Rotan pronto ajudar Dnipro na final

O médio e capitão do FC Dnipro Dnipropetrovsk, Ruslan Rotan, de 33 anos, passou grande parte da carreira no clube e, como disse ao UEFA.com, o espírito e a resiliência exibidos sob o comando do treinador Myron Markevych fizeram desta época algo de especial.

UEFA.com: Alguma vez pensou que o Dnipro poderia chegar até aqui esta época?

Ruslan Rotan: Ninguém o poderia prever, mas se começou como sendo um sonho, o conto de fadas começou a tornar-se real depois de cada jogo, depois de cada eliminatória. Estamos numa final de uma grande competição europeia. Ainda estamos a interiorizar tudo isto.

A maior parte da equipa joga junta há muito tempo e conhecemo-nos todos muito bem. O mais importante é que com o andar dos jogos a nossa confiança foi aumentando.

UEFA.com: Myron Markevych é muito respeitado na Ucrânia. O que é que ele trouxe para o Dnipro?

Rotan: É difícil resumir tudo. No primeiro dia ele disse-nos: "Vocês têm aqui uma boa equipa, jogam bem juntos. Vamos melhorar algumas coisas, mas, antes de mais, temos que melhorar mentalmente". E isso, sem qualquer dúvida, veio a acontecer - começámos a acreditar que podíamos fazer mais.

UEFA.com: Dnipro jogou todos os jogos europeus desta época em Kiev; isso trouxe-vos problemas?

Rotan: Para começar, foi muito difícil porque estávamos a jogar para bancadas vazias. Queríamos que as pessoas de Dnipropetrovsk nos vissem jogar, mas com a situação no nosso país tivemos de seguir o que nos foi imposto - e, de alguma maneira, isso poderá ter-nos feito mais fortes. Mas, jogo após jogo, cada vez mais adeptos foram aparecendo e na meia-final o estádio estava cheio, muito porque as gentes de Kiev vieram em nosso apoio.

UEFA.com: Um dos heróis da meia-final foi Denys Boyko. Como é que o descreve como guarda-redes e companheiro?

Rotan: Antes de mais, ele é um profissional – podemos fazer-lhe elogios, mas ele está apenas a fazer o seu trabalho. Claro que, quando se pode confiar no seu companheiro e ele nunca nos desilude, isso é muito importante – quer nos jogos, quer nos treinos. Quando treinamos enquanto grupo, treinamos duro – não estamos a brincar. Fora do campo, nós damo-nos bem - saímos juntos, descansamos juntos. Isso terá sido crucial na nossa chegada à finall.

Rotan após ter marcado ao Inter©AFP/Getty Images

UEFA.com: A preparação do Dnipro para a final será diferente dos jogos anteriores?

Rotan: Sim pois é uma final e todos sabem que a pressão será muito maior. Todos sabem que um jogo poderá tornar este conto de fadas em realidade. Coisas como estas não acontecem todos os dias – para mim será a primeira vez e estarei muito orgulhoso em estar lá.

UEFA.com: Como pensa que o Dnipro vai abordar o jogo contra o Sevilla FC?

Rotan: Eles são os favoritos, são os detentores do troféu, uma equipa espanhola muito boa, com jogadores rápidos e fortes na saída para o ataque - tudo o que o futebol moderno exige. Mas penso que o que mais conta é a motivação. Quem for mais resiliente vai ganhar.

UEFA.com: Passou a maior parte da sua carreira no Dnipro. O que é que este clube tem de especial?

Rotan: Tenho estado no Dnipro desde os 14 anos. O clube é tudo para mim - está no meu coração. Não me consigo imaginar sem este clube. Recordo quando tínhamos um velho centro de treinos e estava tudo a cair. O clube percorreu um longo caminho desde aí - agora temos um centro de treinos moderno, pelo que apenas nos temos de nos preocupar em jogar futebol e os resultados estão à vista.

Estou muito contente pelo clube e cheio de orgulho, porque o Dnipro já venceu troféus a nível interno. Sempre fomos muito competitivos e agora estamos numa final de uma prova muito prestigiante. Queremos muito este troféu no museu do nosso clube.

Ruslan Rotan depois de marcar ao Olympiacos nos 16 avos-de-final©AFP/Getty Images