Forlán na crista da onda
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Sumário do artigo
O marcador dos dois golos no triunfo do Atlético Madrid na final da UEFA Europa League e Bola de Ouro do Mundial de 2010, o dianteiro do Uruguai, Diego Forlán, espera continuar na crista da onda.
Conteúdo media do artigo
Corpo do artigo
Após ter apontado ambos os golos no triunfo do Club Atlético de Madrid na final da UEFA Europa League sobre o Fulham FC, Diego Forlán transpôs essa forma para o Mundial de 2010, onde marcou cinco golos pelo Uruguai e foi eleito o melhor jogador da prova.
O triunfo do Atlético em Hamburgo foi o final perfeito para uma temporada que começou mal para os "colchoneros", ao ponto de Abel Resino ter dado lugar ao ex-treinador do Benfica, Quique Sánchez Flores, no comando técnico do clube da capital. Forlán vê a primeira presença do Atlético na SuperTaça Europeia como uma oportunidade para "consolidar o sucesso da época passada" e a forma ideal de aumentar a confiança antes da nova época.
Protagonizou um belo Verão no Mundial de 2010, onde mostrou toda a sua categoria ao Mundo inteiro. Como foi ser distinguido com a Bola de Ouro?
Diego Forlán: Foi incrível. Nunca foi meu objectivo no Mundial receber uma distinção individual, porque estava lá para dar o meu melhor pelo meu país, mas foi uma grande honra. Pensei, como ponta-de-lança, que poderia ter hipóteses de ganhar a Bota de Ouro, mas vencer a Bola de Ouro foi algo que não consigo descrever por palavras. Foi um prémio para o sucesso que o futebol uruguaio está a desfrutar de momento e sinto-me muito orgulhoso disso.
Não havia muita gente que esperasse que o Uruguai se exibisse tão bem no Mundial, mas vocês desafiaram as probabilidades. Como era o espírito de equipa?
Forlán: Sempre acreditámos em nós próprios. Desde o primeiro dia que dissemos que devíamos encarar um jogo de cada vez. A França veio a ter um Mundial muito difícil. O nosso empate com eles deu-nos confiança e construímos a nossa campanha a partir daí. Temos uma boa equipa e a forma como nos exibimos na África do Sul assim o provou.
O Atlético teve um começo complicado na época passada, mas conseguiu recuperar e obter grandes feitos. Quão importante será um bom início da temporada para que o clube atinja os objectivos traçados para esta época?
Forlán: Um bom arranque é muito importante porque queremos consolidar o sucesso que tivemos na época passada. Se possível, queremos vencer a SuperTaça, o que nos daria uma enorme confiança. Com um bom arranque, os jogadores podem descontrair um pouco mais e não estarem tão ansiosos durante o resto da temporada. Aconteceu-nos o contrário na época passada. Começámos muito mal, o que significou que corremos sempre atrás do prejuízo. Acabámos por vencer a UEFA Europa League, pelo que acabou por ser uma boa época, mas sabemos que temos de melhorar.
O que espera conseguir esta temporada?
Forlán: Queremos, com certeza, defender com sucesso o título da UEFA Europa League. Sabemos que temos uma equipa com capacidade para se apurar para a UEFA Europa League, pelo que esse é outro objectivo, mas, no curto prazo, a nossa ambição vai para a SuperTaça Europeia. É bom ser ambicioso, mas temos que encarar um jogo de cada vez antes para que não nos possamos iludir. Por isso, para já, queremos apenas um bom início de época.
Com a sua participação no Mundial, teve uma temporada muito longa. Está ansioso por regressar aos relvados com o Atlético?
Forlán: Sem dúvida. Mal posso esperar. O futebol é a minha vida e estou mesmo ansioso pela nova temporada. A época passada foi fisicamente muito dura para mim. Joguei quase 70 encontros, mas, depois das férias, o meu corpo recuperou e sinto-me fresco. Adoro jogar e estou ansioso pelo regresso para jogar pelo meu clube.
As pessoas em Inglaterra lembram-se de si pelos tempos difíceis que passou no Manchester United FC. Mas, desde que deixou Old Trafford, marcou golos de forma consistente.
Forlán: Em Inglaterra, não joguei a quantidade de jogos que gostaria, mas o meu registo goleador foi, ainda assim, bom. Profissionalmente, jogar num clube como o Manchester United foi uma boa experiência para mim e isso tem-me ajudado ao longo da carreira. O meu relacionamento com Alex Ferguson sempre foi muito bom e ainda mantemos o contacto. Ele é boa pessoa e um grande treinador, que respeito bastante.
Marcou por duas vezes na final da UEFA Europa League, ajudando o Atlético a conquistar a prova. Durante as fases mais complicadas da sua carreira, alguma vez imaginou que um dia marcaria golos numa grande final europeia?
Forlán: Como profissional, sempre sonhamos disputar os grandes jogos, pelo que jogar na final da época passada foi uma coisa fantástica para mim. Marquei os dois golos, mas ganhámos como uma equipa. Trabalhámos bastante para chegar à final. Todos os jogadores tiveram o seu papel e foi uma grande sensação. Creio que todos os jogadores passam por momentos difíceis ao longo das respectivas carreiras, mas aquilo que os define é como ultrapassam essas fases. Precisamos do apoio da família e amigos e, sempre que precisei deles, estiveram do meu lado.
Como é jogar com Sergio Agüero?
Forlán: É um grande jogador. Já jogamos juntos há muito tempo e temos uma grande ligação no relvado. Também temos uma excelente relação fora do relvado, o que também é importante e ele é uma excelente pessoa. Na minha opinião, é um dos melhores jogadores da Europa.
Há uma forte influência sul-americana no futebol espanhol. Quais são as diferenças que considera haver entre jogar na América do Sul e em Espanha?
Forlán: Na Europa, o jogo é muito mais rápido. Temos de pensar muito rapidamente, pois os defesas caem em cima muito rapidamente e não nos dão qualquer tempo para executarmos. Poderá ser complicado para alguns sul-americanos quando cá chegam, porque o jogo é muito diferente. Há que aprender rapidamente se se quiser ser bem-sucedido na Europa.
As suas exibições nos últimos anos tornaram-no num dos mais desejados pontas-de-lança no futebol europeu. Como se sente acerca disso?
Forlán: Estou num grande momento da minha carreira e apenas quero continuar a lograr títulos para o meu clube e o meu país. Nunca me preocupei com feitos pessoais, mas é sempre bom ouvir as pessoas dizerem coisas boas a nosso respeito. Espero que assim continue.
Esta é uma versão abreviada da entrevista que será publicada no programa oficial da SuperTaça Europeia.