Análise ao Trabalho de Equipa na Europa League: Frankfurt e Tottenham encantam
quarta-feira, 2 de abril de 2025
Sumário do artigo
A unidade de Análise de Desempenho da UEFA analisa os excelentes golos em jogadas colectivas do Tottenham e do Frankfurt na UEFA Europa League.
Conteúdo media do artigo
Corpo do artigo
A sublimidade técnica sobre a força pura e a precisão dos passes com apenas um toque são as palavras-chave dos dois golos marcados pelo Frankfurt contra o Ajax e pelo Tottenham diante do Elfsborg no início desta época.
Juntamente com a unidade de Análise de Desempenho da UEFA, Haakon Lunov e Steve Cooper, observadores técnicos da UEFA, analisaram a essência táctica que levou aos dois golos, no âmbito da série Análise ao Trabalho de Equipa na Europa League, apresentada pela Engelbert Strauss.
Jean-Matteo Bahoya: Frankfurt 4-1 Ajax
Na sequência de uma assistência de Hugo Ekitiké, Bahoya finalizou com o pé esquerdo após uma boa jogada colectiva que deixou os jogadores do Ajax sem reacção, abrindo o marcador aos sete minutos para o Frankfurt na segunda mão dos oitavos-de-final, partida que a equipa alemã venceu por 4-1.
Lunov sobre o golo de Bahoya
"O primeiro aspecto interessante desta combinação de golos é a forma como as duas primeiras acções de 'recepção e passe' de Bahoya se assemelham a um exercício de passes. Isto mostra o valor da integração de exercícios de passe nas sessões de treino, idealmente direccionados e com um objectivo final."
“Reparem na tomada de decisão de Ekitiké antes da assistência. Cem vezes mais rápido do que o tempo que demora a ler este texto, ele vai receber o passe, decidir se quer continuar a jogada de um-dois com Bahoya, decidir que não quer, dar três toques para ajustar a bola a ser passada, ao mesmo tempo que levanta a cabeça para ver a entrada em corrida de Bahoya para fazer lhe endossar a bola para finalizar com um toque. São estes os padrões sobre os quais muitos jovens jogadores e treinadores podem aprender – a qualidade técnica, a precisão e a velocidade desta acção.”
Cooper sobre o golo de Bahoya
"[Ekitiké tem a consciência de receber bem a bola, com a sua posição corporal, de se virar e de fazer aquele pequeno passe de assistência para o golo, com uma enorme consciência de si próprio e uma grande serenidade na execução da acção técnica."
“Para além do jogo de combinação, é muito importante encontrar espaço livre para surpreender os defesas – que pode ser depois de passar a bola, e, como acontece nestas duas ocasiões, avançar para receber novamente a bola.”
Oyindamola Ajayi: Tottenham 3-0 Elfsborg
O suplente Ajayi troca passes com Dane Scarlett, autor do primeiro golo e também formado na Academia do Tottenham, à entrada da grande área, antes de rematar rasteiro para o fundo das redes, fazendo o segundo golo dos Spurs na partida da Jornada 8, em casa, em que uma vitória garantia aos anfitriões um lugar entre os oito primeiros classificados da fase de liga. Foi um crescendo menos explosivo, mas mais ponderado, que culminou num golo fruto da táctica do Tottenham de ocupar a linha defensiva adversária assim que chegava ao último terço.
Cooper sobre o golo de Ajayi
"Têm três ou, por vezes, quatro jogadores na linha de fundo, o que tem duas funções. Ocupa a linha de fundo do adversário e impede-o de sair para os espaços entre as linhas, o que pode causar confusão entre a linha defensiva e o meio-campo."
“Vê-se que o defesa-central não quer ir ao encontro de Dejan Kulusevski e tem de ser o médio a fazê-lo. O que isso faz é criar uma lacuna, um espaço entre as linhas que os Spurs podem explorar. Foi uma boa sincronização de acções técnicas em termos de peso do passe, de condução para o espaço, de colocação e depois de finalização, o que demonstra uma grande serenidade, em que ele escolhe o seu lugar e se compromete com ele com enorme técnica.”
Lunov sobre o golo de Ajayi
"Se [Ajayi] tivesse desafiado um adversário após a primeira recepção da bola, o extremo do Elfsborg teria provavelmente conseguido defender o lance. Ele tem uma técnica de drible e um controlo de bola que lhe permite olhar quase sempre para cima e estar atento a tudo o que se passa à sua volta."
“Depois, no momento da combinação, é evidente que ele tem espaço à sua frente que poderia ter decidido explorar sozinho, mas a combinação dá-lhe tempo para atacar o espaço sem a bola.”
Mais análises
