Valência está preparado
quinta-feira, 1 de abril de 2010
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Quique Flores admite que o Mestalla, estádio do Valência, lhe traz boas recordações e uma "emoção especial", mas tudo isso será posto de parte quando orientar o Atlético de Madrid esta quinta-feira.
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Quique Sánchez Flores, treinador do Club Atlético de Madrid, conhece o Valencia CF por dentro, mas acredita que, pela forma como as equipas jogam, o embate dos quartos-de-final da UEFA Europa League representa um passo rumo ao desconhecido.
"O Mestalla é um local que me dá sentimentos únicos e não o escondo", disse o técnico de 45 anos, que passou grande parte da sua carreira como lateral-esquerdo no Valência, equipa que depois treinou, entre 2005 e 2007. "É o único sítio onde sinto essa emoção especial. Aprendi muito aqui". E os encontros entre as duas equipas na presente época confirmam isso, com o Atlético, mesmo mal classificado na Liga, a somar quatro pontos nos dois jogos, incluindo uma goleada por 4-1 na capital espanhola, em Fevereiro.
O registo entre as duas equipas desde a primeira vez que se defrontaram, em 1935, antevê uma partida equilibrada. "São duas equipas com bastante poderio ofensivo", disse Quique Flores. "Jogos loucos, com constantes alterações no marcador, bons para os espectadores, mas não para os treinadores. Mas se isso voltar a acontecer esperamos tomar as decisões certas nos momentos decisivos". O Atlético não pode contar com José Antonio Reyes e Juan Valera, depois de a dupla ter sofrido lesões no jogo de sábado, perdido frente ao Real Madrid CF, por 3-2. Juanito é baixa de última hora, devido a uma gastroenterite, mas o seu treinador acha que os seus problemas são menores quando comparados com os de Unai Emery.
O Valência tem sido assolado por lesões, especialmente no sector defensivo, onde Miguel, Carlos Marchena, Jérémy Mathieu e David Navarro são baixas confirmadas. Alexis está em dúvida, depois de esta quarta-feira ter sofrido uma lesão na canela durante o treino, tendo 50 por cento de hipóteses de alinhar na primeira mão. Ainda assim, o optimismo de Emery assenta que nem uma luva no homem cuja equipa não perde há 11 jogos nas competições europeias. "A nossa ambição nesta competição tem vindo a crescer", afirmou o técnico de 38 anos, que também não pode contar com o castigado Éver Banega. "Não creio que o jogo da primeira mão vá definir o vencedor da eliminatória, mas vamos tentar impor o nosso estilo de jogo".
Foi algo que não conseguiram fazer no domingo passado, quando perderam por 3-0 em casa do Real Zaragoza, 14 lugares abaixo na classificação da Liga. O emblemático David Villa ficou de fora, devido a lesão, mas está apto para o jogo desta quinta-feira e desejoso de aumentar a sua conta pessoal de cinco golos na UEFA Europa League desta época. Apesar disso, Emery está mais interessado no seu sector recuado – o que é compreensível, dado o número de ausências. "Os golos fora contam a dobrar, por isso não os podemos sofrer", disse. "Temos que ser inteligentes e ter em mente o segundo jogo, porque a eliminatória dura 180 minutos. Vamos dar o nosso melhor".