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Benfica-Fenerbahçe de 1975: "O massacre"

Fenerbahçe e Benfica medem forças nas meias-finais da UEFA Europa League e o UEFA.com recorda o anterior embate entre as duas equipas através dos arquivos do jornal turco Milliyet.

O jornal turco Milliyet refere-se ao triunfo por 7-0 do Benfica sobre o Fenerbahçe, em Lisboa, em 1975
O jornal turco Milliyet refere-se ao triunfo por 7-0 do Benfica sobre o Fenerbahçe, em Lisboa, em 1975 ©UEFA.com

O UEFA.com mergulhou nos arquivos do jornal turco Milliyet à procura da crónica da copiosa eliminação do Fenerbahçe SK na primeira eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1975/76 frente ao SL Benfica, agora adversário da formação da Turquia nas meias-finais da presente edição da UEFA Europa League.

17/09/1975: SL Benfica 7-0 Fenerbahçe SK, primeira mão
Viviam-se tempos de mudança no Benfica em 1975/76, a disputar a primeira época desde a partida de Eusébio. Treinadas por Mário Wilson, as "águias" entraram em campo com uma equipa jovem e renovada para enfrentar o Fenerbahçe orientado pelo duas vezes campeão mundial Didi. Shéu assinalou a estreia em jogos europeus com o primeiro golo do encontro e Nené marcou por duas vezes ainda na primeira parte. O avançado completou depois o "hat-trick" e o mesmo fez Rui Jordão, autor de três tentos no espaço de 25 minutos do segundo tempo, numa partida em que o Benfica infligiu ao Fenerbahçe aquela que é, ainda hoje, a maior derrota do clube nas competições da UEFA.

"O massacre: 7-0"
O Fenerbahçe sofreu a maior derrota europeia da sua história frente ao Benfica e o Estádio da Luz tornou-se num palco de lamentos para Didi e para os seus jogadores. Os 35 mil adeptos presentes assistiram ao desenrolar do drama até aos últimos minutos.

"Fenerbahçe esteve irreconhecível"
Coluna de opinião de Coşkun Özarı, antigo seleccionador da Turquia e ex-treinador do Galatasaray AŞ
Apesar da inegável qualidade, o Fenerbahçe mostrou-se irreconhecível, sem entrosamento entre os jogadores e sem coerência na abordagem ao encontro. O Benfica teve carta branca para fazer o seu jogo, enquanto o Fenerbahçe praticamente não conseguiu sair da sua grande área. Os visitantes apostaram na colocação de um líbero, numa defesa formada por três homens e que raramente conseguiu marcar convenientemente os adversários. Além disso, os três organizadores de jogo do Benfica tiveram quase sempre muita liberdade, o que deixou o sector defensivo do Fenerbahçe demasiado vulnerável.

Todos os golos sofridos partiram de lances ainda longe da baliza, em que o Benfica beneficiou de demasiada liberdade para rematar. Ainda assim, o Fenerbahçe também conseguiu pressionar os homens da casa, mas acabou por desperdiçar as várias oportunidades criadas. Na minha opinião, se a marcação efectuada pelos jogadores do Fenerbahçe tivesse sido melhor, esta tão amarga derrota não teria ocorrido. Na raiz deste desaire esteve a incapacidade colectiva de fechar os espaços ao Benfica, a abordagem demasiado tímida ao encontro desde o apito inicial e alguns erros individuais. O futebol apresentado pelo Benfica não foi perfeito, mas teve espaço suficiente para jogar, trocar a bola confortavelmente e construir à vontade os seus lances de ataque.

01/10/1975: Fenerbahçe SK 1-0 SL Benfica, segunda mão
Depois da goleada obtida pelo Benfica na primeira mão, o segundo jogo revelou-se mera formalidade. O encontro disputou-se em Esmirna, a 420 quilómetros de Istambul. Engin Verel ofereceu algum consolo ao Fenerbahçe ao apontar o único golo da partida a 15 minutos do fim.

"Engin vale consolação ao Fenerbahçe"
Correspondente Bülent Ulukan
O jogo realizou-se sob clima agradável e o relvado em perfeitas condições. Depois da derrota por 7-0 em Lisboa, na primeira mão, o Fenerbahçe respondeu com carácter e venceu por 1-0 graças a um golo já perto do final. Os homens da casa exibiram-se em bom plano, com vários lances de ataque de qualidade, mas tiveram de se contentar com o triunfo pela margem mínima, sobretudo devido à falta de eficácia demonstrada na finalização.

A velocidade de jogo do Fenerbahçe diminui no segundo tempo e, quando todos pensavam que o encontro ia terminar com nulo, Engin acabou por aproveitar da melhor forma um lance confuso na grande área dos visitantes para, à boca da baliza, tocar a bola para o fundo das redes.

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