Prémio Presidente para Eusébio
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
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Michel Platini vai entregar o prestigiado Prémio Presidente da UEFA de 2009 a Eusébio, no relvado do Estádio da Luz, minutos antes da recepção do Benfica ao Hertha.
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Eusébio, que espalhou classe pelos relvados nos anos 1960 e 1970, cuja velocidade, capacidade de finalização e técnica lhe valeram o epíteto de "Pantera Negra", será distinguido pela sua incomensurável contribuição para o futebol, com o Prémio Presidente da UEFA de 2009.
O ex-jogador nascido em Moçambique, que se tornou famoso no Benfica e cujos golos conduziram Portugal ao terceiro lugar do Campeonato do Mundo de 1966, receberá o prémio das mãos do próprio Presidente da UEFA, Michel Platini, antes do jogo de terça-feira da segunda mão dos 16 avos-de-final da UEFA Europa League, frente ao Hertha BSC Berlin, marcado para o Estádio da Luz, perante o seu público - que o venerou durante década e meia e, até, depois de ter pendurado as chuteiras. A entrega do prémio decorrerá no relvado, pelas 16h50 locais.
Eusébio é a mais recente figura do futebol a receber o Prémio Presidente da UEFA, que reconhece feitos notáveis, excelência profissional e qualidades pessoais de excepção. A 18 de Fevereiro de 2008, Michel Platini entregou o primeiro Prémio Presidente da UEFA a Alfredo di Stéfano, o ás do ataque da equipa do Real Madrid CF que conquistou praticamente tudo nos anos 1950 e início dos anos 1960. A 29 de Abril de 2009, distinguiu outra figura ilustre, o herói do Manchester United FC e da selecção de Inglaterra, Bobby Charlton, com o mesmo galardão. A distinção, lançada pela UEFA em 1998, atenta particularmente nos verdadeiros protagonistas – os jogadores – que ajudaram à evolução e ao sucesso do desporto-rei.
Assim, Eusébio da Silva Ferreira, nascido a 25 de Janeiro de 1942, tornou-se no terceiro ex-futebolista a ser reconhecido por uma carreira de eleição. O "Pantera Negra" Apontou 41 golos em 64 internacionalizações por Portugal, nove dos quais no Mundial de 1966 (no qual Portugal chegou às meias-finais, tendo perdido, em Wembley, com a Inglaterra, que viria a ganhar a prova), que lhe valeram sagrar-se melhor marcador do certame. Foi eleito Bola de Ouro em 1965 e venceu a Bota de Ouro em 1968 e 1973.
O período que passou no Benfica, entre 1960 e 1975, valeu-lhe o estatuto de maior figura do clube lisboeta, assim como a conquista de 11 Ligas portuguesas e cinco Taças de Portugal. Antes, porém, destacou-se no Sporting Clube de Lourenço Marques. Posteriormente, representou o Beira-Mar e o Sp. Tomar e ainda clubes nos Estados Unidos e México. No total marcou 727 golos em 715 jogos.
"É para mim um enorme privilégio entregar o Prémio Presidente da UEFA a Eusébio, um dos maiores goleadores de sempre e embaixadores do futebol", disse Michel Platini. "Eusébio é um gigante do nosso desporto e valores como o empenho, fair play e respeito foram constantes na sua carreira de sucesso, tanto dentro como fora do relvado, e tornaram-no num bom exemplo para as gerações vindouras".
Em 1968, Eusébio recolheu muitos elogios por um gesto de desportivismo em particular, durante a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1968, em Wembley, frente ao Manchester United FC. Nos derradeiros instantes do tempo regulamentar, com o resultado em 1-1 – o United viria a vencer por 4-1 –, Eusébio isolou-se perante o guardião Alex Stepney, que defendeu o seu forte remate. Eusébio esqueceu a sua desilusão e dirigiu-se ao guarda-redes para cumprimentá-lo.
"É uma grande honra para mim a de receber este prémio do Presidente da UEFA no meu estádio, perante os adeptos do Benfica", disse Eusébio. "Todos os sucessos que consegui ao longo da minha carreira e os contactos com os adeptos tornaram-me mais ciente da minha responsabilidade de constituir um exemplo no mundo do futebol. Mesmo fora dos relvados, empenho-me todos os dias na promoção do maior desporto do Mundo".
Eusébio viveu ainda sucessos a nível europeu. Na sua época de estreia nas competições europeias, conduziu o Benfica à conquista da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1961/62, a competição precursora da actual UEFA Champions League, tendo marcado dois golos na final com o Real Madrid CF, que o Benfica venceu por 5-3, realizada em Amesterdão. Uma exibição que ajudou a lançar a sua carreira. No total, apontou 59 golos em 78 partidas das competições europeias.