forte e unir os jogadores em torno de um: ganhar a Nations League. Sabendo à partida que iam ser dois jogos complicados, ter isso era fundamental. Os jogadores deram o seu melhor em prolo do colectivo e graças a isso conseguimos superar todas as dificuldades.
A decisão seguiu para o desempate por grandes penalidades, mas a Espanha estava determinada em ultrapassar a desilusão de 2021. Apesar de Aymeric Laporte ter falhado a sua tentativa, Unai Simón travou dois remates e Dani Carvajal converteu a tentativa decisiva.
Na tentativa de conseguir melhor do que na edição anterior, não deixámos nada ao acaso e trabalhámos todos os aspectos e detalhes, mesmo o mais ínfimo. No entanto, o facto do Dani ter sido o último a marcar foi puro instinto. Ele estava convicto de que iria marcar e eu consegui perceber, por isso não o contrariei. E o certo é que foi um remate de grande nível.
A defesa do título frente a Dinamarca, Suíça e Sérvia.
Quando falámos pela primeira vez sobre o que queríamos alcançar, mais do que títulos, o que queríamos era ser uma grande equipa, com um futebol atractivo. Acredito que estamos no bom caminho para o conseguir. Há sempre espaço para melhorar e queremos ser mais imprevisíveis e ter mais soluções para ultrapassar os obstáculos que os adversários nos colocarem. É ténue a linha que separa o sucesso do insucesso, mas partimos para esta edição com plena confiança que podemos voltar a ganhar.