Aimar e o sonho do Benfica

Pablo Aimar acredita que o Benfica pode vencer a UEFA Europa League, depois de ter ajudado o clube "encarnado" a atingir os quartos-de-final da competição frente ao Paris Saint-Germain FC.

O internacional argentino saltou do banco de suplentes durante a vitória, por 2-1, na primeira mão, em Lisboa, e foi titular no Parc des Princes. E foi ele que lançou o contra-ataque que permitiu a Nicolás Gaitán abrir o marcador, aos 27 minutos, e lançar o Benfica para os quartos-de-final da UEFA Europa League pela segunda época consecutiva.

"Tínhamos quatro objectivos no início da época; o campeonato, agora, está muito difícil, mas ainda nos restam três", afirmou Aimar, referindo-se ao facto de as "águias" estarem a 13 pontos do líder da Liga, o FC Porto. "A Europa League é uma das provas que ainda podemos vencer e seria algo fantástico conseguirmos levantar o troféu."

O médio, de 31 anos, reconhece que o Benfica não fez uma exibição do outro mundo na capital francesa: "Tivemos de correr muito para defendermos a vantagem da primeira mão e conseguir o golo fora de casa que procurávamos. Às vezes, é difícil jogar bem contra uma equipa que tem grandes jogadores e que controla muito bem a posse de bola, mas fizemos o que tínhamos a fazer."

O remate de Gaitán colocou o Benfica a vencer por 3-1 no conjunto das duas mãos e serenou ainda mais a equipa de Jorge Jesus. Visto da bancada até pode ter parecido um lance casual, mas o extremo argentino, de 23 anos, garantiu que o seu primeiro golo nas competições europeias não teve nada a ver com sorte.

"O nosso treinador de guarda-redes disse-nos que o Édel dá sempre um passo em frente antes de um cruzamento. Quando o vi fazer isso, lembrei-me da dica e optei pelo remate em vez do cruzamento. O golo ajudou ao apuramento, mas como acabámos por sofrer outro, não sei se foi assim tão importante. Tanto podíamos ter perdido como conseguido a vitória", afirmou Gaitán.

O Benfica repetiu o sucesso alcançado frente ao PSG nos oitavos-de-final da Taça UEFA de 2006/07 e os franceses bem podem lamentar as oportunidades perdidas, depois de Mathieu Bodmer ter empatado o jogo, aos 35 minutos. Mas os jogadores da equipa portuguesa preferiram colocar ênfase na objectividade em detrimento do estilo para assegurar um lugar no sorteio de sexta-feira.

"Estamos nos quartos-de-final, ainda estamos entre os melhores", destacou o médio espanhol Javi García. "Seria bom defrontar uma equipa portuguesa, porque uma eliminatória dessas mostraria o melhor do futebol português à Europa. Mas, seja quem for o adversário, vai ser difícil. Quem atinge os quartos-de-final é porque o mereceu, tendo ultrapassado muitos adversários difíceis, tal como nos aconteceu a nós."