O treinador do Liverpool, Jürgen Klopp, sobre a sua missão inacabada na Europa League
segunda-feira, 8 de abril de 2024
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"No meu primeiro ano, qualificámo-nos para a final e perdemos", recorda o treinador na sua primeira época na Europa League ao serviço do Liverpool. "Agora é um teste à nossa vontade e adoraríamos lá chegar novamente."
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Jürgen Klopp anunciou que vai deixar o cargo de treinador do Liverpool neste Verão, encerrando um período sensacional de nove anos ao leme dos Reds, no qual chegaram a três finais da UEFA Champions League (vitória em 2018/09) e, em 2019 /20, tendo conquistado o seu primeiro título inglês em 30 anos.
No entanto, como disse ao UEFA.com, o treinador alemão tem alguns assuntos pendentes nesta prova, numa fase em que os Reds lutam para chegar à final da UEFA Europa League desta época, em Dublin. A sua equipa perdeu frente ao Sevilha na final, na sua primeira temporada, e o técnico de 56 anos adoraria corrigir isso na sua última campanha em Anfield.
Sobre a Europa League
No ano passado, durante a maior parte da temporada, não pensámos que poderíamos qualificar-nos para qualquer prova europeia e ficámos maravilhados com o facto de podermos garantir o apuramento para a Europa League. Assim, encaramos esta competição como prioritária desde o primeiro dia. É obviamente uma competição fantástica, historicamente e também para nós. No meu primeiro ano [no Liverpool], qualificámo-nos para a final e perdemos [3-1 com o Sevilha em 2016]. Agora é um teste à nossa vontade e gostaríamos de lá chegar novamente, mas para isso temos, obviamente, alguns passos muito importantes pela frente.
[A Europa League 2015/16] deu-me a oportunidade de regressar ao [meu clube anterior] Dortmund muito cedo. Fizemos lá um jogo excepcional [empate 1-1]. Divock Origi provavelmente disputou o jogo de sua vida. Depois, o Dortmund jogou em nossa casa e foi um daqueles jogos, dos melhores que me lembro a par de um duelo com o Barcelona alguns anos mais tarde [recuperámos de uma desvantagem de 3-0 com uma vitória por 4-0 nas meias-finais da Champions League de 2018/19]. Foi a primeira vez que realmente percebemos o que Anfield pode fazer. Estar a perder [por 3-1] e depois recuperar na segunda parte [para vencer por 4-3] foi super, super especial. Uma das melhores lembranças da minha vida profissional.
A final de 2016 frente ao Sevilha
Tivemos enormes problemas com lesões nessa época. Esse foi o 64º jogo da temporada para nós. Uma época extremamente intensa. Hendo [Jordan Henderson] lesionou-se, a par de outros jogadores. Não conseguimos apresentar o nosso melhor onze. Quando disputamos uma final devemos ter os melhores jogadores em campo. Tivemos azar e no segundo tempo ficamos sem combustível, e o Sevilha, liderado por Unai Emery, um vencedor em série na competição, deu a volta por cima.
Perdemos aquele jogo e não foi bom. Não tenho certeza de como tudo teria acontecido se tivéssemos vencido. Não acho que teria sido pior, mas nós usamos isso no bom sentido. Estávamos quase lá, não demos o último passo mas tínhamos mesmo a sensação de que íamos voltar. Fizemos isso, obviamente, com as finais da Champions League mas nunca mais voltamos à Europa League e gora temos uma oportunidade única.
As contratações de Verão do Liverpool
Todos sabíamos que Macca [Alexis Mac Allister] era obviamente um excelente jogador. Dom [Dominik Szoboszlai] de todos os jovens jogadores ofensivos alemães era "o" talento. Depois contratámos o Wataru Endō. Tivemos muita sorte em conseguir esta contratação porque Wataru é uma máquina.
Como gosta que as suas equipas joguem
Somos uma equipa muito ofensiva, mas sou muito detalhista quando falamos de organização defensiva. É assim que tudo começa, mas só queremos estar perfeitamente organizados, perfeitamente protegidos, para que possamos sentir-nos completamente livres para todas as tarefas ofensivas. Não menciono a "resposta à pressão" 25 vezes por dia porque gosto da palavra. É porque é a melhor maneira de recuperar a bola o mais rápido possível mas é, obviamente, uma ideia defensiva.
Sendo o Liverpool temos que criar, temos que ser espectaculares para dar às pessoas o que elas nos dão [para nós]: tudo. É isso que tentamos e que nos pode levar, num mundo ideal, a todos esses objectivos.