Capitães das selecções vencedoras do EURO: Chiellini, Ronaldo, Casillas e outros
sexta-feira, 10 de julho de 2020
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Conhece o nome dos 15 capitães que venceram o EURO? Qual o mais velho e o mais jovem? E quem ergueu por duas vezes o troféu?
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O UEFA.com destaca os 15 capitães vencedores do EURO.
Capitães vencedores do EURO
1960: Igor Netto (URSS)
1964: Ferran Olivella (Espanha)
1968: Giacinto Facchetti (Itália)
1972: Franz Beckenbauer (República Federal da Alemanha)
1976: Anton Ondruš (Checoslováquia)
1980: Bernard Dietz (República Federal da Alemanha)
1984: Michel Platini (França)
1988: Ruud Gullit (Países Baixos)
1992: Lars Olsen (Dinamarca)
1996: Jürgen Klinsmann (Alemanha)
2000: Didier Deschamps (França)
2004: Theodoros Zagorakis (Grécia)
2008 e 2012: Iker Casillas (Espanha)
2016: Cristiano Ronaldo (Portugal)
2020: Giorgio Chiellini (Itália)
Mais jovem capitão vencedor do EURO
25 anos e 298 dias Ruud Gullit (Países Baixos, 1988)
Mais velho capitão vencedor do EURO
36 anos e 331 dias Giorgio Chiellini (Itália, 2020)
Cinco dos últimos oito capitães vencedores do EURO tinham 31 anos!
Capitães vencedores do EURO por posição
2 Guarda-redes
7 Defesas
3 Médios
4 Avançados
Capitães vencedores do EURO por clube
3 Real Madrid
2 Bayern, Juventus
1 Spartak Moscovo, Barcelona, Inter, Slovan Bratislava, Duisburgo, Milan, Trabzonspor, Chelsea, AEK Atenas
1960: Igor Netto (URSS)
Netto levou o seu país à glória nos Jogos Olímpicos de Melbourne de 1956 e no EURO inaugural, em França. Líder inspirador e futebolista excepcional, o versátil centro-campista é, provavelmente, mais lembrado por um acto extraordinário de desportivismo no Campeonato do Mundo da FIFA de 1962, quando disse ao árbitro para anular um golo contra o Uruguai porque a bola tinha entrado pelo lado de fora da rede. A dedicação de Netto ao Spartak Moscovo deu-lhe cinco campeonatos da URSS e três taças nacionais.
1964: Ferran Olivella (Espanha)
Embora tenha feito apenas 18 jogos pela Espanha, o guarda-redes do Barcelona foi o capitão do seu país no EURO 1964 e desempenhou o papel com disciplina e autoridade. Nascido e criado na Catalunha, Olivella passou toda a sua carreira no Barcelona, clube pelo qual fez 513 partidas oficiais entre 1956 e 1969. Estreou-se numa vitória por 5-0 contra a Bélgica, em Bruxelas, em Março de 1957, tendo realizado o derradeiro encontro pela Espanha numa derrota em casa diante de Inglaterra, em casa, em Dezembro de 1965.
1968: Giacinto Facchetti (Itália)
Fachetti foi um dos melhores laterais-esquerdos alguma vez visto, e o coração e a alma do Inter durante quase meio século. Capitão de equipa em meados da década de 1960, fez 634 jogos oficiais e marcou 75 golo pelos "nerazzurri". Ao mesmo tempo, com o número 10 nas costas, foi o capitão da Itália na vitória no EURO 1968. Foi ele que escolheu a face certa após o desempate por moeda ao ar no empate sem golos com a União que permitiu aos italianos apurarem-se para a final.
1972: Franz Beckenbauer (República Federal da Alemanha)
Ídolo da história do futebol, Beckenbauer confirmou todo o seu potencial na cena internacional quando capitaneou a República Federal da Alemanha (RFA) rumo ao seu primeiro título no EURO. Comandando as operações no seu novo papel de líbero, ajudou a sua equipa a ganhar em 1972 e, dois anos depois, a juntar-lhe a conquista do Campeonato do Mundo em casa. Beckenbauer também levou o Bayern, clube da cidade onde nasceu, Munique, à tripla de vitórias seguidas na Taça dos Campeões (1974-76) e foi duas vezes eleito Futebolista Europeu do Ano, em 1972 e 1976.
1976: Anton Ondruš (Checoslováquia)
Ondruš deu o exemplo na Jugoslávia, em 1976. Em excelente plano contra os Países Baixos e a República Federal da Alemanha, o esguio e forte defesa-central dominava especialmente em lances de bola pelo ar. Marcou o golo de abertura contra os holandeses com um cabeceamento fulminante e, apesar de ter marcado o auto-golo do empate, após desviar um cruzamento de Ruud Geels, redimiu-se ao converter a terceira tentativa no desempate por grandes penalidades diante da RFA na final.
1980: Bernard Dietz (República Federal da Alemanha)
Dietz era um líder forte, embora discreto, e um elemento fundamental da equipa campeã de Jupp Derwall. De facto, o treinador valorizou tanto o seu capitão e lateral-esquerdo que o fez descansar no terceiro jogo da fase de grupos contra a Grécia, já que se fosse admoestado falharia a final. Estrela no Duisburgo, pelo qual nas posições de líbero, lateral e médio-defensivo, Dietz fez 53 partidas pela selecção e representou a RFA no EURO '76, prova na qual chegou à final, e no Mundial 1978.
1984: Michel Platini (França)
Platini superou todas as expectativas quando capitaneou a França na conquista do seu primeiro troféu internacional, tendo marcado em todas as cinco partidas, incluindo dois "hat-trick" consecutivos diante da Bélgica e da Jugoslávia. Os outros três golos do médio-ofensivo valeram todos o triunfo à sua equipa, incluindo os da meia-final frente a Portugal e na final contra a Espanha. Tendo sido o melhor marcador da Serie A pela Juventus, campeã da Itália, pouco antes do torneio, Platini revalidou a Bola de Ouro e tornou-se no único jogador a vencê-la em três anos seguidos. Apontou 41 golos em 71 jogos pela selecção gaulesa.
1988: Ruud Gullit (Países Baixos)
Gullit foi um dos jogadores mais ilustres do continente. Futebolistas Europeu do Ano em 1987, o jogador alto e com tranças no cabelo inspirou o Milan no seu primeiro título no campeonato em nove anos e capitaneou os Países Baixos na conquista do seu primeiro grande troféu internacional em 1988, tendo assinado o primeiro golo da final frente à União Soviética. Atacante versátil, Gullit conquistou duas Taças dos Campeões pelo Milan e três Scudettos, além dos títulos ganhos na Eredivisie. Terminou a sua carreira internacional em 1994, com 66 internacionalizações e 17 golos.
1992: Lars Olsen (Dinamarca)
O capitão da Dinamarca viajou da Turquia para a Escandinávia quando soube da reintegração tardia do seu país no EURO '92. A paixão e a liderança do médio-centro – jogou todos os minutos na Suécia – ajudaram a inspirar a equipa a um dos sucessos mais improváveis de todos os tempos. Olsen recebeu o telefonema quando estava no Trabzonspor, para onde se mudou após seis temporadas fantásticas no Brøndby que renderam cinco títulos da liga. Terminou a carreira com 84 partidas pela selecção, incluindo um recorde de 69 como capitão.
1996: Jürgen Klinsmann (Alemanha)
Numa carreira que incluiu a vitória no Campeonato do Mundo de 1990 e 47 golos em 108 jogos pela selecção, Klinsmann viveu, sem dúvida, o seu melhor momento no EURO '96. Com Lothar Matthäus lesionado, foi o capitão da equipa na prova em Inglaterra e deu o exemplo ao marcar três golos e jogando a final, apesar de uma distensão nos gémeos. Terminou em alta a temporada, na qual assinou 15 golos na campanha vitoriosa do Bayern na Taça UEFA. Klinsmann marcou golos em todos os grandes torneios em que participou.
2000: Didier Deschamps (França)
Primeiro capitão a erguer o troféu do Campeonato do Mundo pela França, Deschamps juntou-lhe a Taça Henri Delaunay dois anos depois, num torneio em que se tornou no primeiro francês a alcançar 100 internacionalizações. O batalhador médio a quem um dia Eric Cantona chamou de "transportador de água" não se saiu nada mal. Vencedor da UEFA Champions League e tricampeão nacional por Marselha e Juventus, Deschamps encerrou a carreira em 2001.
2004: Theodoros Zagorakis (Grécia)
Melhor jogador do torneio em 2004, o médio não marcou na fase final – o seu primeiro golo pela Grécia apenas aconteceu ao jogo 101 contra a Dinamarca, sete meses depois –, mas mesmo assim foi o jogador mais eficaz da Grécia na final. Zagorakis nunca poderia ter imaginado, durante as passagens por Kavala, PAOK e Leicester City que alcançaria um feito tão alto a nível internacional. Terminou a carreira em 2007 com 120 jogos pela selecção: o seu único troféu pelos clubes foi uma vitória na Taça da Grécia pelo AEK Atenas em 2002.
2008 e 2012: Iker Casillas (Espanha)
Jogador de eleição no Real Madrid e na selecção da Espanha, ao serviço da qual bateu os recordes de mais jogos sem sofrer golos e de vitórias, o mítico guarda-redes herdou a braçadeira de capitão na véspera do EURO 2008. Esteve em destaque nos quartos-de-final – quando também defendeu duas grandes penalidades no desempate contra a Itália –, nas meias-finais e na final. Casillas mostrou-se novamente em grande no Campeonato do Mundo de 2010 e quando sofreu apenas um golo em nova caminhada triunfal da Espanha na defesa do título do EURO em 2012.
2016: Cristiano Ronaldo (Portugal)
Os três golos, o brilhantismo e a determinação de Ronaldo ajudaram Portugal a chegar à final em Paris. Primeiro jogador a marcar em quatro edições do EURO, tornou-se igualmente no recordista de jogos em fases finais. Passou ao lado do jogo decisivo por ter tido de sair logo nos momentos iniciais, devido a lesão, mas ficou na memória a forma empolgada e emotiva com que assistiu ao resto do jogo desde a linha lateral, sempre a incentivar a equipa. Eder acabou por marcar o golo da vitória de Portugal no prolongamento, mas Ronaldo mereceu-o por inteiro.
2020: Giorgio Chiellini (Itália)
Um mestre na arte de defender, a idade não passou de um número para o central de 36 anos, com Chiellini a liderar o sector mais recuado da Itália no EURO 2020. O mais velho capitão de equipa de uma selecção campeã da Europa, o defesa jogou em cinco dos sete jogos disputados pelos "Azzurri" a caminho da conquista do torneio, falhando apenas o último jogo da fase de grupos contra o País de Gales e a vitória sobre a Áustria nos oitavos-de-final, devido a um pequeno toque. A sua parceria com Leonardo Bonucci foi uma das chaves do sucesso de uma Itália que sofreu somente quatro golos ao longo da prova.