Quando a RFA reinava: Taça UEFA de 1979/80
terça-feira, 10 de março de 2015
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Há cinco equipas da Serie A nos oitavos-de-final da UEFA Europa League e é preciso recuar até à Taça UEFA de 1979/80 para ver tal domínio de um país numa prova europeia.
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Em 1975, o VfL Borussia Mönchengladbach tornou-se na primeira equipa alemã a ganhar a Taça UEFA. Apenas cinco anos mais tarde, a competição seria dominada como nunca antes visto por clubes da Bundesliga.
Isso passou-se numa década de dois triunfos na Taça UEFA e um na Taça dos Vencedores das Taças para equipas da Alemanha e três vitórias consecutivas na Taça dos Clubes Campeões Europeus para o FC Bayern München, bem como um triunfo no Campeonato do Mundo e outro Campeonato da Europa para a República Federal da Alemanha (RFA). Posto isto, chegou a Taça UEFA de 1979/80, na qual cinco equipas da RFA atingiram a terceira eliminatória e quatro chegaram às meias-finais. Desde então, nunca mais cinco clubes da mesma nação tinham atingido os oitavos-de-final numa prova da UEFA até cinco equipas da Serie A o terem feito na presente edição da UEFA Europa League.
A campanha de 1978/79 tivera três equipas na RFA nas meias-finais e o FK Crvena zvezda – que acabaria derrotado na final pelo Borussia Mönchengladbach – foi o único a imiscuir-se entre os alemães. Entretanto, o Gladbach voltou a atingir a final no ano seguinte, em 1980, mas acabou batido pelo Eintracht Frankfurt devido aos golos marcados fora. Entretanto, o Hamburger SV (vencedor da Taça das Taças em 1977) perdeu a final da Taça dos Campeões frente ao Nottingham Forest FC e a selecção conquistou o seu segundo título europeu em oito anos.
Foi o tempo em que jogadores excepcionais como Franz Beckenbauer, Gerd Müller, Günter Netzer, Bernd Hölzenbein e Jupp Heynckes foram sendo rendidos pela geração seguinte: Karl-Heinz Rummenigge, Horst Hrubesch e o jovem Lothar Matthäus. Udo Lattek fez-se então o mais bem-sucedido treinador alemão de sempre, Pál Csernai fez emergir a marcação à zona e o futebol ofensivo de Hennes Weisweiler tornou-se na base para a formação de treinadores na Alemanha. Para muitos observadores, a Bundesliga foi a referência.
Combinar as virtudes tradicionais alemãs de espírito de luta, força e resistência com estas individualidades resultou numa mistura potente. "Acredito que jogámos bom futebol", disse Hrubesch, autor dos dois golos da RFA na final do EURO '80 contra a Bélgica.