Inglaterra 2-1 Itália (ap): Michelle Agyemang e Chloe Kelly marcam no fim e apuram as Lionesses para a final do UEFA Women's EURO 2025
terça-feira, 22 de julho de 2025
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Chloe Kelly marcou aos 119 minutos e apurou a Inglaterra para a final, depois de Michelle Agyemang ter forçado o prolongamento nos descontos do tempo regulamentar.
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A Inglaterra chegou à final do Women's EURO 2025 em circunstâncias talvez ainda mais dramáticas do que aquelas em que tinha passado às meias-finais, com Michelle Agyemang a empatar nos descontos da segunda parte para levar a decisão para o prolongamento, no qual Chloe Kelly garantiu a vitória sobre a Itália por 2-1 aos 119 minutos, na recarga a uma grande penalidade por si desperdiçada.
As detentoras do título mandaram na posse de bola durante a maior parte do jogo, mas viram Barbara Bonansea dar vantagem à Itália a meio da primeira parte, num golo que parecia destinado a levar a Itália à sua primeira final desde 1997. Mas Agyemang, a adolescente que fez o golo do empae nos quartos-de-final contra a Suécia, forçou uma vez mais o prolongamento e depois a também suplente Kelly, heroína da final de 2022, escreveu mais uma página lendária da Inglaterra ao marcar o golo decisivo que coloca a sua selecção na final de domingo, contra a Alemanha ou a Espanha, em Basileia.
Momentos-chave
33' Bonansea marca contra a corrente do jogo
38' Giuliani nega o empate a Lauren James
86' Hampton mantém Inglaterra na luta com dupla defesa
90+6' Agyemang leva decisão para prolongamento
117' Agyemang acerta na barra
119' Kelly marca na recarga após ver o seu penálti defendido
História do jogo
A capitã da Inglaterra, Leah Williamson, recuperou dos problemas físicos que a apoquentavam e foi titular, tal como Esme Morgan, que assumiu o lugar de Jess Carter ao lado de Williamson no centro da defesa. A Itália, por seu lado, voltou ao esquema tático 5-4-1 que utilizou no último jogo da fase de grupos frente à Espanha, com Martina Lenzini a substituir Emma Severini no onze inicial.
A Inglaterra tinha-se visto a perder por 1-0 ao fim de apenas dois minutos frente à Suécia, mas desta feita entrou melhor e criou perigo num cabeceamento de Lauren James ao qual Laura Giuliani respondeu com uma defesa segura; depois Alessia Russo rematou ligeiramente ao lado.
Mas foi a Itália – que tentava sacudir a pressão sempre que conseguia afastando a bola para longe – a abrir o marcador. Depois de combinar bem com uma colega pela direita, Sofia Cantore cruzou recuado desde a linha de fundo, a bola passou por Lucy Bronze e chegou a Barbara Bonansea, que rematou forte, já perto do alvo, para o fundo das redes.
Lauren James ficou perto de empatar logo a seguir, mas uma vez mais perdeu o duelo com Giuliano e a Itália recolheu mesmo aos balneários em vantagem.
Sarina Wiegman, a orientar o seu 16.º encontro como treinadora em fases finais do Women's EURO, registo que constitui um recorde, lançou Beth Mead para o lugar de Lauren James ao intervalo, mas quem ameaçou primeiro o empate para as inglesas foi Lauren Hemp, num cabeceamento defendido por Giuliani após um ataque desencadeado por uma corrida a solo de Walsh.
A Inglaterra pressionava e à passagem da hora de jogo a Itália viu-se privada do contributo da sua capitã e heroína do triunfo sobre a Noruega nos quartos-de-final, que saiu lesionada e em lágrimas. Com os minutos a passarem, a seleccionadora da Inglaterra, Wiegman, tentou o tudo por tudo e lançou Agyemang e Aggie Beever-Jones para os dez minutos finais.
A Itália, contudo, quase arrumou a questão no seguimento de um canto, valendo à Inglaterra uma dupla defesa de Hampton a negar o golo a Michela Cambiaghi e Emma Severini até que, no sexto dos sete minutos de descontos, Giuliani, pressionada por Mead, não conseguiu mais do que afastar para a frente um cruzamento de Kelly e Agyemang aproveitou a sobra para empatar, tal como havia feito contra a Suécia nos quartos-de-final.
O prolongamento começou com uma meia-oportunidade para cada lado, antes de Kelly arrancar em dribles da direita rumo à grande área italiana para depois rematar para fora.
Os minutos iam passando e quando, aos 117, Agyemang perseguiu uma bola na direita e viu um remate improvisado bater na trave, pensou-se que a decisão iria seguir mesmo para o desempate por penáltis. Só que pouco depois, Beth Mead foi derrubada no coração da grande área italiana por Severin. Giuliani ainda defendeu o remate de Kelly, mas esta foi mais rápida a chegar à bola e marcou na recarga, colocando a Inglaterra em mais uma final, de forma épica.
Melhor em Campo: Chloe Kelly (Inglaterra)
"Kelly colocou a defesa italiana sob muita pressão desde que entrou em campo até ao final do jogo. Teve a coragem e a personalidade para marcar o penálti crucial, na sequência do qual acabou por fazer o 2-1, na recarga."
Painel de Observadores Técnicos da UEFA
Reacções
Sarina Wiegman, treinadora da Inglaterra: "Foi um turbilhão de emoções. Tivemos de trabalhar muito para isto. Elas chegaram ao intervalo com 1-0 de vantagem e todas sabíamos que ia ser muito difícil dar a volta, porque elas são uma equipa muito boa e forte, muito entrosada e que sabe defender muito bem. Ao mesmo tempo, são perigosas no contra-ataque e sabem jogar futebol. A Agyenang tem apenas 19 anos, chegou tarde à nossa selecção, pouco antes do EURO, mas já é muito madura e traz algo de diferente. Foi isso que mostrou hoje. Aquela bola que atirou à barra foi um remate incrível – foi espectacular."
Andrea Soncin, treinador da Itália: "Antes do torneio diziam que não íamos conseguir passar a fase de grupos, mas no fim acabámos por ficar a um minuto da final. As jogadoras mereciam um desfecho melhor, mas por vezes não recebemos o que merecemos. Há orgulho no meio desta derrota amarga; dói, mas é preciso ter orgulho."
Estatísticas
- A Inglaterra está na sua quarta final, igualando no terceiro lugar a Suécia (apenas a Alemanha, com nove, e a Noruega, com seis, chegaram a mais finais).
- Chloe Kelly tornou-se na 11ª jogadora a marcar pela Inglaterra nesta fase final, um novo máximo para uma só equipa. O único anterior golo de Kelly em fases finais do Women's EURO foi o da vitória na final de 2022.
- Sarina Wiegman mantém o seu registo perfeito de chegar à final de todas as edições do Women's EURO (2017, 2022, 2025) e do Campeonato do Mundo Feminino (2019, 2023), no qual foi treinadora principal (dos Países Baixos e da Inglaterra).
- Wiegman tornou-se na primeira treinadora principal a dirigir 16 jogos na fase final, batendo o recorde detido conjuntamente pela antecessora inglesa Hope Powell e pela alemã Tina Theune. Wiegman dirigiu os Países Baixos em seis jogos em 2017 e a Inglaterra em dez jogos combinados em 2022 (em que falhou o jogo com a Irlanda do Norte por doença) e 2025.
- A Itália marcou primeiro em todos os seus cinco jogos nesta fase final (bem como nos quatro dos seis jogos de qualificação que não terminaram 0-0).
- A última vez que a Itália tinha disputado um prolongamento num jogo de fases finais do EURO Feminino tinha sido em 1993, quando derrotou a Alemanha nos penáltis nas meias-finais. Em contraste, quatro dos cinco jogos da Inglaterra em fases a eliminar da prova sob as ordens de Sarina Wiegman, em 2017 e 2022, tiveram tempo extra.
Laura Giuliani (Itália) – 7 pontos
Chloe Kelly (Inglaterra) – 7
Barbara Bonansea (Itália) – 6
Martina Lenzini (Itália) – 6
Equipas
Inglaterra: Hampton; Bronze, Williamson (Agyemang 85), Morgan, Greenwood (Carter 120+1); Toone, Walsh (Clinton 106), Stanway; James (Mead 46), Russo (Beever-Jones 85), Hemp (Kelly 77)
Itália: Hampton; Bronze, Williamson (Agyemang 85), Morgan, Greenwood (Carter 120+1); Toone, Walsh (Clinton 106), Stanway; James (Mead 46), Russo (Beever-Jones 85), Hemp (Kelly 77)
O que se segue?
A Inglaterra vai defrontar a Alemanha ou a Espanha na final, em Basileia, no domingo, 27 de Julho