McAllister recorda final Liverpool-Alavés
segunda-feira, 16 de maio de 2011
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Há dez anos, o Liverpool bateu o Alavés numa emocionante final da Taça UEFA. Gary McAllister, considerado o melhor em campo, recorda o jogo de Dortmund ao UEFA.com.
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Completam-se agora dez anos que o Liverpool FC defrontou os espanhóis do Deportivo Alavés numa emocionante final da Taça UEFA, com a incerteza quanto ao vencedor a durar até ao final do encontro disputado no Westfalenstadion, em Dortmund.
A Europa não presenciava nada assim desde a década de 1950, o período áureo do Real Madrid CF. As equipas chegaram ao final dos 90 minutos empatadas 4-4 e parecia que o encontro só ficaria decidido no desempate, mas o defesa do Alavés, Delfi Geli, fez um auto-golo aos 116 minutos e o "golo de ouro" permitiu ao Liverpool fazer uma tripla inédita, com triunfo na Taça da Liga, na Taça de Inglaterra e na Taça UEFA.
Gary McAllister, na época com 36 anos, foi uma das estrelas do Liverpool na final, convertendo uma grande penalidade e fazendo as assistências para os outros três golos, dos ingleses, incluindo o livre que originou o momento infeliz de Geli. O antigo internacional escocês recordou a final com o UEFA.com.
Gary McAllister
Podiam-me perguntar sobre alguns jogos, dos quais não me lembro de nada, mas esta foi uma noite especial, porque era um veterano em final de carreira e tive oportunidade de viver um sonho incrível. O Liverpool é famoso por conquistar troféus, mas este foi especial, porque conquistámos três Taças, foi isso que o Gérard Houllier recordou aos jogadores antes do encontro. Ele preparou o jogo de forma excelente, dando atenção a todos os detalhes.
O árbitro apitou para o início do jogo e senti algo que nunca tinha vivido. A única coisa semelhante foi quando o Leeds defrontou o Rangers, na Taça dos Campeões de 1992. A energia que vinha das bancadas fez levantar todos os pelos do meu corpo, e eu não tenho muito cabelo. Fizemos um início de jogo perfeito e ganhámos vantagem no marcador. Pensei que íamos ganhar por três ou quatro golos de diferença, mas não foi bem assim.
Há períodos ou jogos na carreira de um jogador, em que nos sentimos invencíveis, sentimos que todos os passes que fazemos vão chegar ao destino. É uma questão de confiança. Naquela fase da minha carreira, sabia que tinha de aproveitar e desfrutar cada segundo.
E eu era capaz de fazer isto porque era experiente, quando somos jovens, por vezes passámos ao lado destes jogos. As pessoas podem ter pensando: "Onde é que ele vai buscar esta energia?" Mas a adrenalina provinha dos meus colegas e daquele momento especial. Mesmo sem o golo de ouro, eu teria sido capaz de correr durante mais meia-hora, sem qualquer dificuldade, porque a adrenalina que corria no meu sangue era inacreditável.