Análise da final da Europa League: Frankfurt 1-1 Rangers (5-4 nos penáltis)
sábado, 21 de maio de 2022
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O painel de Observadores Técnicos da UEFA analisa o triunfo dramático do Frankfurt na final da UEFA Europa League, onde derrotou o Rangers nos penáltis após um empate a uma bola.
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Foi preciso um desempate por grandes penalidades para separar o Eintracht Frankfurt do Rangers na final da UEFA Europa League e dar ao clube alemão o seu primeiro título europeu desde 1980.
Foi uma final muito disputada e equilibrada numa noite de calor e alta tensão no Estádio Sánchez-Pizjuán. Neste artigo apresentado pela Swissquote, o Painel de Observadores Técnicos da UEFA explora alguns dos principais aspectos tácticos – incluindo um vídeo focado no trabalho inteligente de John Lundstram ao recuar para apoiar a defesa do Rangers.
Golos
0–1 Joe Aribo (57)
Uma característica da final foi que ambos os guarda-redes optaram por lançamentos longos em vez de jogar curto, sendo que foi precisamente na sequência de um pontapé longo de Kevin Trapp que o Rangers marcou. Connor Goldson cabeceou a bola de volta para o meio-campo do Eintracht, onde Djibril Sow errou o tempo de salto e desviou a bola para trás, apanhando desprevenido o central Tuta, que escorregou. Aribo aproveitou e teve tempo de se equilibrar para, com o pé esquerdo, rematar rasteiro para bater Trapp. Não foi uma noite fácil para o nigeriano, muitas vezes isolado no ataque, mas este manteve a compostura para assinar seu primeiro golo na Europa League desta época.
1–1 Rafael Borré (69)
A sexta assistência de Filip Kostić nesta campanha europeia surgiu na sequência de um passe rasteiro do lado esquerdo, dirigido para a pequena área. Goldson não conseguiu interceptá-lo e Borré antecipou-se a Calvin Bassey para bater Allan McGregor ao poste mais próximo. Foi o quarto golo do colombiano na competição e significou que o Frankfurt marcou em todos os jogos disputados. Borré converteria mais tarde o penálti decisivo.
Melhor em Campo: Kevin Trapp
Os dados mostram que Trapp salvou 4,3 golos com as suas defesas nesta campanha. De suas 35 defesas, entretanto, nenhuma foi mais crucial do que a que assinou aos 118 minutos, ao frustrar Ryan Kent à queima-roupa com a perna direita estendida. Também parou o penálti de Aaron Ramsey no desempate e, resumindo sua contribuição, o Painel de Observadores Técnicos da UEFA elogiou-o por "uma boa exibição ao longo dos 90 minutos, uma grande intervenção no final do prolongamento para manter o Frankfurt no jogo e uma defesa decisiva de um penálti no desempate."
Formações das equipas
Frankfurt
Oliver Glasner colocou a sua equipa no habitual 3-4-2-1. Com Martin Hinteregger ausente devido a uma lesão muscular, Almamy Touré (18) ocupou o seu lugar na defesa. Ao lado dele, Tuta (35) durou apenas 58 minutos antes de abrir caminho a Makoto Hasebe. Mais à frente, Jesper Lindstrøm (29) – uma dúvida antes da final devido a lesão – foi escolhido em detrimento de Jens Petter Hauge como um dos dois médios ofensivos atrás de Borré (19).
Rangers
Giovanni van Bronckhorst selecionou o mesmo "onze" que alinhou contra o Leipzig na partida em casa das meias-finais, embora o Rangers tenha jogado com um 5-4-1 naquela noite, em vez do 4-3-3 na final. Lundstram (4), em particular, e Ryan Jack (8) deslocaram-se para a direita quando necessário para dar cobertura a James Tavernier (2) no lado onde o Frankfurt tinha o seu perigoso Kostić.
Destaques
Kostić foi o jogador da temporada da competição e a capacidade do Rangers de restringir sua influência era uma questão-chave antes do jogo em Sevilha. O ritmo (atingiu uma velocidade máxima de 33,4 km/h na final), assertividade e criatividade do sérvio foram cruciais para o Eintracht ao longo de sua caminhada e não foi surpresa que tenha sido o jogador com mais toques (114) na bola no noite.
De acordo com o Painel de Observadores Técnicos da UEFA, o Eintracht poderia ter lucrado mais com o foco do adversário em Kostić, olhando mais para o lado direito para Ansgar Knauff e também para espaços centrais. Dos atacantes atrás de Borré, Daichi Kamada teve mais impacto do que Lindstrøm: o japonês fez 13 passes na zona ofensiva com uma taxa de sucesso de 80% e poderia ter marcado no segundo período ao aparecer nas costas da defesa do Rangers, mas rematou por cima.
No geral, esta foi uma ocasião em que o Eintracht se viu na posição incomum de favorito nas suas últimas partidas europeias. Na verdade, tentaram menos passes do que a média (369 a 431) numa noite em que o Rangers teve mais toques e passes e um pouco mais de posse (51,6%). No entanto, o conjunto da Bundesliga já havia vencido fora o Real Betis e o Barcelona com muito menos bola – 36,6% e 25,6% – e acabou com mais oportunidades do que o Rangers (14 contra nove).
Análise dos treinadores
Olivier Glasner, treinador do Frankfurt: "O Borré foi incrível. Ele trabalhou muito, até a nível defensivo. Tivemos intensidade no ataque, mas o Rangers defendeu muito bem. Ele atacou o primeiro poste e finalizou muito bem. Foi exactamente o jogo que esperávamos. Eles são muito físicos e apostam muito nas bolas longas. Tivemos de controlar o ritmo. Os nossos penáltis foram muito bem marcados. Temos treinado no último mês."
Giovanni Van Bronckhorst, treinador do Rangers: "Foi difícil fisicamente, mas os jogadores deram tudo em campo. Tivemos que substituir jogadores porque estavam cansados, mas isso verificou-se nas duas equipas. No final, tivemos uma grande oportunidade para vencer o jogo: Kent fez tudo para marcar. É preciso concretizar essas oportunidades, especialmente quando tal acontece nos últimos minutos."