Entrevista com José Peseiro
quarta-feira, 24 de outubro de 2018
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Entre outros assuntos, José Peseiro fala de Raphinha, Jovane Cabral e Nani, aborda o jogo do Sporting com o Arsenal e quer ambição na UEFA Europa League.
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Em entrevista ao UEFA.com, o treinador do Sporting, José Peseiro, fala de Raphinha, Jovane Cabral e Nani, aborda o jogo desta quinta-feira com o Arsenal no Grupo E da UEFA Europa League e recorda a primeira passagem pelo comando técnico da equipa em 2004/05, bem como a sua evolução como técnico desde essa altura.
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Balanço do início da época
Claro que gostaríamos de não ter perdido nenhum jogo até agora, mas penso que foi positivo em função do contexto e das dificuldades encontradas. Fundamentalmente o que fizemos foi reconstruir em parte este plantel e este “onze” – e fazer acreditar toda a gente que, independentemente dos jogadores que saíram e do momento do clube, com união, trabalho, profissionalismo e responsabilidade, mas também com muita emoção, paixão e ambição, poderíamos concretizar coisas.
Época 2004/05
Penso que conseguimos fazer uma grande época, infelizmente não concretizada com títulos. Fizemos uma excelente campanha na Taça UEFA, pena não termos conquistado o troféu – ainda por cima na nossa casa. Fomos das equipas que mais golos fez na Europa [Nota: 104 golos em 52 jogos oficiais] porque tinha na minha ideia jogar assim. Éramos uma equipa muito ofensiva, que controlava e dominava os jogos, mas que por isso também se expunha demasiado e penso que foi a falta desse equilíbrio que fez com que não conseguíssemos vencer quer a Liga quer a Taça UEFA. Era uma equipa que dava gosto [ver] jogar.
Ainda me marco muito por essa forma de jogar ofensiva, dominadora e controladora, a querer pressionar e a ter a bola. Tínhamos jogadores com essas características e que conseguiram assimilar a ideia do que queríamos.
Evolução como treinador desde 2004
Era a primeira vez que estava num clube neste patamar, como treinador principal, porque tinha vindo do Real Madrid como adjunto. Era um desafio com aquela idade [45 anos], tinha irreverência, vontade de afirmação... Passei entretanto por outros clubes de dimensão, tive a noção que era importante melhorar os momentos defensivos das minhas equipas, fundamentalmente a transição defensiva e não a parte estática defensiva do jogo..
Há 14 anos, o José Peseiro era um, agora é outro. Não era normal não ter evoluído nas várias competências e nos diversos fundamentos e factores que decidem o jogo e a competição a este nível. Evoluí em tudo, quer relativamente a questões psico-emocionais, técnico-tácticas, fisiológicas, de liderança... Chego a esta idade melhor treinador, com certeza, mais estável em todos os aspectos, até nessa questão do jogo ofensivo-defensivo.
Raphinha, Jovane e Nani
O Jovane e o Raphinha são jogadores que dão muita profundidade e verticalidade ao nosso jogo, mas são dois miúdos: um tem 20 anos, o outro 22. Têm feito as coisas muito bem e têm-nos dado coisas muitos boas. Há que cimentar e consolidar isso, e a equipa está a ajudar muito também. A questão é que não têm ainda a idade nem a maturidade para jogar sempre bem – e é isso que queremos que aconteça. É normal e aceitável que, às vezes, não façam as coisas como gostaríamos.
O Nani também evoluiu nestes 14 anos. Se na altura [em 2005/06] era um jogador mais vertical, neste momento é um jogador mais de posse e de controlo de jogo, mas sem perder a verticalidade.
Jogos com o Arsenal e ambições na Europa League
São jogos que todos os treinadores e jogadores gostam de fazer. É bom jogar contra equipas como o Arsenal. A motivação com certeza estará cheia a 100 por cento. Para já, queremos vencer o Arsenal em casa porque vencendo este jogo estamos muito perto de passar a fase de grupos, que é o principal objectivo. Queremos ser primeiros deste grupo. Depois de passar a fase de grupos tudo pode acontecer, depende do momento, dos adversários que vamos apanhando, mas o Sporting tem de ter a ambição de chegar à final.