Até onde chegaram os anfitriões do EURO?
sábado, 2 de julho de 2016
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A França pode estar entre os favoritos à vitória no UEFA EURO 2016, no entanto, a vantagem de jogar em casa no Campeonato da Europa da UEFA nem sempre foi significativa.
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A França pode ter a vantagem do factor-casa no UEFA EURO 2016, mas, caso se deva levar a História em conta, terá de aplicar-se bastante para poder ser bem-sucedido. A anfitriã do Campeonato da Europa da UEFA teve desfechos contrastantes desde a criação da prova, em 1960, com apenas três selecções a conseguirem triunfar na prova, a última das quais precisamente a França em 1984. O UEFA.com recorda as três fases finais em que os países anfitriões foram bem-sucedidos.
Campeonato da Europa de 1964 – Espanha
Com a União Soviética interessada em defender o título que havia conquistado quatro anos antes em França, cerca de 80 mil espectadores marcaram presença no Santiago Bernabéu para ver a Espanha tentar conquistar a coroa aos detentores. A equipa de José Villalonga teve um apoio bastante entusiástico e conseguiu o seu primeiro grande troféu internacional graças a um cabeceamento de Marcelino quando estavam decorridos 84 minutos. Foi uma proeza que despoletou enormes manifestações de júbilo nas bancadas e por todo o país, com o talismânico médio Luis Suárez a atribuir o sucesso a uma enorme ética de trabalho, assim como ao factor-casa. "Outras selecções de Espanha que representei eram muito melhores do que aquela de 1964 e, no entanto, nunca conseguimos ganhar nada. Tivemos um grande apoio do povo espanhol. Os adeptos identificaram-se connosco, talvez porque éramos uma equipa muito nova com vontade de conseguir algo. Isso ajudou-nos bastante, trouxe uma grande calma à equipa e eles acabaram por retirar-nos pressão".
Campeonato da Europa de 1968 – Itália
A detentora do troféu, Espanha, foi derrotada pela Inglaterra nos quartos-de-final, deixando a porta aberta para a Itália poder seguir as suas pisadas e erguer o troféu como anfitriã. Os "Azzurri" precisaram, no entanto, de um pouco mais de sorte do que a Espanha, uma vez que afastaram a União Soviética nas meias-finais, em Nápoles, através do lançamento de moeda ao ar. Tratou-se de uma ocasião única, que o guarda-redes Dino Zoff recorda com saudade. "Foi especial para mim, porque, nessa altura, eu representava o SSC Napoli. O ambiente era incrível, uma vez que o San Paolo estava completamente esgotado". A Itália defrontou uma Jugoslávia bastante batalhadora na final e deveu a presença na finalíssima a Angelo Domenghini. Os comandados de Ferruccio Valcareggi triunfaram na finalíssima realizada em Roma e, depois de terem-se sagrado campeões do Mundo em 1934, tornaram-se na primeira selecção a ganhar ambas as provas perante os seus adeptos.
Campeonato da Europa de 1984 – França
Vinte anos depois da Espanha ter-se tornado na primeira campeã europeia jogando perante o seu público, a França replicou esse feito. O capitão Michel Platini foi a estrela dos "Bleus", ao apontar o seu nono golo da fase final – marcou sozinho mais do que qualquer outra selecção conseguiu – pouco antes dos 60 minutos da final frente à Espanha, realizada no Parque dos Príncipes. "Foi a primeira prova oficial ganha pela França num desporto colectivo, pelo que foi um grande momento para o futebol francês e para o desporto francês em geral", disse o antigo médio do AS Nancy-Lorraine, AS Saint-Étienne e Juventus. "A França fez uma fase final muito boa. Fomos superiores a toda a gente e expressámo-nos no relvado".
Prestações dos anfitriões
1960: França (quarto)
1964: Espanha (vencedor)
1968: Itália (vencedor)
1972: Bélgica (terceiro)
1976: Jugoslávia (quarto)
1980: Bélgica (finalista)
1988: República Federal da Alemanha (meias-finais)
1992: Suécia (meias-finais)
1996: Inglaterra (meias-finais)
2000: Bélgica (fase de grupos), Holanda (meias-finais)
2004: Portugal (finalista)
2008: Áustria (fase de grupos), Suíça (fase de grupos)
2012: Polónia (fase de grupos), Ucrânia (fase de grupos)