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Sevilha dita quarteto de tricampeões

Apenas a Juventus, o Inter e o Liverpool contavam com três vitórias na Taça UEFA, mas o Sevilha transformou o trio em quarteto após vencer o Benfica em Turim.

O treinador Giovanni Trapattoni é lançado ao ar após a Juventus vencer a Taça UEFA em 1992/93
O treinador Giovanni Trapattoni é lançado ao ar após a Juventus vencer a Taça UEFA em 1992/93 ©Getty Images

O Sevilla FC tornou-se o quarto clube a erguer o troféu da Taça UEFA/UEFA Europa League em três ocasiões, na sequência do triunfo no desempate por penalties frente ao SL Benfica, em Turim.

Vencedor da Taça UEFA em 2005/06 e em 2006/07, sob o comando de Juande Ramos, a formação espanhola tornou-se apenas na segunda equipa a vencer as três finais disputadas – e a segunda, após o FC Porto, a conquistar o troféu nas duas incarnações da competição. A anfitrão da final, a Juventus, também está nesse clube exclusivo.

Juventus
1976/77, 1989/90, 1992/93
Depois de ter passado grande parte da sua carreira como jogador e treinador ao serviço do AC Milan, Giovanni Trapattoni assumiu o comando técnico da Juventus no Verão de 1976, com 37 anos. Na sua época de estreia ganhou o título da Serie A e bateu o Athletic Club, graças aos golos fora, na final da Taça UEFA. Foi um alívio para a Juve, que tinha perdido duas finais da Taça das Cidades com Feira, a precursora não-afiliada da UEFA para a Taça UEFA e a UEFA Europa League.

O golo de Roberto Bettega em Bilbau revelou-se decisivo nessa primeira final, enquanto a segunda – com Dino Zoff, guarda-redes da Juventus no jogo decisivo de 1977, à frente da equipa – foi menos tensa, já que a ACF Fiorentina foi incapaz de recuperar de uma derrota por 3-1 na primeira mão, em Turim, empatando o segundo jogo a zero. A primeira mão da final de 1993 também terminou 3-1 – só que desta vez a Juve ganhou fora, no terreno do Borussia Dortmund – com Trapattoni, de regresso ao clube, a liderar a sua equipa recheada de estrelas a um triunfo por 3-0 na segunda mão, no norte de Itália. No entanto, Dino Baggio – que tinha marcado nos dois jogos contra o Dortmund – negaria à Juve a quarta vitória na final de 1995, com golos nos dois jogos do Parma FC contra os "bianconeri": 1-0 em casa e 1-1 fora.

Sr. Taça UEFA - Giuseppe Bergomi com o troféu em 1991
Sr. Taça UEFA - Giuseppe Bergomi com o troféu em 1991©Getty Images

FC Internazionale Milano
1990/91, 1993/94, 1997/98
As equipas italianas dominaram a Taça UEFA nos anos 90 – sete dos vencedores e seis dos finalistas vencidos, entre 1990 e 1999, eram da Serie A, com o Inter a ser o mestre absoluto, com três vitórias e uma derrota na final no espaço de sete anos. De forma apropriada, o defesa do Inter, Giuseppe Bergomi (96), e o guarda-redes Walter Zenga (69) são primeiro e terceiro na lista de jogadores com mais presenças na competição.

Sob o comando de Trapattoni – a caminho de se tornar no único treinador a erguer a Taça UEFA por três vezes – o Inter levou a melhor sobre a AS Roma na final de 1991, com um penalty de Lothar Matthäus e um golo de Nicola Berti a valerem a vitória por 2-0 na primeira mão, suficiente para frustrar o seu adversário, que não conseguiu mais do que um golo de Ruggiero Rizzitelli, aos 81 minutos, no segundo encontro. Depois, derrotou o FC Salzburg por 1-0, fora e em casa, na final de 1994, mas – orientado pelo inglês Roy Hodgson – perdeu nos penalties contra o FC Schalke 04 na final de 1997. A derrota foi compensada 12 meses volvidos, com um triunfo por 3-0 sobre a SS Lazio, em Paris, na primeira final da Taça UEFA a um só jogo, com Iván Zamorano a marcar na sua segunda final consecutiva.

Bill Shankly no Liverpool, em 1973
Bill Shankly no Liverpool, em 1973©Getty Images

Liverpool FC
1972/73, 1975/76, 2000/01
Único clube entre os três tricampeões a nunca ter perdido uma final da Taça UEFA, o primeiro triunfo do Liverpool trouxe o único troféu europeu sob o comando do emblemático Bill Shankly. A primeira mão, frente ao VfL Borussia Mönchengladbach, foi suspensa ao fim de 27 minutos, devido à chuva torrencial que se abateu sobre Anfield, mas retomada no dia seguinte – Kevin Keegan marcou dois golos e falhou um penalty numa vitória por 3-0. Essa vantagem quase foi invertida quando Jupp Heynckes bisou no segundo jogo, na Alemanha, mas os "reds" recompuseram-se ao intervalo e impediram a recuperação na segunda parte.

Com Bob Paisley à frente da equipa, o Liverpool perdia por 2-0 ao fim dos primeiros 15 minutos da primeira mão, em casa, frente ao Club Brugge KV, na final de 1976. No entanto, prevaleceu por 3-2, com o penalty de Keegan, aos 65 minutos, a ser o terceiro golo da equipa no espaço de seis minutos. Voltou a facturar no segundo jogo, com um empate a um a completar a vitória global. O último sucesso do emblema de Merseyside na Taça UEFA aconteceu 25 anos depois, em Dortmund, apesar de o estreante Deportivo Alavés ter frustrado várias vezes a equipa de Gérard Houllier. O marcador registava um empate a quatro ao fim de 115 minutos quando Delfí Geli desviou para a própria baliza um cruzamento de Gary McAllister. Com o golo de ouro em vigor, foi o golpe final na resistência espanhola.