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Jornalismo à porta fechada

Como tem sido o trabalho dos jornalistas neste torneio sem precedentes?

O Stadion Köln vai estar vazio para a  final
O Stadion Köln vai estar vazio para a final Manchester United via Getty Imag

No futebol em tempo de pandemia, não são só os jogadores que se estão a habitual a uma nova experiência em dias de jogos, mas também os jornalistas, como se tem visto na Fase Final da UEFA Europa League, com a comunicação social a ter uma perspectiva diferente do jogo.

Adaptando-se a circunstâncias nada habituais, são os olhos e os ouvidos para milhões que seguem o jogo em casa, actualmente sem hipóteses de ir aos estádios, transmitindo as suas impressões do evento.

Soa a muita responsabilidade, mas James Thorogood, repórter da UEFA sediado na Alemanha, identifica aspectos positivos.

A entrevista com o "microfone comprido": uma característica vital no jornalismo com distância social
A entrevista com o "microfone comprido": uma característica vital no jornalismo com distância socialGetty Images

"Sem adeptos, focamo-nos ainda mais no jogo, podendo acompanhá-lo ao pormenor em termos tácticos, por exemplo, pois inclusive conseguimos ouvir as instruções dos treinadores", diz.

As conversas outrora dificilmente audíveis também são um ponto abordado por Matthias Rötters, que assistiu ao duelo entre Sevilha e Manchester United. "Tive a oportunidade de assistir a um diálogo engraçado, com o treinador Julen Lopetegui a pedir concentração à equipa e o seu guarda-redes a pedir-lhe para ter calma".

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Rötters também notou que, à falta de adeptos, cabe aos suplentes e elementos das equipas técnicas criarem ambiente. "Nesse mesmo jogo, elementos do Sevilha portaram-se como autênticos adeptos, tratando eles próprios, fazendo tudo o que os adeptos normalmente fazem e incentivando".

Ao nível das entrevistas pós-jogo, Thorogood deparou-se com alguns aspectos positivos inesperados, que envolvem microfones em varas compridas para recolher as declarações dos intervenientes. "É uma experiência bizarra mas que acaba por quebrar o gelo e com a qual é mais fácil partilhar uma piada, por exemplo. Situações como esta até podem fornecer material que não está directamente relacionado com o jogo, uma espécie de 'fait-diverts'".

Já Rötters tem ficado entusiasmado por testemunhar a essência do jogo na sua forma mais básica. "É bom ver que, num período complicado como este, o futebol funciona. Tenho conseguido sentir mais o jogo: ouve-se o que jogadores e treinadores dizem, ouve-se o som da bola a bater nos ferros. É uma experiência futebolística pura".

Este artigo faz parte do programa oficial da UEFA Europa League, que já está disponível para encomenda.