Clássicos dos oitavos-de-final da Champions League
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024
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Bayern, Paris, Porto e Inter fazem parte dos momentos memoráveis dos oitavos-de-final da Champions League em cada uma das últimas 20 épocas.
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A edição 2023/24 da UEFA Champions League é a 21ª edição desde que os oitavos-de-final substituíram a segunda fase de grupos. O UEFA.com escolhe um clássico de cada das 20 épocas anteriores (resultados do cabeçalho são o total da eliminatória).
2003/04: Manchester United 2-3 Porto
Este duelo marcou o início da verdadeira caminhada do Porto rumo ao título europeu. Dois golos de Benni McCarthy valeram aos Dragões um triunfo por 2-1 na primeira mão no primeiro encontro europeu realizado no Estádio do Dragão e a segunda mão, em Old Trafford, catapultou José Mourinho para o estrelato mundial. Praticamente eliminado devido ao desempate por golos marcados fora, o Porto prosseguiu na prova graças a um cabeceamento de Costinha à entrada do último minuto, situação que espoletou os icónicos festejos de Mourinho a correr ao longo da linha lateral em direcção aos seus jogadores.
2004/05: Chelsea 5-4 Barcelona
Pela aparentemente displicente execução, o segundo golo de Ronaldinho Gaúcho em Stamford Bridge é um dos golos mais memoráveis da UEFA Champions League. Continua, contudo, a ser uma nota de rodapé numa eliminatória emocionante. Imperturbado pela derrota por 2-1 e expulsão de Didier Drogba em
Camp Nou, o Chelsea viu-se em vantagem na eliminatória, por 4-2, com apenas 19 minutos decorridos do encontro da segunda mão. Um bis de Ronaldinho ameaçou fazer descarrilar os Blues, mas o capitão John Terry viria a dar-lhes a vitória com um cabeceamento em grande estilo.
2005/06: Juventus 4-4 Bremen (Juventus vence graças aos golos fora)
David Trézéguet parecia ter dado uma vantagem decisiva à Juventus com o segundo golo fora, mas Tim Borowski e Johan Micoud deram a volta ao marcador e ajudaram o Werder Bremen a vencer por 3-2. Micoud facturou ainda no Delle Alpi e o Bremen parecia bem encaminhado para os quartos-de-final. No entanto, houve ainda tempo para Trézéguet e Emerson darem a provar aos alemães um pouco do próprio remédio.
2006/07: Bayern 4-4 Real Madrid (Bayern vence graças aos golos fora)
Dois golos em quatro minutos – separados por 15 dias e 1500 quilómetros – viraram esta eliminatória ao contrário. O Real Madrid vencia em casa por 3-1, graças a Raúl González e Ruud van Nistelrooy, até que um tento de Mark van Bommel, aos 88 minutos, deu esperança ao Bayern para o jogo da segunda mão, em Munique. Na capital da Baviera, Roy Makaay empatou a eliminatória com o golo mais rápido da competição e Lúcio carimbou a vitória, pese embora uma finalização certeira de Ruud van Nistelrooy ter proporcionado um final mais emocionante.
2007/08: Sevilla 5-5 Fenerbahçe (Fenerbahçe vence por 3-2 nas grandes penalidades)
O Sevilha esteve em vantagem na eliminatória por duas ocasiões mas, mesmo assim, acabou eliminado. Os comandados de Zico adiantaram-se na eliminatória através de golos de Mateja Kežman e Diego Lugano no jogo da primeira mão, em Istambul, mas os sevilhanos empataram até Semih Şentürk ter dado aos turcos a vantagem com que partiram para a segunda mão. O Sevilha teve reacção enérgica perante o seu público e ficou a 11 minutos de triunfar, só que a decisão transitou para o prolongamento, onde nenhuma das equipas conseguiu marcar, o que permitiu a Volkan Demirel tornar-se no herói da noite ao defender três tentativas de conversão.
2008/09: Bayern 12-1 Sporting
Na maior vitória a duas mãos na história da UEFA Champions League, o equilíbrio apenas durou até ao momento em que Franck Ribéry adiantou o Bayern no marcador em Lisboa, pouco antes do intervalo. Seguiu-se um triunfo por 5-0 e a eliminatória ficou desde logo decidida. No entanto, o Bayern não se ficou por aí. De regresso a Munique, seis marcadores diferentes ajudaram-no a igualar a vitória por maior margem em rondas a eliminar.
2009/10: Manchester United 7-2 Milan
O United pode não ter conseguido igualar bem o feito de marcar sete golos à Roma num só jogo, três épocas antes, mas esta não deixou de ser nova exibição arrebatadora da equipa de Alex Ferguson. Dois golos de Wayne Rooney ajudaram bastante ao um triunfo por 3-2 em San Siro, seguido de uma exibição sem mácula em Old Trafford. Rooney voltou a bisar num jogo em que a velocidade, poderio e indómita vontade asseguraram uma vitória memorável.
2010/11: Bayern 3-3 Inter (Inter vence graças aos golos fora)
A repetição da final de 2010 prometia sempre muito e este duelo não seria excepção. Apesar da boa exibição do guarda-redes do Bayern, Thomas Kraft, ter proporcionado a Mario Gomez apontar o tento da vitória em Milão sob o apito final, o Inter não abdicou da defesa do troféu sem dar boa réplica. Samuel Eto'o rapidamente empatou a ronda em Munique, mas o Bayern colocou-se em vantagem por 3-1 na eliminatória aos 31 minutos. Foi então que Wesley Sneijder e Goran Pandev, este a dois minutos do final, desfizeram os sonhos dos bávaros.
2011/12: APOEL 1-1 Lyon (APOEL vence por 4-3 nas grandes penalidades)
Primeira equipa de Chipre a chegar às rondas a eliminar, a tarefa do APOEL parecia ainda mais complicada quando perdeu por 1-0 em Lyon. Contudo, o conjunto de Ivan Jovanović voltou a apelar ao estatuto de equipa-sensação e levou a decisão da eliminatória para o prolongamento, graças a um tento madrugador de Gustavo Manduca, em Nicósia. E nem mesmo a expulsão do ex-jogador do CS Marítimo e do SL Benfica, aos 115 minutos, travou o APOEL, cujo herói no desempate por grandes penalidades foi o guarda-redes Dionisios Chiotis.
2012/13: Bayern 3-3 Arsenal (o Bayern vence graças aos golos fora)
A equipa de Jupp Heynckes foi avassaladora na primeira mão, em Londres, chegando ao 2-0 após 21 minutos, graças a golos de Toni Kroos e Thomas Müller. Apesar de Lukas Podolski ter reduzido frente à sua antiga equipa, Mario Mandžukić restabeleceu a vantagem de dois golos do Bayern, deixando os "gunners" com uma tarefa complicada para a deslocação à Baviera. Olivier Giroud deu-lhes esperança logo a abrir, e Laurent Koscielny garantiu uma ponta final com alguns nervos, mas o Bayern aguentou a pressão. Viriam a regressar à capital inglesa, em Maio.
2013/14: Manchester United 3-2 Olympiacos
Com David Moyes como novo treinador, o United ultrapassou invicto a fase de grupos, mas golos de Alejandro Domínguez e Joel Campbell ofereceram ao Olympiacos um triunfo caseiro por 2-0 sobre os homens de Manchester na primeira mão dos oitavos-de-final. Contudo, o campeão grego tinha saído derrotado das 11 visitas anteriores a Inglaterra e viu Robin van Persie relançar o United na eliminatória de penalty, à passagem do minuto 25 da segunda mão. O holandês igualou a eliminatória a dois golos ao bisar em cima do intervalo e, nos derradeiros 45 minutos, converteu de forma espectacular um livre, confirmando mais uma memorável recuperação do United.
2014/15: Chelsea 3-3 Paris Saint-Germain (Paris vence graças aos golos fora)
Após ter empatado 1-1 em Paris, o Chelsea parecia bem colocado para ultrapassar a turma gaulesa depois de um cartão vermelho exibido aos 31 minutos a Zlatan Ibrahimović em Stamford Bridge, na segunda mão. Pensou-se que o golo de Gary Cahill aos 81 minutos dessa segunda mão seria o encerrar definitivo da questão para a turma orientada por José Mourinho, mas David Luiz, então jogador do Paris, igualou a eliminatória com um grande cabeceamento cinco minutos depois, levando a decisão para prolongamento. Eden Hazard, de penalty, aos 96 minutos, recolocou o Chelsea na frente mas, a seis minutos do fim, nova cabeçada prodigiosa, desta feita por parte do capitão Thiago Silva, recompensou o enorme esforço dos parisienses.
2015/16: PSV Eindhoven 0-0 Atlético (Atlético vence 8-7 nos penáltis)
Tratou-se da primeira eliminatória da história da UEFA Champions League a terminar sem golos ao fim de duas mãos e 30 minutos de prolongamento. O Atlético efectuou 12 remates na primeira mão, em Eindhoven, onde o PSV se viu reduzido a dez elementos por expulsão de Gastón Pereiro no arranque da segunda parte sem que a turma madrilena fosse capaz de marcar; o Atlético voltou a dominar na segunda mão, em Madrid, onde totalizou 24 remates, mas uma vez mais não conseguiu marcar. A decisão seguiu, pois, para os penalties e, depois de Luciano Narsingh, do PSV, rematar à trave ao 15º remate, Juanfran não perdoou e colocou os homens de Diego Simeone na ronda seguinte.
2016/17: Barcelona 6-5 Paris
Esta teria sido uma eliminatória extraordinária apenas pela goleada de 4-0 aplicada pelo Paris ao Barcelona na primeira mão. Mas aos 40 minutos do jogo em Camp Nou começaram a surgir sinais da possibilidade de uma reviravolta inédita na UEFA Champions League, com o 2-0 na sequência de um cabeceamento certeiro de Luis Suárez e de um autogolo. O Barcelona ficou a apenas um golo quando Lionel Messi converteu uma grande penalidade no início do segundo tempo, mas Edinson Cavani parecia ter decidido a eliminatória quando marcou um golo fora para os franceses pouco depois da hora de jogo. A dois minutos do final do tempo regulamentar o Barcelona ainda precisava de três golos e foi então que surgiu Neymar a marcar um livre soberbo e a converter uma grande penalidade sofrida por Suarez. No quinto minuto dos descontos, o brasileiro fez o passe para Sergi Roberto marcar o golo decisivo.
2017/18: Juventus 4-3 Tottenham Hotspur
"Os Leões de Wembley" foi a manchete do jornal desportivo italiano Corriere dello Sport após a Juve ter eliminado o Tottenham, equipa que recuperou de 2-0 e acabou a empatar 2-2 na primeira mão, num jogo em que Gonzalo Higuaín falhou o "hat-trick" quando rematou à trave na conversão de uma grande penalidade. Na segunda mão, em Londres, Son Heung-min colocou o anfitrião na frente durante a primeira parte, mas Paulo Dybala e Higuaín marcaram de rajada logo após o intervalo e encaminharam a equipa italiana para os quartos-de-final.
2018/19: Paris 3-3 Manchester United (United vence graças aos golos fora)
Marcus Rashford converteu um penálti aos 94 minutos e o United completou uma reviravolta histórica, garantindo assim um lugar nos quartos-de-final. Nunca uma equipa tinha conseguido recuperar de uma derrota caseira por 2-0 nos oitavos-de-final da UEFA Champions League, mas o golo de Romelu Lukaku aos dois minutos no Parc des Princes colocou os visitantes a caminho de um triunfo notável.
2019/20: Liverpool 2-4 Atlético (ap)
O Atlético deslocou-se a Anfield com uma vantagem de 1-0 para defender, mas este jogo não foi uma clássica aula táctica e defensiva de Diego Simeone. Georginio Wijnaldum igualou a eliminatória e os Reds deram tudo tudo para evitar o prolongamento, mas tal não foi possível. O Atlético parecia resignado quando Roberto Firmino finalizou na recarga a um remate ao poste, mas depois surgiu uma recuperação extraordinária. Marcos Llorente deu alguma esperança e rapidamente o resultado total passou a 3-2, graças ao bis do médio espanhol. Álvaro Morata colocou a cereja no topo do bolo ao marcar o terceiro dos visitantes, aos 121 minutos.
2020/21: Juventus 4-4 Porto (Porto vence graças aos golos fora)
O Porto, reduzido a dez jogadores, apurou-se apesar da derrota por 3-2 na segunda mão. Sérgio Oliveira colocou os visitantes em vantagem com um penálti, mas os anfitriões deram a volta no espaço de 15 minutos na segunda parte, com Federico Chiesa a bisar para a Juventus e os Dragões a ficarem sem um jogador pelo meio. Mesmo assim, aguentou e levou o jogo para prolongamento, onde desferiu o golpe decisivo quando Sérgio Oliveira bateu Wojciech Szczęsny de livre directo. Adrien Rabiot marcou novo golo italiano dois minutos depois mas foi insuficiente para evitar a eliminação.
2021/22: Paris Saint-Germain 2-3 Real Madrid
Quando Kylian Mbappé, decisivo na primeira mão, aumentou a vantagem na eliminatória da equipa francesa no Estádio Santiago Bernabéu, muitos pensaram que o Paris acabaria por levar a melhor. A equipa de Carlo Ancelotti estava por baixo até Karim Benzema forçar um erro aos 61 minutos e o avançado marcou mais dois em três minutos frenéticos para virar a eliminatória, num momento decisivo para os Merengues, que acabariam por vencer o troféu.
2022/23: Leipzig 1-8 Manchester City
O cabeceamento de Joško Gvardiol valeu à equipa alemã um empate a um golo na primeira mão, mas no segundo jogo tiveram pela frente Erling Haaland imparável. A grande penalidade do avançado norueguês, aos 22 minutos deu início a uma avalanche de golos – 35 minutos depois, tinha conseguido o feito incrível de marcar cinco. Ilkay Gündoğan fez o 4-0, intrometendo-se no fulgor goleador de Haaland, e coube a Kevin De Bruyne selar o resultado em 7-0 com um belo remate.