Entrevista com Pedro Martins
quarta-feira, 19 de setembro de 2018
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Falámos com o treinador Pedro Martins antes da estreia do Olympiacos no Grupo F da UEFA Europa League, frente ao Bétis, na quinta-feira.
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A viver a primeira experiência no estrangeiro aos 48 anos, Pedro Martins lidera o projecto do Olympiacos para recuperar a hegemonia do futebol na Grécia, depois de na época passada o clube não ter conseguido, pela primeira vez em sete anos, conquistar o título.
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Após o começo fulgurante com seis vitórias e um empate em sete jogos (19-3 em golos) divididos entre a Liga helénica e a Europa, falámos com o antigo treinador de Marítimo, Rio Ave e Vitória de Guimarães antes de defrontar o Bétis, em casa, no arranque do Grupo F da UEFA Europa League, na quinta-feira (20h00 em Lisboa).
Como têm sido estes primeiros tempos na Grécia e no Olympiacos?
Estou muito bem. Tenho uma equipa muito boa que me tem apoiado imenso desde o primeiro minuto – e esse é um ponto relevante e que é importante referir. Tem sido difícil porque o Olympiacos é um clube habituado a ganhar na Grécia e quando não se é campeão a época deixa muito a desejar. Houve uma reestruturação muito grande, mas foi muito bem feita por gente competente e altamente capacitada.
Quisemos quebrar com as rotinas do passado recente e começar um novo ciclo. Construímos um grupo muito forte e temos a enorme ambição de conquistar títulos. A nossa principal prioridade é o campeonato. Queremos recuperar o lugar que perdemos e tentar fazer algo de diferente na Europa League.
Surpreendeu-o este excelente começo de época do Olympiacos?
Acredito muito no plantel, mas realmente não esperava que a equipa estivesse tão bem em tão pouco tempo porque chegaram muitos jogadores de vários campeonatos. O Daniel Podence veio de Portugal, e toda a gente conhece bem quais são as suas reais qualidades e apetências. É um jogador acima da média no campeonato grego. O [Miguel] Guerrero veio de Espanha, o Roderick [Miranda] de Inglaterra... o [Yassine] Meriah chegou de África, o [Mohamed] Camara de França.
Quisemos também introduzir mais jogadores gregos no plantel, pois tínhamos poucos. Trouxemos o [Vasilis] Torosidis, o [Giannis] Fetfatzidis, o [Andreas] Bouchalakis; o [Lazaros] Christodoulopoulos é internacional grego e possui muita experiência. Fizemos regressar da Holanda o [Kostas] Tsimikas, jogador formado na nossa academia e que está a fazer um percurso absolutamente brilhante.
Houve cuidado em dotar a equipa com gente conhecedora da realidade do futebol grego e do que é a cultura e a filosofia do Olympiacos, para além da qualidade, evidentemente. Foram todos escolhidos criteriosamente. Queríamos uma equipa de guerreiros, trabalhadora e com ambição.
Há algum jogador que o tenha surpreendido mais?
Talvez a maior surpresa e revelação tenha sido o Camara, pela forma como tem crescido nos últimos tempos. Tem sido absolutamente fantástico.
José Sá e Yaya Touré foram os últimos jogadores a chegar. O que podem dar à equipa?
Além da sua qualidade, a chegada do Sá teve a ver com o facto de querer dois jogadores a lutar por cada posição em campo e era importante o [Andreas] Gianniotis ter maior competitividade na baliza. O Yaya é um jogador diferente, conhece o Olympiacos [onde jogou em 2005/06] e pode dar muito à equipa em termos anímicos e de motivação.
Que análise faz aos adversários do Olympiacos no Grupo F?
Mesmo não estando a passar a sua melhor fase, o Milan é um grande clube mundial. O Bétis fez uma excelente época e reforçou-se ainda mais neste regresso à Europa, inclusivamente com o [internacional português] William Carvalho. Fez um enorme investimento e tem um plantel de muita qualidade. O Dudelange é o desconhecido e no plano teórico é o menos forte. Pela sua história e experiência, o Milan tem algum favoritismo em relação aos outros, mas penso que vai ser equilibrado.
Quais os pontos fortes do Bétis e que Olympiacos iremos ver na quinta-feira?
O Bétis vale pelo seu todo. Não começou bem a época e teve também muitas alterações, mas houve uma melhoria acentuada da qualidade dos jogadores. Joga com três defesas e vem melhorando muito esse aspecto. Gosta de ter muita posse de bola e vai criar-nos muitas dificuldades porque nós também estamos habituados a isso na Grécia, mas a nossa filosofia não vai mudar e não abdicamos dela, embora este jogo tenha contornos muito específicos.
A estratégia será talvez diferente, mas não vamos alterar significativamente os nossos processos. Sabemos quanto é difícil, mas também temos as nossas armas e actuamos no nosso estádio. Não é fácil jogar no [Georgios] Karaiskakis, onde o público muitas vezes ajuda a ganhar jogos.