"Jogo perfeito" para André Lima

O treinador do Benfica, André Lima, enalteceu o jogo “perfeito” da sua equipa que permitiu aos "encarnados" derrotarem o Interviú Madrid na final da Taça UEFA de Futsal, por 3-2, após prolongamento, enquanto Davi, vencedor da prova em 2005 pelo Action Chaleroi e autor do tento da vitória no tempo extra, além de ter sido considerado o Melhor em Campo Seat, não tem dúvida de que este foi "o golo mais importante da minha carreira". Para o técnico do até então detentor do título, Jesús Candelas, o Benfica foi um "justo vencedor".

André Lima, treinador do Benfica
Acho que não aproveitámos bem os erros do adversário [lance infeliz de Amado no terceiro tento], porque o jogo nem devia ter ido a prolongamento. Além de ter sido justos vencedores estivemos sempre melhores no jogo. Não é por perderem com o Benfica que deixam de ser, para mim, a melhor equipa do mundo. Valorizaram muito este título e estou muito feliz por além de ser campeão europeu pelo Benfica num pavilhão com esta moldura humana. Conseguimos anular o jogo forte do pivot (Betão) e tirar alguma vantagem, mas penso sobretudo que foi um excelente jogo. Aliás, foram dois jogos espectaculares, tanto o de sexta-feira com o de domingo. Esta exibição roçou o perfeito. O mais importante agora é desfrutar com os jogadores. Hoje aconteceu uma coisa muito especial.

Jesús Candelas, treinador do Interviú
As minhas primeiras palavras são para felicitar o campeão. Não vale a pena dizer que não é justo, é o campeão e o campeão é sempre um justo vencedor. O ritmo do jogo impuseram-no eles, cortando os lances, e nós também nos deixámos levar nessa dinâmica que em nada nos beneficiava. Evidentemente que nos faltou mais atrevimento, um metro ou um segundo mais, porque houve momentos em que apenas nos faltou isso. Sempre quis ter adeptos com os que vimos hoje esta noite aqui. O balneário está completamente abatido. É um momento difícil, porque sabem que estivemos muito perto, tal como o Benfica, porque o jogo foi muito dividido. Infelizmente, as expectativas durante o encontro eram muito elevadas e isto foi um duro golpe anímico.

Ricardinho, jogador do Benfica
O Benfica mostrou estar mais maduro. O Interviú é das melhores equipas do mundo, é a das selecções brasileira e espanhola, mas nós também somos a base da portuguesa. Mostrámos que estamos a crescer e espero que continuemos neste ritmo. É muito bom trazer títulos para Portugal. Estes adeptos são espectaculares. Só temos de lhes fazer uma vénia, como eu fiz, mas acho que não foram suficientes. Eles são demais. A chave do jogo foi a maneira como defendemos o pivot deles, o Betão. Sabíamos que era um grande jogador e conseguimos anulá-lo. O prémio [Melhor em Campo Seat] é merecidíssimo para o Davi, pois fez uma partida espectacular. Fomos uma verdadeira equipa, com espírito de grupo. Os minutos finais são os mais difíceis. Parece que não passam. Tivemos a estrelinha de campeão que nos faltou em 2004.

Jordi Torras, jogador do Interviú
As duas equipas dignificaram a final. Infelizmente não conseguimos o título, mas o jogo foi muito bonito e competitivo. As coisas não estão a correr bem esta temporada. Jogámos bem, mas o Benfica esteve melhor e há que dar-lhes do crédito. Aprendemos sempre com as derrotas. Uma equipa como o Inter está farta de disputar jogos como este e ganhar títulos, mas sobretudo temos de não cometer erros. Jogou-se futsal de alto nível. O torneio foi muito bom.

Schumacher, jogador do Interviú
O jogo foi muito equilibrado. Aceitámos demasiado o jogo que do Benfica estava a fazer, e fez muito bem durante todo o encontro. Preocupámo-nos muito em defender, acho que devíamos ter marcado mais à frente. Mas acho que o Benfica foi melhor, teve mais oportunidades do que nós e mereceu vencer. Só tenho que dar os parabéns ao Benfica. O futsal está a crescer e a torcida do Benfica está de parabéns; respeita os jogadores. Vimos de três troféus perdidos, a SuperTaça, Taça e agora este, mas agora temos de levantar a cabeça porque vem aí o “play-off” da Liga. Ganhámos bastantes títulos durante dez anos e chega a hora em que é preciso também saber perder.