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Liverpool em dívida com Gerrard

Jay Spearing disse que Steven Gerrard é "provavelmente o melhor médio do Mundo", após o inglês ter saído do banco para assinar um "hat-trick" que derrotou (3-1) o Nápoles, em Anfield.

Steven Gerrard festeja depois de fazer o empate em Anfield
Steven Gerrard festeja depois de fazer o empate em Anfield ©Getty Images

Foi preciso Steven Gerrard esperar pelo 76º minuto para começar a construir o "hat-trick" que operou a dramática reviravolta do Liverpool FC sobre o SSC Napoli, rival na UEFA Europa League, por 3-1. Mas segundo o companheiro de equipa Jay Spearing, o capitão da formação de Anfield já tinha começado a alterar o rumo dos acontecimentos depois de ter entrado em campo ao intervalo.

O jovem médio do Liverpool disse que a presença de Gerrard ajudou a galvanizar uma equipa que tinha sido dominada pelo Nápoles na primeira parte e perdia ao intervalo, depois de um golo do avançado argentino Ezequiel Lavezzi, a figura de destaque dos primeiros 45 minutos.

"É a influência que ele tem", disse Spearing sobre Gerrard. "É provavelmente o melhor médio do Mundo, e voltou a mostrá-lo esta noite, jogando 45 minutos e marcando três golos. Trata-se da presença que ele traz à equipa, e isso viu-se na segunda parte. Estivemos muito melhor. A sua atitude no jogo reflecte-se e afecta o resto dos jogadores".

Pelo facto de os actos de salvamento de Gerrard no Liverpool serem parte integrar da história recente do clube, devia ter entrado em campo acompanhado de luzes de emergência e uma sirene. No banco de suplentes durante os primeiros 45 minutos, tal como Fernando Torres – o treinador Roy Hodgson já tinha no pensamento o jogo deste domingo, frente ao Chelsea FC, a contar para a Premier League – Gerrard inspirou os colegas de equipa, que falharam ocasiões para empatar por intermédio de David Ngog, Jonjo Shelvey e Raúl Meireles, antes desses minutos finais emocionantes.

Comparando a recuperação do Liverpool na segunda parte com o primeiro tempo, onde foi dominado pelos visitantes, o laborioso Spearing acrescentou: "Mostrámos demasiado respeito. Estávamos a jogar em casa e não os pressionámos como deve ser. Na segunda parte tudo mudou, começámos a ser um pouco mais agressivos e o adversário ressentiu-se. A bola começou a surgir mais vezes na frente de ataque e marcámos três golos". O próprio Gerrard disse: "Toda a gente desempenhou o seu papel hoje. Acredito que vá ser o destaque dos jornais amanhã, mas não foi só por mim que vencemos. Na segunda parte, cada um dos rapazes foi igualmente fantástico".

Segundo o treinador do Nápoles, Walter Mazzari, o empate de Gerrard, a 14 minutos do fim "alterou o ambiente no estádio". O médio inglês marcou depois de aproveitar um mau passe atrasado de Andrea Dossena, ex-jogador do Liverpool, para o guarda-redes Morgan de Sanctis. Gerrard intrometeu-se, fez um carrinho, e apesar de De Sanctis ter chegado primeiro à bola, não impediu que ele entrasse. Foi um golo que o capitão visitante, Paolo Cannavaro, lamentou no final da partida. "Realizámos um grande jogo até esse momento de ingenuidade que nos custou o empate", disse o defesa.

Depois, Gerrard acabou por sentenciar o Nápoles à derrota com golos aos 88 e 89 minutos, o primeiro de penalty. Para além de colocar o Liverpool na liderança do Grupo K, com mais três pontos de vantagem, o seu heroísmo tardio levou à queda do Nápoles para o terceiro posto. Cannavaro acrescentou: "É uma pena porque se trata de uma oportunidade perdida. Estávamos melhores que o Liverpool, e podíamos ter alcançado algo especial, mas este jogo acabou por mostrar que para darmos um salto qualitativo no nosso futebol não podemos perder a concentração um minuto que seja. Se pudermos basear a nossa campanha nos primeiros 60 minutos jogados em Anfield estaremos no bom caminho para sermos uma grande equipa".