In the Zone: análise do Juventus 0-3 Villarreal
domingo, 20 de março de 2022
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O painel de Observadores Técnicos da UEFA analisa a "disciplinada" vitória fora do Villarreal ante a Juventus nos oitavos-de-final da Champions League, na qual Juan Cuadrado e Gerónimo Rulli estiveram em destaque.
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O Villarreal atingiu os quartos-de-final da UEFA Champions League pela primeira vez desde 2008/09 com uma impressionante vitória por 3-0 no reduto da Juventus, na noite de quarta-feira.
Neste artigo, apresentado pela Fedex, o painel de Observadores Técnicos da UEFA aborda a forma como os comandados de Unai Emery foram capazes de aplicar à Juventus uma das suas maiores derrotas caseiras nas competições europeias, desde a sua organização defensiva à letal capacidade de finalização.
Golos
0-1: Gerard Moreno (pen, 78)
Moreno havia sido lançado na partida há apenas quatro minutos, naquela que constituiu sua primeira partida em cinco semanas e meia. O avançado não tinha conseguido marcar no penálti anterior, mas, apesar do momento de alta pressão, esperou com calma e depois rematou rasteiro para a esquerda de Wojciech Szczęsny. O guarda-redes alcançou a bola com a ponta dos dedos, mas não conseguiu segurá-la. Neste jogo de margens ténues, um momento de defesa precipitada – a tentativa de desarme de Daniele Rugani a Francis Coquelin – deu ao Villarreal e a Moreno a oportunidade que esperavam pacientemente.
0-2: Pau Torres (85)O primeiro golo do central formado no Villarreal na Champions League – e o segundo do Submarino Amarelo de canto na competição desta temporada. O Villarreal tinha cinco homens na área para a cobrança de Dani Parejo. Serge Aurier foi um dos três que apareceram ao poste mais próximo, onde desviou a bola para o desmarcado Torres, que atirou a contar.
0-3: Arnaut Danjuma (pen, 90+2)
Moreno esteve novamente envolvido, roubando uma bola de Danilo e correndo para a área, onde proporcinou o remate de Danjuma. Matthijs de Ligt bloqueou o remate – mas com o braço. Danjuma tinha continuado a trabalhar arduamente e a revelar-se perigoso, sendo que aqui estava a sua recompensa: aproximou-se da marca de grande penalidade e quando Szczęsny caiu para a esquerda, rematou rasteiro para o outro lado e para o seu quinto golo nesta campanha.
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Melhor em Campo: Gerónimo Rulli (Villarreal)
A Juventus teve cinco remates à baliza, mas não conseguiu ultrapassar Rulli, que evitou um cabeceamento à queima-roupa de Dušan Vlahović na primeira parte.
O observador técnico da UEFA em Turim disse: "[Rulli] manteve a sua equipa no jogo com várias defesas, o que lhes permitiu executar o seu plano de jogo. Foi muito importante e uma grande influência na vitória".
Formações
Juventus
A equipa da casa apresentou-se num 3-5-2, com De Ligt (4) a assumir o papel de defesa-central dos três na rectaguarda, ladeado por Danilo (6) e por Rugani (24), que fazia a sua segunda partida no competição desta temporada. Ausente desde o início de Fevereiro devido a uma lesão no gémeo, Giorgio Chiellini só estava apto para o banco, enquanto que seu parceiro habitual, Leonardo Bonucci, ficou de fora por causa de seu próprio problema nos gémeos.
Dos laterais da Juventus, Juan Cuadrado (11) à direita foi a sua principal fonte de bolas para a área, fazendo 15 cruzamentos – mais do que qualquer jogador nos jogos desta semana.
Villarreal
Com a posse de bola, os visitantes tinham uma estrutura em 4-4-1-1, com Giovani Lo Celso (17) a juntar-se a Danjuma (15) no ataque. Ao contrário da Juventus, a equipa espanhola pôde voltar a contar com seus centrais titulares – o capitão Raúl Albiol (3) e Pau Torres (4). Ambos desempenharam papéis importantes, com Torres a assinar sete alivios e vencendo todos os seus quatro duelos, ao passo que Albiol contribuiu com cinco alívios.
Como equipa, a sua organização defensiva foi excelente. Por vezes usaram uma pressão alta no primeiro período, embora o segundo tempo tenha sido mais um caso de defesa profunda, pois a sua forma transformou-se num compacto 5-4-1 - assim como nos últimos dez minutos da primeira mão.
Destaques
O Villarreal não tinha sofrido golos na presente edição da Champions League em apenas uma ocasião, mas impressionou o observador da UEFA com a sua disciplina defensiva, resistência física e forte mentalidade.
Individualmente e como equipa defenderam bem, lidando com a maioria das situações de bola parada qye enfrentaram. Enquanto a Juventus beneficiou de sete cantos, criou apenas um momento real de ameaça: um canto de Cuadrado na primeira parte fez a bola ressaltar para Vlahović ao segundo poste, mas o dianteiro não conseguiu desviar de Rulli.
Em termos de posse de bola, o Villarreal teve 53% o esférico em seu poder no primeiro tempo, mas apenas 33% no segundo. Isso significava que, no geral, a Juventus tinha uma participação de 58,2%. Estas duas equipas terminaram a semana como primeira e segunda no ranking de maiores tempos de posse de bola em média: 34,1 segundos para a Juventus e 31,6 para o Villarreal.
Mas, na verdade, foi quando a Juventus teve menos posse de bola na primeira parte que mais ameaçou, com Vlahović a testar Rulli de fora da área e, em seguida, acertando na trave após um bom cruzamento rasteiro de Mattia De Sciglio.
A principal aposta ofensiva dos anfitriões veio do outro flanco, onde Cuadrado mostrou uma resistência impressionante para subir e descer na ala e contribuir com cinco oportunidades e cinco passes importantes, além de seus cinco cruzamentos completados. O colombiano também registrou cinco tentativas de drible, quatro das quais bem sucedidas.
No entanto, na segunda parte em particular, a equipa de Turim não teve a criatividade necessária para derrubar uma equipa do Villarreal cuja compostura estava à altura da sua organização e disciplina. A aposta de Emery no regressado Moreno deu frutos, mas o mesmo não aconteceu com a decisão de Massimiliano Allegri de lançar Paulo Dybala, com o camisola 10 da Juventus a substituir Rugani aos 78 minutos, após um mês de lesão.
No final, o Villarreal foi a equipa mais eficiente, terminando a noite com oito remates e três no alvo – todos eles golos. A Juventus, por outro lado, teve 15 remates no total e cinco no alvo, mas nenhum fez balançar as redes e assim, pela terceira temporada consecutiva, caiu nos oitavos-de-final, desta vez por 4-1 no còmputo geral da eliminatória.
Declarações dos treinadores
Massimiliano Allegri, treinador da Juventus:
"Tivemos boas oportunidades no primeiro tempo; menos no segundo, porque o Villarreal começou a defender com 11 homens, claramente tentando levar o jogo para o prolongamento. O primeiro golo mudou tudo."
"O Villarreal é uma equipa muito inteligente e souberam aproveitar as oportunidades que criaram, ao passo que nós fomos muito ingénuos na forma como concedemos aquele penálti. Lamentamos o resultado porque tivemos oportunidades na primeira mão e tivemos oportunidades na segunda mão".
Unai Emery, treinador do Villarreal:
"Os jogos vão em direcções diferentes e sabíamos que precisávamos do nosso guarda-redes para jogar bem e esperar o nosso momento. Eles pareciam mais perigosos no primeiro tempo e depois foi mais equilibrado."
"Tínhamos um plano de jogo. Sabíamos que haveria momentos difíceis, mas cuidámos de Gerard [Moreno] e queríamos que ele entrasse apenas quando sabíamos que era certo. Ele mostrou que está realmente de volta."