Gökhan Töre cada vez melhor no Beşiktaş

Muita coisa mudou desde a anterior ocasião em que o Beşiktaş havia medido forças com uma equipa portuguesa. Então em 2012, frente ao Braga, a turma turca tinha-se apresentado com o sotaque bem português, treinada por Carlos Carvalhal e com quatro jogadores lusos na equipa.

Três desses jogadores – Simão Sabrosa, Hugo Almeida e Manuel Fernandes – seguiram para outras paragens, enquanto Ricardo Quaresma saiu e voltou e já não é "Q7", mas sim "Q17", pertencendo agora a sempre cobiçada "camisola 7" a Gökhan Töre.

O extremo turco de 23 anos foi o autor do golo do empate frente ao Sporting CP, na segunda jornada, permitindo assim ao Beşiktaş segurar o segundo lugar no Grupo H, dois pontos atrás do líder Lokomotiv Moskva, mas três à frente do Sporting, terceiro classificado. Foi o seu segundo golo no conjunto de todas as provas na presente época, durante a qual somou também já quatro assistências, cimentando a ideia de que esta pode, finalmente, ser mesmo a temporada de afirmação de um jogador que, em jovem, passou pelos escalões de formação do Chelsea.

Na sua terceira temporada no Beşiktaş, Töre mostra agora maior maturidade, assumindo a responsabilidade quando a equipa mais precisa. No espaço de quinze dias assinou também o golo do empate ante o Gençlerbirliği – com um pouco característico remate de cabeça – e assistiu Mario Gomez para o golo da vitória do passado fim-de-semana no derby com o Fenerbahçe.

Gökhan Töre iniciou a carreira no Hamburgo©Getty Images

As mudanças no jogador nascido em Colónia, na Alemanha, não se ficam pelos golos que tem marcado. Nas suas duas primeiras temporadas em Istambul, a sua reputação extravasou as quatro linhas, com várias controvérsias extra-futebol a ofuscarem o seu talento. A sua forte qualidade no um-para-um continua a mesma, mas a ela aliou agora uma melhor capacidade de decisão: sabe quando passar a bola, quando jogar curto ou longo e quando partir para a área adversária e rematar.

As boas exibições de Gökhan Töre dão alento ao projecto de larga escala em desenvolvimento no Beşiktaş. A regra que define uma quota máxima de jogadores estrangeiros pode estar na base do que levou o clube a apostar em atletas de nacionalidade turca nascidos no estrangeiro – como Oğuzhan Özyakup, Veli Kavlak ou Olcay Şahan – mas a verdade é que está a dar frutos. Experiência europeia, positiva e negativa, está a ajudar a equipa a ficar mais forte, com o treinador Şenol Güneş – que no Verão sucedeu a Slaven Bilić, de saída para o West Ham – a ajustar apenas o que era necessário ajustar, em vez de levar a cabo uma autêntica revolução.

Não se sabe até onde o Beşiktaş pode chegar mas, estando actualmente no topo da Liga turca, as perspectivas são as melhores. E, com Töre em tão boa forma ao lado de jogadores como Gomez, Cenk Tosun, José Sosa ou Quaresma, são muitas razões para estar optimista.

Gökhan Töre ao serviço dos Sub-17 da Turquia em 2008©Sportsfile