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Chelsea castigado pelo "milagre de St Gallen"

Enquanto Chelsea e Basileia se preparam para o embate nas meias-finais, Marcel Koller e Jörg Stiel revisitaram o passado e falaram sobre o único jogo entre as duas equipas.

O guarda-redes Jörg Stiel festeja com os colegas do St Gallen após a vitória por 2-0
O guarda-redes Jörg Stiel festeja com os colegas do St Gallen após a vitória por 2-0 ©Getty Images

O Chelsea FC, actual campeão europeu, reúne favoritismo na meia-final da UEFA Europa League frente ao FC Basel 1893, mas o mesmo já aconteceu num encontro anterior ante uma equipa suíça, e as coisas não decorreram como planeado. 

Quando, em 2000/01, o FC St Gallen surgiu no caminho de um clube então à procura de altos voos, ninguém prestou atenção ao que se passara na primeira eliminatória da Taça UEFA com os suíços. Com estrelas na equipa como Ruud Gullit e Gianluca Vialli, o emblema do oeste de Londres trazia no palmarés a conquista da Taça dos Vencedores de Taças em 1998, além de que havia atingido os quartos-de-final da UEFA Champions League no início desse ano, então eliminado por um FC Barcelona brilhante, o St Gallen não parecia oferecer motivos para preocupação. 
  
A meio caminho da eliminatória, após uma vitória por 1-0 em Stamford Bridge, a crença na passagem mantinha-se viva, mas foi deixada em frangalhos no jogo da segunda mão. Considerada pelo jornal inglês "The Times" como tendo apenas "1 em 600" de possibilidades de eliminar o Chelsea, a equipa suíça acabou a morder no adversário. Nos primeiros 45 minutos da segunda mão, a equipa inglesa esteve errática em campo, como que perseguindo as próprias sombras contra um St Gallen que acelerara o jogo em busca da reviravolta. 

"Foi incrível", recorda Marcel Koller, então treinador do St Gallen e agora ao serviço da selecção nacional da Áustria. "Lembro-me de ter dito aos jogadores de que não precisávamos de marcar os dois golos nos primeiros dez minutos; tínhamos o jogo todo para dar a volta à desvantagem". Os jogadores, contudo, parecem não lhe ter dado ouvidos assim que soou o apito inicial do árbitro, com os golos de Sascha Müller e de Charles Amoah a completar a reviravolta passados 35 minutos.

"Tivemos de sobreviver a momentos difíceis [depois disso], mas, nesse dia, fizemos história para o futebol suíço. Foi fantástico, realmente notável", acrescentou Koller, que havia levado a equipa suíça ao seu segundo título na temporada anterior. "Como todos sabemos, o futebol nem sempre é determinado pelas finanças; coração e determinação, por vezes, fazem a diferença." Para o The Times, foi mais do que isso: "O milagre de St Gallen", podia ler-se nas suas páginas na manhã seguinte.

Foi uma espécie de consolação para a equipa do nordeste suíço depois da qualificação para a UEFA Champions League ter terminado com uma derrota por 4-3 diante do Galatasaray AŞ. O guarda-redes na altura era Jörg Stiel, que mais tarde viria a ingressar no VfL Borussia Mönchengladbach e tornar-se capitão de equipa. "Provámos contra o Chelsea que tínhamos uma equipa madura", disse. "A segunda mão foi apenas o nosso quarto jogo europeu. Aprendemos depressa".

Com o Chelsea a tentar lidar com os seus problemas - Claudio Ranieri fora nomeado treinador entre as duas mãos - o St Gallen foi eliminado na ronda seguinte da Taça UEFA com um golo nos descontos contra o Club Brugge KV. Doze meses mais tarde voltaram a competir na mesma taça, mas, desde então, não mais jogaram nas provas europeias. No entanto, a noite em que derrubaram o Chelsea viverá por muito tempo na memória. Será que os atuais campeões suíços vão fazer o mesmo? Stiel acredita que assim: "O Basileia tem capacidade para atingir a final."

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